Por Igor Fuser, no jornal Brasil de Fato:
Mais além das particularidades de cada um, os conflitos políticos do mundo atual têm sua chave explicativa no modo como se inserem em um contexto maior, aquele que dá a tônica das relações internacionais desde o fim da Guerra Fria. Trata-se do empenho dos Estados Unidos em estender sua hegemonia a todo o planeta, eliminando ou anulando qualquer ator com capacidade para se opor às preferências e interesses do Império, mesmo em escala regional.
Aí reside a dimensão geopolítica de conflitos tão diferentes quanto a campanha golpista contra o chavismo na Venezuela, a guerra civil na Síria e a ofensiva liberal-fascista contra a Rússia (e os russos) na Ucrânia. Aí se situa, igualmente, a importância do Brics e da Unasul, esses dois pedregulhos nos sapatos do Tio Sam. Por mais limitadas que sejam essas iniciativas, sua simples existência propicia um espaço mais favorável à construção de “um mundo onde caibam muitos mundos”, nas palavras do Subcomandante Marcos.
As eleições brasileiras fazem parte desse embate global. Nem o imperialismo estadunidense nem os variados atores que se antepõem a ele são indiferentes ao futuro político do Brasil – um país de destaque entre os periféricos erroneamente chamados de “emergentes”. Se Dilma Rousseff alcançar a reeleição, o Brasil manterá (e, talvez, até aprofundará) seu papel entre os defensores de um mundo “multilateral”, palavra-código para a diluição do poder imperial dos EUA. Na América Latina, o cenário será mais propício para uma integração regional voltada para o desenvolvimento econômico e social e para a redução das diferenças, tanto as que separam os países uns dos outros quanto as existentes dentro de cada um deles.
Se, ao contrário, a atual presidenta for substituída por Marina Silva ou Aécio Neves (o que dá na mesma, vista a crescente convergência entre eles), a política externa “ativa e altiva” desaparecerá. O que virá em seu lugar já se pode vislumbrar com nitidez: submissão aos interesses dos EUA, adesão aos blocos de livre-comércio de figurino neoliberal, distanciamento dos parceiros latino-americanos que hoje compartilham o mesmo anseio de integração soberana.
Em síntese, festa em Wall Street, Tel Aviv e Miami; desconforto em Moscou, Ramallah e Caracas. À parte tudo o que nos diz respeito na esfera doméstica, é também isso o que estará em jogo em outubro próximo.
Mais além das particularidades de cada um, os conflitos políticos do mundo atual têm sua chave explicativa no modo como se inserem em um contexto maior, aquele que dá a tônica das relações internacionais desde o fim da Guerra Fria. Trata-se do empenho dos Estados Unidos em estender sua hegemonia a todo o planeta, eliminando ou anulando qualquer ator com capacidade para se opor às preferências e interesses do Império, mesmo em escala regional.
Aí reside a dimensão geopolítica de conflitos tão diferentes quanto a campanha golpista contra o chavismo na Venezuela, a guerra civil na Síria e a ofensiva liberal-fascista contra a Rússia (e os russos) na Ucrânia. Aí se situa, igualmente, a importância do Brics e da Unasul, esses dois pedregulhos nos sapatos do Tio Sam. Por mais limitadas que sejam essas iniciativas, sua simples existência propicia um espaço mais favorável à construção de “um mundo onde caibam muitos mundos”, nas palavras do Subcomandante Marcos.
As eleições brasileiras fazem parte desse embate global. Nem o imperialismo estadunidense nem os variados atores que se antepõem a ele são indiferentes ao futuro político do Brasil – um país de destaque entre os periféricos erroneamente chamados de “emergentes”. Se Dilma Rousseff alcançar a reeleição, o Brasil manterá (e, talvez, até aprofundará) seu papel entre os defensores de um mundo “multilateral”, palavra-código para a diluição do poder imperial dos EUA. Na América Latina, o cenário será mais propício para uma integração regional voltada para o desenvolvimento econômico e social e para a redução das diferenças, tanto as que separam os países uns dos outros quanto as existentes dentro de cada um deles.
Se, ao contrário, a atual presidenta for substituída por Marina Silva ou Aécio Neves (o que dá na mesma, vista a crescente convergência entre eles), a política externa “ativa e altiva” desaparecerá. O que virá em seu lugar já se pode vislumbrar com nitidez: submissão aos interesses dos EUA, adesão aos blocos de livre-comércio de figurino neoliberal, distanciamento dos parceiros latino-americanos que hoje compartilham o mesmo anseio de integração soberana.
Em síntese, festa em Wall Street, Tel Aviv e Miami; desconforto em Moscou, Ramallah e Caracas. À parte tudo o que nos diz respeito na esfera doméstica, é também isso o que estará em jogo em outubro próximo.
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