Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil |
O povo brasileiro agora vive um de seus maiores desafios. Enfrentar a manipulação emocional de uma tragédia. Eduardo Campos viveu, lutou e morreu. É um brasileiro cuja memória merece ser respeitada.
Entretanto, temos aqui duas tragédias. A primeira é a morte de um quadro político tão jovem. A segunda é: uma eleição que vinha se desenvolvendo até aqui, entre trancos, barrancos e baixarias, de maneira relativamente normal, com escândalos, pesquisas e debates, recebeu o impacto de um fator externo que não tem nada a ver com política.
Os vampiros da mídia já começaram a explorar o caso sem nenhum escrúpulo. Até mesmo Rachel Sheherazade, a nazi-âncora do SBT, passou a ser Campos desde criancinha.
Para piorar, as redes encheram-se de teorias de conspiração alimentadas pela direita. Alguns agressores comportam-se como se a morte de Campos lhes franqueasse o direito de xingar à vontade. O fator emocional, ou seja, o lado irracional, que também é o lado da violência, ganha força. E isso é péssimo para quem deseja uma eleição pautada num debate esclarecido, baseado em fatos e ideias.
Diante de tanta exploração política, só me resta me aferrar ao bom senso, ao trabalho e à análise.
Vamos então recuperar as últimas pesquisas nas quais aparece o nome de Marina Silva no lugar de Eduardo Campos. E as últimas são uma do Datafolha, do dia 3 de abril e outra do Ibope, de duas semanas antes.
Sei que elas não refletem a nova realidade, mas acho importante tê-las em vista para observarmos os próximos movimentos desse jogo de xadrez.
****
No Ibope de março de 2014, Marina estava em 3º lugar
No afã de inflar Marina Silva, a imprensa apenas lembra pesquisa feita nos dias 2 e 3 de abril de 2014, do Datafolha.
De fato, o Datafolha, numa pesquisa recheada de perguntas difíceis sobre a Petrobrás, trouxera números espetaculares para Marina, sobretudo junto ao eleitorado das grandes cidades.
Entretanto, essa pesquisa não fez cenário com Marina num hipotético segundo turno.
Duas semanas antes, o Ibope havia divulgado uma pesquisa nacional de intenção de voto, feita entre os dias 13 e 17 de março, com uma realidade completamente diferente. E trazia um cenário de segundo turno entre Dilma e Marina, no qual a presidenta teria mais que o dobro de votos sobre a ambientalista: 45% X 21%.
Os números do 1º turno do Ibope eram absurdamente distintos daqueles do Datafolha. No Ibope, Dilma ganha em todos os segmentos: entre os mais jovens, mais escolarizados, nas grandes cidades, até mesmo junto ao setor com mais renda.
Enquanto o Datafolha dava 30% para Marina no Sudeste, o Ibope dava 9%.
Como essas foram as últimas pesquisas em que ela aparece como candidata, não se pode tirar a prova de quem estava mais certo. Se a Marina com 27% do Datafolha, ou a Marina com 12% do Ibope.
Entretanto, temos aqui duas tragédias. A primeira é a morte de um quadro político tão jovem. A segunda é: uma eleição que vinha se desenvolvendo até aqui, entre trancos, barrancos e baixarias, de maneira relativamente normal, com escândalos, pesquisas e debates, recebeu o impacto de um fator externo que não tem nada a ver com política.
Os vampiros da mídia já começaram a explorar o caso sem nenhum escrúpulo. Até mesmo Rachel Sheherazade, a nazi-âncora do SBT, passou a ser Campos desde criancinha.
Para piorar, as redes encheram-se de teorias de conspiração alimentadas pela direita. Alguns agressores comportam-se como se a morte de Campos lhes franqueasse o direito de xingar à vontade. O fator emocional, ou seja, o lado irracional, que também é o lado da violência, ganha força. E isso é péssimo para quem deseja uma eleição pautada num debate esclarecido, baseado em fatos e ideias.
Diante de tanta exploração política, só me resta me aferrar ao bom senso, ao trabalho e à análise.
Vamos então recuperar as últimas pesquisas nas quais aparece o nome de Marina Silva no lugar de Eduardo Campos. E as últimas são uma do Datafolha, do dia 3 de abril e outra do Ibope, de duas semanas antes.
Sei que elas não refletem a nova realidade, mas acho importante tê-las em vista para observarmos os próximos movimentos desse jogo de xadrez.
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No Ibope de março de 2014, Marina estava em 3º lugar
No afã de inflar Marina Silva, a imprensa apenas lembra pesquisa feita nos dias 2 e 3 de abril de 2014, do Datafolha.
De fato, o Datafolha, numa pesquisa recheada de perguntas difíceis sobre a Petrobrás, trouxera números espetaculares para Marina, sobretudo junto ao eleitorado das grandes cidades.
Entretanto, essa pesquisa não fez cenário com Marina num hipotético segundo turno.
Duas semanas antes, o Ibope havia divulgado uma pesquisa nacional de intenção de voto, feita entre os dias 13 e 17 de março, com uma realidade completamente diferente. E trazia um cenário de segundo turno entre Dilma e Marina, no qual a presidenta teria mais que o dobro de votos sobre a ambientalista: 45% X 21%.
Os números do 1º turno do Ibope eram absurdamente distintos daqueles do Datafolha. No Ibope, Dilma ganha em todos os segmentos: entre os mais jovens, mais escolarizados, nas grandes cidades, até mesmo junto ao setor com mais renda.
Enquanto o Datafolha dava 30% para Marina no Sudeste, o Ibope dava 9%.
Como essas foram as últimas pesquisas em que ela aparece como candidata, não se pode tirar a prova de quem estava mais certo. Se a Marina com 27% do Datafolha, ou a Marina com 12% do Ibope.
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