Por A. Sérgio Barroso
Conhecidíssimo como sabujo ponta-de-lança da principal organização político-ideológica e de propaganda dos Frias (a Folha de São Paulo, jornal mundialmente desmoralizado por ter inventado uma “ditabranda” no Brasil entre 1964-1985), Clóvis Rossi, de seu Conselho editorial acaba de entrar para a história do Brasil como o perverso aldrabão do jornalismo metido a político.
Seu artigo-panfleto (claramente) eleitoreiro “Desigualdade, desaba uma lenda”, publicado hoje (25/09/2014, p. A20), tenta mergulhar a dignidade nacional num pântano de humilhação e atraso falsificados. Joga com as palavras para fazer acreditar que não houve redução das desigualdades sociais no país sob os governos de Lula e Dilma; que tal redução “não passa de um mito”, arrota ele.
Utilizando declarações (então corretas: “as pesquisas não captam bem a renda dos ricos e do capital em geral”) de Marcelo Neri, de 2008 – Neri então estava longe do governo Lula -, bem como aspectos de uma pesquisa de técnicos da UnB/IPEA, o trapaceiro Rossi afirma que o primeiro passou a ser “o mais renitente trombeteador da lenda” da redução das desigualdades; e que, diferentemente de Neri, os três pesquisadores “fuçaram dados do imposto de renda”, para em seguida Rossi usar - e comemorar! - a frase dum artigo de uma repórter do próprio jornalão dele, a qual teria escrito que “é provável” que a queda da desigualdade “não tenha ocorrida ou tenha sido muito inferior ao que é comumente medido”.
O desarvorado jornalista neoliberal, manipulando dados gerais e desconectados de qualquer conceituação metodológica, então conclui que se deve esperar, a partir de agora, que jornalistas e distraídos “parem de falar sempre que desigualdade diminuiu no Brasil”, pois isto “já não seria lenda, mas fraude”.
Ora, como Rossi não passa de um analista fraudulento em matéria de conhecimentos sobre Economia do Trabalho e de mercado de trabalho, seus objetivos são de fazer campanha eleitoral contra a presidenta Dilma; e, dissimulando, buscar enterrar as conquistas sociais dos últimos doze anos; desatinos que o levam a fazer esconder informações do arco da velha acerca de metodologias de pesquisa sobre estrutura social e distribuição de renda no Brasil.
Note-se logo que o debate sobre a quase impossibilidade de se captar em pesquisas domiciliares a riqueza real dos ricos é mais velho do que de cagar de cócoras. Crítica metodológica que se aperfeiçoou nas últimas décadas no Brasil e que voltou recentemente à cena internacional com o estudo do grupo do economista francês Thomas Piquetty. Nele, Piketty esforça-se para desmiuçar a renda patrimonial (financeira) como sendo e tendo acrescido às desigualdades velozmente durante os anos do neoliberalismo - defendidos por Rossi seu jornalão, é claro.
Ora, tudo isso já fora explicado em 2008 e em detalhes pelo respeitado especialista em estrutura social e distribuição de renda no Brasil, professor Waldir Quadros, economista da Unicamp. No elogiado trabalho de Quadros, “A evolução da estrutura social brasileira. Notas metodológicas”, (Texto para Discussão, IE/UNICAMP nº 147, novembro 2008), pode-se ler:
“(...) frequentemente nas apresentações da metodologia somos indagados sobre onde estão os ricos nesta estrutura social. A resposta é que os ricos não estão incluídos. Como sabem os pesquisadores do IBGE e estudiosos mais avisados, é algo extremamente raro conseguir-se aplicar o questionário em domicílios de ricos. E mesmo nos casos estatisticamente irrelevantes de sucesso, o mais provável é que o entrevistado dissimule sua condição social transmitindo um perfil de (alta) classe média”. (grifos nossos)
A propósito, vale sublinhar que essa a citação de Quadros baseia-se num estudo de outro conhecido pesquisador e, por incrível que pareça estudioso sério e há um longo tempo vinculado ao partido dos tucanos, o professor Gilberto Dupas! [1]
Assim, redução das desigualdades sociais no Brasil, sob Lula e Dilma é uma realidade reconhecida nacional e internacionalmente – não há qualquer dúvida sobre isso. O que significa dizer: o fato (conhecido anos a fio) de não se capturar adequadamente a real riqueza dos ricos em pesquisas domiciliares no Brasil - por óbvio - nada tem a ver com a melhoria, crescimento e avanços reais da renda do trabalho e sua distribuição, conforme determinada metodologia capaz de mensurar deslocamentos nas faixas (ou “classes”) da chamada pirâmide social.
