Por Altamiro Borges
Como sempre ironiza Mino Carta, o Brasil é o único país do mundo em que os jornalistas chamam os seus patrões de “companheiros”. Talvez isto explique o cinismo de Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do grupo gaúcho de comunicação RBS, que nesta semana anunciou a demissão de 130 profissionais e ainda pediu “desapego” às vítimas. Em carta enviada aos trabalhadores da empresa – dona do “Zero Hora” e de outros jornais, de 18 emissoras de tevê e de inúmeras rádios –, “Duda”, como gosta de ser carinhosamente chamado, explicou que o corte drástico visa melhorar o desempenho da corporação e disse contar com a compreensão e o apoio dos demitidos e dos “colegas” que restaram no quadro funcional.
A carta, enviada nesta segunda-feira (4), é de um cinismo impressionante. O empresário garante que “a RBS não passa por uma crise financeira. Ao contrário. Estamos investindo e redesenhando nossa operação, buscando velocidade e desprendimento que são vitais para a preservação do nosso projeto empresarial”. Ele até lista várias medidas de ampliação do grupo. Mesmo assim, ele justifica o pé no traseiro de 130 trabalhadores, que poderão contar às suas famílias que a demissões foram por um motivo nobre – manter os altos lucros do patrão. “Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras e colocar a RBS cada vez mais no grupo das empresas vencedoras”, conclama “Duda” Sirotsky.
“Teremos uma semana intensa pela frente, pois na quarta-feira (6) faremos cerca de 130 demissões, de um universo de 6 mil pessoas, com o objetivo de buscar produtividade e maior eficiência... Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam”. No final da carta, ele pede “coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer. Como presidente, tenho compromisso com os acionistas, com a história da nossa empresa, com o nosso público e os nossos clientes. Estou motivado, principalmente, pela grande confiança que tenho no trabalho e no comprometimento de cada um de vocês”. Haja desapego dos “colegas”!
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Leia também:
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- RBS e a estratégia da desinformação
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- RBS deseduca o "Rio Grande"
- O manual de ética (cof cof!) da RBS
- Tarso rechaça editorial do Zero Hora
Como sempre ironiza Mino Carta, o Brasil é o único país do mundo em que os jornalistas chamam os seus patrões de “companheiros”. Talvez isto explique o cinismo de Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do grupo gaúcho de comunicação RBS, que nesta semana anunciou a demissão de 130 profissionais e ainda pediu “desapego” às vítimas. Em carta enviada aos trabalhadores da empresa – dona do “Zero Hora” e de outros jornais, de 18 emissoras de tevê e de inúmeras rádios –, “Duda”, como gosta de ser carinhosamente chamado, explicou que o corte drástico visa melhorar o desempenho da corporação e disse contar com a compreensão e o apoio dos demitidos e dos “colegas” que restaram no quadro funcional.
A carta, enviada nesta segunda-feira (4), é de um cinismo impressionante. O empresário garante que “a RBS não passa por uma crise financeira. Ao contrário. Estamos investindo e redesenhando nossa operação, buscando velocidade e desprendimento que são vitais para a preservação do nosso projeto empresarial”. Ele até lista várias medidas de ampliação do grupo. Mesmo assim, ele justifica o pé no traseiro de 130 trabalhadores, que poderão contar às suas famílias que a demissões foram por um motivo nobre – manter os altos lucros do patrão. “Quero convidar todos vocês a romper paradigmas, quebrar barreiras e colocar a RBS cada vez mais no grupo das empresas vencedoras”, conclama “Duda” Sirotsky.
“Teremos uma semana intensa pela frente, pois na quarta-feira (6) faremos cerca de 130 demissões, de um universo de 6 mil pessoas, com o objetivo de buscar produtividade e maior eficiência... Não estou de forma alguma insensível ao impacto que demissões geram na vida das pessoas e da própria empresa, porém acredito que tanto os profissionais quanto as empresas precisam repensar o modo como atuam”. No final da carta, ele pede “coragem, energia e desapego para deixar de fazer coisas que não agregam e investir no que pode nos fazer crescer. Como presidente, tenho compromisso com os acionistas, com a história da nossa empresa, com o nosso público e os nossos clientes. Estou motivado, principalmente, pela grande confiança que tenho no trabalho e no comprometimento de cada um de vocês”. Haja desapego dos “colegas”!
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