terça-feira, 5 de agosto de 2014

Quem arma os assassinos sionistas

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

O Estado genocida de Israel não age sozinho. Conta com a cumplicidade do imperialismo estadunidense. Há um mês, invocando falsos pretextos, o regime sionista israelense bombardeia sistematicamente o território palestino da Faixa de Gaza. Suas tropas terrestres ocuparam o terreno, onde praticam diariamente crimes de lesa-humanidade, absoluto terrorismo de Estado, que já vitimou mais de 1,8 mil palestinos, na grande maioria civis, entre os quais mulheres, idosos e crianças.

Nesse quadro, a opinião pública internacional recebe pasmada a informação de que na segunda-feira (4) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou a lei, aprovada pelo Congresso norte-americano, que permitirá um aporte adicional de US$ 225 milhões para financiar o sistema antimísseis Iron Dome (Cúpula de Ferro) de Israel. Os dois governos imperialistas comemoram que com isso, “reduz-se notavelmente a capacidade do Hamas” de atacar o Estado sionista.

"Os Estados Unidos têm orgulho do Iron Dome, desenvolvido conjuntamente com Israel e financiado pelos EUA, que salvou milhares de vidas em Israel", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em comunicado no qual ressalta que "o contínuo apoio bipartidário (partidos Democrata e Republicano) ao sistema antimísseis garante a Israel a manutenção desta defesa vital contra foguetes e artilharia".

A pergunta que não quer calar, em tal caso, é o que fazer para reduzir notavelmente a capacidade do regime israelense de atacar a Faixa de Gaza e com isso promover a carnificina e o genocídio. As cínicas autoridades estadunidenses e as lideranças dos dois partidos que dão sustentação política no Capitólio às políticas belicistas passam largo da questão de como salvar milhares de vidas dos palestinos dos monstruosos ataques israelenses. Se é assim, assiste razão à Resistência e à luta do povo palestino, com os meios que estiverem a seu alcance. Aliás, o direito de lutar contra a ocupação é assegurado pelos princípios que regem as Nações Unidas.

O financiamento dos Estados Unidos ao sistema antimísseis israelense é apenas um detalhe no conjunto da assistência militar que a superpotência imperialista fornece ao Estado genocida de Israel, seu principal aliado na região do Oriente Médio. Anualmente, essa assistência é de 3 bilhões de dólares, que já atingiu o valor acumulado de 121 bilhões de dólares. De acordo com o próprio Congresso dos Estados Unidos, o Estado sionista é o principal receptor de ajuda dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial.

Como disse o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, em reflexão publicada nesta terça-feira (5), “O genocídio dos nazistas contra os judeus colheu o ódio de todos os povos da terra. Por que acredita o governo desse país que o mundo será insensível a este macabro genocídio que hoje está cometendo contra o povo palestino? Por acaso se espera que ignore quanto há de cumplicidade por parte do império norte-americano neste massacre desavergonhado?”

O Reino Unido, outro importante aliado do regime israelense, mantém com este milionários negócios de venda de artefatos bélicos. Os contratos de exportação de armas e outros equipamentos militares entre a monarquia britânica e Israel são da ordem de 8 bilhões de libras (R$ 32 bilhões).

Sob pressão da opinião pública, países europeus começam a manifestar críticas ao regime israelense pelas atrocidades cometidas em Gaza. As agências noticiosas internacionais informaram nesta terça-feira (5) que os governos britânico e espanhol podem “rever” ou “suspender” as vendas de armas e outros artefatos militares para Israel.

É algo a conferir. Em todo caso, alastra-se o debate sobre a ajuda militar a um Estado que pratica massacres contra a população civil e viola flagrantemente o direito internacional. Aliás, o regime israelense já desrespeitou 32 resoluções das Nações Unidas.

É neste contexto que é justo arguir por que o Brasil mantém acordos militares com o regime israelense. A posição de nossa diplomacia foi firme ao convocar o nosso embaixador em Tel Aviv e pedir explicações ao embaixador israelense em nosso país pelos fatos ocorridos em Gaza. Com isso, despertou a fúria do governo sionista e seus lacaios no Brasil – entidades, partidos e mídia.

Como país que joga crescente papel na cena política internacional, o Brasil dará importante contribuição para deter os crimes de Israel se suspender os contratos militares que mantém com esse regime.

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