terça-feira, 23 de setembro de 2014

Credibilidade da mídia no fundo do poço

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Do blog de Zé Dirceu:

Ideal seria que todos os brasileiros, pelo menos aqueles envolvidos com a política, a economia, o social, as atividades fins do país, mais os formadores de opinião tivessem acesso, pudessem ler e fazer essa análise hoje.`Pelo que veio e se viu no sábado e domingo passados, começamos uma semana e tanto para a credibilidade das revistas, por exemplo.

A começar pela IstoÉ. Virou um verdadeiro site do PSDB, da campanha do candidato do partido coligado com o DEM, senador Aécio Neves. A cobertura da campanha na edição desta semana está toda dirigida inclusive nas matérias sobre os candidatos a governador, Iris Rezende, do PMDB, em Goiás, e Fernando Pimentel, do PT em Minas Gerais.

IstoÉ, como as outras duas semanais Veja e Época, não esconde sua preferência por Aécio. As três poderiam ter nos poupado do vexame, da barriga em que entram na cobertura que dão sobre o material errado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD 2013 / IBGE. Mas como foram editadas e fechadas antes do reconhecimento do erro pelo Instituto, ficaram ridículas.

Não dá para saber qual das revistas é a pior

No geral, não dá nem para saber quem é pior, se a IstoÉ com sua reportagem sobre o “desespero” na campanha do PT e da reeleição da presidenta Dilma Rousseff, se as outras ao tratar dessa questão…Pior e mais antijornalístico, ainda, é que isso é a cobertura de uma semana em que a candidata Dilma aparece com 7 a 9 pontos na frente da adversária do PSB, a ex-senadora Marina Silva e em que ambas aparecem empatadas nas projeções de 2º turno.

Em comum, e seguindo o exemplo da Folha de S.Paulo, todas as revistas tentam caracterizar as criticas do PT e da campanha da presidenta Dilma a Marina como “ataques”, “desconstrução”, “bater em Marina”… Em comum as revistas, Veja e Época especialmente, em toda a edição procuram induzir o leitor a considerar que o eleitor não sabe votar, não vota com a razão. Tudo porque o candidato da “racionalidade” para elas, Aécio Neves empacou no 3º lugar.

Nessa, inclusive, escondem sem nenhum pudor as ligações com Aécio do presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), ex-senador Clésio Andrade (PMDB-MG) – ele renunciou quando estava prestes a ser julgado pelo “mensalão” de Minas – agora envolvido em novo escândalo, denúncias de desvio de dinheiro em entidades a ele vinculadas, o SEST/SENAT. Não adianta tentar reescrever a história na marra. Clésio foi vice-governador do governador Aécio Neves.

Já que a Veja não surpreende mais porque há muito tempo deixou de ser revista e é mero panfleto político da direita mais reacionária e radical, nesse tipo de comportamento editorial, pior mesmo é a IstoÉ que, agora, seguindo as pegadas da Veja, a cada semana vem com uma reportagem encomendada de alguma campanha regional – nas duas últimas semanas, nessa parte, capricha em relação ao Ceará.

E os jornalões

Não ficam atrás das revistas em nada. Pelo contrário, parecem primar em segui-las. Durante a semana passada eles protagonizaram o ridículo espetáculo de esconder a realidade dando um espaço mínimo – ou não dando nada – à noticia sobre a redução da fome no Brasil dada pelo ONU. Nosso país, pela primeira vez na história, sai do mapa da fome no mundo.

Pelo relatório chamado Mapa da Fome 2013, divulgado em Roma pelo Funda das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU) nosso país nos últimos 12 anos – em 10 destes, sob governos do PT – entre 2001 e 2012 retirou 75% de sua população do estágio de pobreza absoluta e 65% da que vivia em estado de pobreza.

Isso ninguém deu, ou quando deu, escondeu. Então, para informação de vocês, a gente repete os índices aqui e avisa: o Brasil saiu do mapa da fome mundial, mas entra no mapa da censura. E a pior de todas, a feita pelos próprios donos dos meios de comunicação. A exemplo das revistas, os jornais também minimizam o envolvimento de Clésio Andrade, no escândalo envolvendo SEST/SENAT. Vários dirigentes destas entidades foram presas diante de evidências de enriquecimento.

As raras exceções e a pressa de Aloysio Nunes

À tentativa dos jornalões de esconder o fato, o Correio Braziliense e a Folha de S.Paulo são exceções – a Folha até coloca na 1ª página foto com uma fileira de carros apreendidos.O Estadão e O Globo abrem uma página, mas não destacam o tema na capa. E o Jornal da Globo, da TV da rede? Noticia o caso, sem associar Clésio ao tucanato.

O Painel da Folha conta que a campanha da presidenta Dilma programa explorar o caso, já que Cléio foi vice de Aécio, ambos de Minas…Um pressuroso senador Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB-SP), candidato a vice-presidente na chapa de Aécio, já sai a campo: “O que o Aécio tem que ver com a gestão do SEST? Isso não é problema dele. Qual é o partido atual do Clésio Andrade? É o PMDB, que apoia a Dilma”.

A desfaçatez da imprensa é tão grande que a IstoÉ investe contra a candidatura de Fernando Pimentel em Minas, pela investigação sobre desvio de R$ 5 milhões da prefeitura de Belo Horizonte. Mas, não traz nenhuma linha sobre seu adversário na disputa mineira, o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga e o mensalão tucano.

2 comentários:

  1. Até quando o PIG vai requentar "reporcagem" em período eleitoral e o governo, o judiciário e o parlamento vão ficar inerte. Toda eleição a história se repete e a tal da regulação da mídia não se concretiza.

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  2. É muito delicado, deve vir do povo...Se vier deles chamarão de "censura". Se vier do povo será "movimento". Precisamos é debater esse assunto com propriedade na forma mais profunda possível, levar isso aos estudantes, aos trabalhadores, grupos e aí sim, quem sabe, poderemos ter força suficiente para pressionar o poder.

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