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Faltam aproximadamente 15 dias para a eleição presidencial, talvez a mais disputada desde a redemocratização de nosso país. De um lado, as forças progressistas que há 12 anos estão no comando do executivo buscando implementar, mesmo que devagar, mudanças significativas nas relações sociais e políticas.
Do outro lado, em duas candidaturas, temos as forças neoliberais, em conjunto com a mídia, sedentos por voltar a conduzir o país nos rumos do arrocho salarial, privatizações e política externa comandada pelos barões norte americanos.
Nada seria novo se não existisse desta vez um acidente aéreo, no mínimo misterioso, que vitimou o ex-governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos, levando o país a uma comoção imensa que culminou na candidatura de Marina Silva em seu lugar.
A ex-ministra do Meio Ambiente, de maneira extremamente sagaz, trouxe consigo uma parcela significativa do eleitorado que clamava por mudanças, os mesmos que em junho de 2013 ocuparam as ruas do país pedindo transformações no estado brasileiro.
A maior parte destes rebeldes, não percebeu que a candidatura da ex-verde, não tinha nada de novo em relação aos principais presidenciáveis; aliás, tinha (e tem) sim: uma agenda neoliberal mais impactante que a dos próprios tucanos, algo inimaginável para quem tem a história de vida de uma ex-seringueira.
Marina Silva, infelizmente, representa tudo de pior que pode existir no mundo político, o chamado oportunismo. Com um projeto pessoal de poder que não inclui nada e nem ninguém à exceção dela mesma, a acreana trai todos os acordos que um dia fez ou as bandeiras que um dia defendeu para ficar refém de banqueiros e militares odiosos com os rumos que o Brasil tomou na última década.
Sem dúvida é decepcionante para alguém que militou com Chico Mendes e que durante 27 anos exerceu mandatos eletivos com a legenda petista agora usar de um discurso de ódio contra as pessoas que ela um dia chamou de “companheiras”.
Entretanto, o efeito comotivo da trágica morte de Eduardo Campos, não dura para sempre. A máscara da candidata está caindo, ela está perdendo pontos importantes nas intenções de voto, sua rejeição está aumentando a cada dia (principalmente pelo apoio de figuras repugnantes como Silas Malafaia e Marcos Feliciano que defendem tudo de pior, como a violência contra os homossexuais e o discurso de ódio contra a esquerda, que culminou na morte de um militante do PT do Paraná) e o próprio mercado neoliberal que a financia,começa a ficar preocupado, podendo, inclusive, voltar a apoiar o tucano Aécio Neves, até então carta fora do baralho.
Se fosse para apostar nos rumos que cada campanha está tomando, com destaque para as patacoadas que Marina tem cometido contra ela mesma (vide o recuo sobre a questão LGBTT após twites de Malafaia, independência do Banco Central e o possível ataque a CLT), a campanha contra ela que tomou as redes sociais esclarecendo a todos e todas quem a ex-senadora representa de fato e o terceiro lugar dos tucanos em Minas Gerais, reduto da família Neves desde sempre, eu apostaria na vitória de Dilma no Primeiro Turno, mas não descartaria um segundo turno entre PT e PSDB.
Para justificar minha opinião, me baseio na leve melhora de desempenho do ex-governador de Minas Gerais, na queda de intenções e aumento da rejeição contra Marina e no eleitorado conservador e anti-petista presente no principal estado da Federação: São Paulo (só observar as recentes propagandas eleitorais paulistas com o senador mineiro e o governador Alckmin juntos).
Não chego ao ponto de dizer que Marina está derrotada, mas com base nos números é possível afirmar que ela já teve sua alta. E, como todo império sem sustentação, após o apogeu, sempre vem à queda. Queda esta, em geral, que acontece de uma vez, mais rápido que os imperadores (ou presidenciáveis) esperam...
* Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe) é biólogo, especialista em gestão ambiental, mestrando em sustentabilidade pela UFOP/MG e diretor de Universidades Públicas da ANPG.
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