quarta-feira, 9 de julho de 2014

Plínio de Arruda Sampaio, um guerreiro!

Por Altamiro Borges

Faleceu nesta terça-feira (8), em São Paulo, o guerreiro Plínio de Arruda Sampaio. Aos 83 anos, ele estava internado há quase um mês no hospital Sírio-Libanês para tratamento de um câncer. Sua morte causa profunda tristeza nas forças de esquerda do Brasil. Plínio iniciou a sua militância na Juventude Universitária Católica (JUC) na década de 1950. Foi relator do projeto de reforma agrária do governo progressista de João Goulart. Por sua militância política em defesa dos trabalhadores, ele foi cassado na ditadura militar pelo Ato Institucional número 1 e foi obrigado a se exilar. Nunca abandonou a luta e, retornando ao Brasil em 1976, teve papel de destaque na heroica luta pela redemocratização do país.

Participou da fundação do PT e foi eleito deputado federal em 1985. Também foi candidato da sigla ao governo de São Paulo em 1990. Renomado promotor público, Plínio de Arruda liderou inúmeras campanhas pela reforma agrária e sempre foi um defensor da democracia e da soberania nacional. Anti-imperialista convicto, sempre prestou solidariedade a Cuba, mesmo nos momentos mais difíceis, e tornou-se um militante da revolução bolivariana da Venezuela. Por divergências políticas, deixou o PT em 2005, filiou-se ao Psol e foi candidato da sigla à presidência da República em 2010. Estudioso da realidade brasileira e apaixonado polemista, fundou o combativo site Correio da Cidadania.

Tive o prazer de participar de inúmeras atividades com o generoso amigo. Estive em sua casa, na região do Ibirapuera, algumas vezes. Conheci a sua companheira de muitos anos, Marietta Ribeiro, sempre tão gentil e atenciosa. Na campanha contra a Área de Livre Comércio das Américas, o tratado colonialista dos EUA para o continente, organizei o livro “Para entender e combater a Alca” (Editora Anita Garibaldi), que contou com a sua valiosa contribuição. Na última oportunidade em que estive com ele, num ato em apoio à candidatura de Hugo Chávez à reeleição na Venezuela, no final de 2012, ele já estava bastante debilitado. Dei-lhe um abraço carinhoso e explicitei minhas divergências com suas recentes posições políticas. Plínio de Arruda era um guerreiro. Fará muita falta ao Brasil!

Um comentário:

  1. Pena que não soube entender os novos tempos e combateu, com a mesma intensidade, o que defendia para o Brasil.Será que não perceber que os mais pobres ganharam vez e voz?
    Foi triste vê-lo vestir a camisa da oposição!

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