E, como o leitor (paciente e) interessado poderá reconfirmar, segue abaixo outro importante estudo do mesmo Waldir Quadros, mais abrangente, denominado: “2009 a 2012: heterodoxia impulsiona melhorias sociais” (Texto para discussão nº 230, Maio de 2014, Unicamp/IE).
Como disse, Rossi transmutou-se num ilusionista de quinta categoria. Trapaceando, sua luta desesperada – e não praticar jornalismo analítico - é contra a reeleição de Dilma Rousseff. Rossi se encontra em pânico pela iminente derrota de suas duas candidaturas oposicionistas e reacionárias: Marina e Aécio.
Para isso, dissimula, manipula, atacando visceralmente as ainda pequenas, mas substantivas, conquistas sociais de uma parcela enorme e sofrida do povo brasileiro.
http://www.eco.unicamp.br/docprod/downarq.php?id=3344&tp=a
Notas
[1] Ver a referência de Quadros a: DUPAS, Gilberto (Org.). Espaços para o crescimento sustentado da economia brasileira. São Paulo: Editora Unesp / IEEI, 2007.
Conhecidíssimo como sabujo ponta-de-lança da principal organização político-ideológica e de propaganda dos Frias (a Folha de São Paulo, jornal mundialmente desmoralizado por ter inventado uma “ditabranda” no Brasil entre 1964-1985), Clóvis Rossi, de seu Conselho editorial acaba de entrar para a história do Brasil como o perverso aldrabão do jornalismo metido a político.
Seu artigo-panfleto (claramente) eleitoreiro “Desigualdade, desaba uma lenda”, publicado hoje (25/09/2014, p. A20), tenta mergulhar a dignidade nacional num pântano de humilhação e atraso falsificados. Joga com as palavras para fazer acreditar que não houve redução das desigualdades sociais no país sob os governos de Lula e Dilma; que tal redução “não passa de um mito”, arrota ele.
Utilizando declarações (então corretas: “as pesquisas não captam bem a renda dos ricos e do capital em geral”) de Marcelo Neri, de 2008 – Neri então estava longe do governo Lula -, bem como aspectos de uma pesquisa de técnicos da UnB/IPEA, o trapaceiro Rossi afirma que o primeiro passou a ser “o mais renitente trombeteador da lenda” da redução das desigualdades; e que, diferentemente de Neri, os três pesquisadores “fuçaram dados do imposto de renda”, para em seguida Rossi usar - e comemorar! - a frase dum artigo de uma repórter do próprio jornalão dele, a qual teria escrito que “é provável” que a queda da desigualdade “não tenha ocorrida ou tenha sido muito inferior ao que é comumente medido”.
O desarvorado jornalista neoliberal, manipulando dados gerais e desconectados de qualquer conceituação metodológica, então conclui que se deve esperar, a partir de agora, que jornalistas e distraídos “parem de falar sempre que desigualdade diminuiu no Brasil”, pois isto “já não seria lenda, mas fraude”.
Ora, como Rossi não passa de um analista fraudulento em matéria de conhecimentos sobre Economia do Trabalho e de mercado de trabalho, seus objetivos são de fazer campanha eleitoral contra a presidenta Dilma; e, dissimulando, buscar enterrar as conquistas sociais dos últimos doze anos; desatinos que o levam a fazer esconder informações do arco da velha acerca de metodologias de pesquisa sobre estrutura social e distribuição de renda no Brasil.
