sábado, 9 de agosto de 2014

EUA temem um “novo” Snowden

Por Altamiro Borges

Para irritar ainda mais os EUA, a Rússia decidiu nesta semana dar mais três anos de asilo político a Edward Snowden, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) que revelou ao mundo os programas de espionagem do império ianque. Logo após ter vazado as informações sigilosas, ele passou a ser alvo de violenta perseguição e refugiou-se em Moscou em junho de 2013. Temia-se que o fim do prazo do asilo pudesse resultar na sua deportação para os EUA, aonde seria trancafiado como traidor nacional. Snowden chegou a dar entrevistas e pediu abrigo ao Brasil, mas não obteve resposta positiva. Agora, ele terá mais três anos para se defender e, inclusive, revelar outras ações do império.

Os arquivos vazados até agora pelo ex-agente da NSA confirmaram a existência de um bilionário e ilegal esquema de espionagem contra cidadãos estadunidenses e também de líderes políticos de vários países, como a presidenta brasileira e a chanceler alemã Angela Merkel. O impacto destas revelações foi imediato e desgastaram ainda mais a imagem do prepotente imperialismo ianque. Num discurso corajoso na própria ONU, Dilma Rousseff criticou a postura criminosa dos EUA e foram aprovados documentos conjuntos exigindo o fim destas ações de espionagem, que ferem a soberania das nações. Barack Obama até fez uma autocrítica protocolar, mas manteve os mesmos esquemas criminosos.

Além da renovação do asilo de Edward Snowden, outra notícia deve preocupar os espiões dos EUA. Na última terça-feira (5), a rede de tevê CNN revelou que pode existir um “novo Snowden” vazando dados secretos do governo ianque. O informante teria repassado novos documentos para a revista digital “The Intercept”, criada por Glenn Greenwald, jornalista estadunidense radicado no Brasil que publicou as primeiras matérias sobre a NSA. O material vazado expõe o quanto cresceu a base de dados do governo, que espiona cerca de 700 mil pessoas consideradas suspeitas. Segundo os próprios documentos, muitos dos vigiados não mantêm qualquer vínculo com os chamados “grupos terroristas”, inimigos dos EUA. Eles teriam sido repassados em agosto de 2013, quando Edward Snowden já estava na Rússia.

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