quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A "massa cheirosa" subversiva da Folha

Por Altamiro Borges

Eliane Cantanhêde, a da “massa cheirosa” tucana, parece angustiada com os resultados das últimas pesquisas. O “furacão” Marina Silva perdeu intensidade; Aécio Neves estacionou no “aecioporto”; já Dilma Rousseff dá sinais de que pode ser reeleita no primeiro turno. Diante deste cenário, a colunista da Folha resolveu culpar os movimentos sociais brasileiros. No artigo intitulado “Silêncio ensurdecedor”, ela acusa a UNE, a CUT e o MST de não terem feito oposição à atual presidenta. Isto explicaria a possível vitória da temida “lulopetista”. Para esta perigosa subversiva do PSDB, a sociedade deveria acordar e ocupar as ruas para desmascarar e derrotar o governo.

“Com esse papo de direita e esquerda, o PT conseguiu esconder uma triste realidade dos governos Lula e Dilma: os movimentos sociais sumiram. E como fazem falta! A UNE virou puxa-saco do poder. A CUT nunca ficou tão fora dos microfones. O MST está esperando sentado a alternância no governo para voltar a infernizar”, critica a esquerdista tucana. No seu desespero, a jornalista deixou de acompanhar o próprio noticiário. Nos últimos anos, houve uma retomada das greves no Brasil, lideradas pelas várias centrais sindicais; os estudantes realizaram várias manifestações e obtiveram conquistas, como a aprovação do Plano Nacional da Educação (PNE); e os sem-terra mantiveram as ocupações e os protestos de rua.

No seu partidarismo, a “massa cheirosa” da Folha beira o ridículo. Ela afirma: “A Petrobras é dilapidada e não se ouve um só grito de estudantes e de sindicatos”. Na semana passada, sob a direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP), ocorreu um “abraço” à sede central da Petrobras no Rio de Janeiro. Lógico que não foi pelos motivos pregados pela falsa moralista. Trabalhadores, estudantes e sem-terra criticaram a ofensiva da direita – estrangeira e nativa – contra a Petrobras e o pré-sal. Os manifestantes rejeitaram as propostas privatistas e entreguistas do tucano Aécio Neves e da ex-verde Marina Silva. A mídia “privada” não deu destaque para o “abraço”, o que talvez explique a “barriga” de Eliane Cantanhêde.

Ao final do artigo, a ultrarrevolucionária lamenta a ausência das lutas sociais. “Saudade do PT na oposição, das forças vivas, da pressão legítima, da indignação produtiva. Saudade de jovens críticos e não cooptáveis”. Para a serviçal da Folha, a única força de oposição que restou no Brasil é a mídia, que cumpre o papel de “incomodar os poderosos de plantão, questionar dados e versões, pressionar por avanços, exigir de volta a nossa Petrobras”. Haja cinismo! O desespero produz cada absurdo!

Em tempo: Eliane Cantanhêde podia aproveitar esta fase incendiária para liderar uma greve contra as demissões, a precarização do trabalho e os péssimos salários da Folha. A famiglia Frias aceitaria esta "pressão legítima", esta "indignação produtiva", numa boa!

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