Note-se logo que o debate sobre a quase impossibilidade de se captar em pesquisas domiciliares a riqueza real dos ricos é mais velho do que de cagar de cócoras. Crítica metodológica que se aperfeiçoou nas últimas décadas no Brasil e que voltou recentemente à cena internacional com o estudo do grupo do economista francês Thomas Piquetty. Nele, Piketty esforça-se para desmiuçar a renda patrimonial (financeira) como sendo e tendo acrescido às desigualdades velozmente durante os anos do neoliberalismo - defendidos por Rossi seu jornalão, é claro.
Ora, tudo isso já fora explicado em 2008 e em detalhes pelo respeitado especialista em estrutura social e distribuição de renda no Brasil, professor Waldir Quadros, economista da Unicamp. No elogiado trabalho de Quadros, “A evolução da estrutura social brasileira. Notas metodológicas”, (Texto para Discussão, IE/UNICAMP nº 147, novembro 2008), pode-se ler:
“(...) frequentemente nas apresentações da metodologia somos indagados sobre onde estão os ricos nesta estrutura social. A resposta é que os ricos não estão incluídos. Como sabem os pesquisadores do IBGE e estudiosos mais avisados, é algo extremamente raro conseguir-se aplicar o questionário em domicílios de ricos. E mesmo nos casos estatisticamente irrelevantes de sucesso, o mais provável é que o entrevistado dissimule sua condição social transmitindo um perfil de (alta) classe média”. (grifos nossos)
A propósito, vale sublinhar que essa a citação de Quadros baseia-se num estudo de outro conhecido pesquisador e, por incrível que pareça estudioso sério e há um longo tempo vinculado ao partido dos tucanos, o professor Gilberto Dupas! [1]
Assim, redução das desigualdades sociais no Brasil, sob Lula e Dilma é uma realidade reconhecida nacional e internacionalmente – não há qualquer dúvida sobre isso. O que significa dizer: o fato (conhecido anos a fio) de não se capturar adequadamente a real riqueza dos ricos em pesquisas domiciliares no Brasil - por óbvio - nada tem a ver com a melhoria, crescimento e avanços reais da renda do trabalho e sua distribuição, conforme determinada metodologia capaz de mensurar deslocamentos nas faixas (ou “classes”) da chamada pirâmide social.
E, como o leitor (paciente e) interessado poderá reconfirmar, segue abaixo outro importante estudo do mesmo Waldir Quadros, mais abrangente, denominado: “2009 a 2012: heterodoxia impulsiona melhorias sociais” (Texto para discussão nº 230, Maio de 2014, Unicamp/IE).
Como disse, Rossi transmutou-se num ilusionista de quinta categoria. Trapaceando, sua luta desesperada – e não praticar jornalismo analítico - é contra a reeleição de Dilma Rousseff. Rossi se encontra em pânico pela iminente derrota de suas duas candidaturas oposicionistas e reacionárias: Marina e Aécio.
Para isso, dissimula, manipula, atacando visceralmente as ainda pequenas, mas substantivas, conquistas sociais de uma parcela enorme e sofrida do povo brasileiro.
http://www.eco.unicamp.br/docprod/downarq.php?id=3344&tp=a
Notas
[1] Ver a referência de Quadros a: DUPAS, Gilberto (Org.). Espaços para o crescimento sustentado da economia brasileira. São Paulo: Editora Unesp / IEEI, 2007.
Clóvis Rossi tem razão ele não vê as tais conquistas, por que nuna soube ou percebeu um pobre, um andarilho, um desempregado, um faminto, não que ele seja obrigado a ir nos lugares onde estão, mais simples era olhar para o lado ou ler seu Jornal, esta ferramenta sempre publicou a miséria do Brasil, Clóvis já olhou demais seu umbigo.
ResponderExcluiracostumados a torcer pró OU contra não sabem observar nada controvertido...
ResponderExcluirjulio cesar montenegro