Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Valeu, Brasileiros
Por um imperdoável lapso deste que vos escreve, provocado pela emoção e o desejo de falar pouco, já que não gosto de discurso, me esqueci de agradecer ao amigo e editor Hélio Campos Mello, e a toda sua equipe da brava revista Brasileiros, a generosa ajuda que me permitiu ganhar, mais uma vez, o Prêmio Comunique-se, na categoria mídia impressa, que recebi na noite desta terça-feira.
Se fosse agradecer a todo mundo - família, colegas, leitores, telespectadores e internautas _ que me permitiram chegar àquele palco do HSBC rodeado pelos melhores jornalistas do país, no ano em que completei 50 anos de profissão, passaria o resto da noite falando e, certamente, me esqueceria de alguém. Tinha que dedicar esse prêmio à equipe da Brasileiros, que neste ano comemorou oito anos nas bancas. Faço-o aqui, com a alma lavada e a felicidade do dever cumprido.
Valeu, obrigado a todos.
Vida que segue.
As curvas de todas as últimas pesquisas, desde a semana passada, incluindo o Ibope e o Vox Populi divulgados nesta terça-feira, mostram uma tendência clara: a "boca do jacaré" está se abrindo cada vez mais a favor da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, que vai aumentando a sua vantagem sobre Marina Silva
"Boca do jacaré" é uma figura de imagem utilizada pelos analistas e profissionais de pesquisa para definir o momento em que uma candidatura se descola da outra, uma curva apontando para cima e outra para baixo, saindo do empate técnico.
Na pesquisa Vox Populi, que foi para o ar no Jornal da Record, a diferença de Dilma para Marina é a maior: chegou a 18 pontos (40 a 22%), o que abre a possibilidade de uma vitória já no primeiro turno, pois Aécio Neves está com 17%. Por esta pesquisa, a presidente já teria um ponto a mais do que a soma dos outros dois.
A grande surpresa do levantamento ficou por conta das simulações para o segundo turno, em que Dilma, pela primeira vez, também aparece com uma larga vantagem: 46% das intenções de voto contra 39% da candidata do PSB.
Os índices do Ibope, levados ao ar pela TV Globo, confirmam essa tendência, mas com diferenças menores. Em relação à pesquisa da semana anterior, Dilma subiu de 36 para 38%, abrindo 9 pontos, enquanto Marina caia de 30 para 29%, e Aécio se mantinha firme no lugar com os mesmos 19%. No segundo turno, em que Marina já chegou a abrir 10 pontos de vantagem nas diversas simulações, as duas aparecem agora numericamente empatadas, pela primeira vez: 41 a 41.
À medida que vai arrefecendo a onda provocada por Marina Silva na campanha eleitoral, que cheguei a chamar de furacão, após a tragédia aérea de Eduardo Campos, o fenômeno me faz lembrar da trajetória do candidato Celso Russomanno, do pequeno PRB, na campanha municipal de São Paulo, em 2012.
Assim como Marina, ele surgiu como uma "terceira via" contra a polarização entre PT e PSDB, também sem ter uma aliança forte, nem ser apoiado por lideranças políticas importantes. Comunicador e defensor do consumidor, aparecia como uma espécie de "nova política" municipal. Em certo momento, antes do horário eleitoral, Russomanno disparou nas pesquisas, à frente do tucano José Serra e do petista Fernando Haddad, e alguns analistas chegaram a prever a possibilidade de uma vitória dele já no primeiro turno.
Assim como o foguete subiu, porém, em pouco tempo voltou a terra, ficando fora do segundo turno, vencido por Haddad. O que derrubou a zebra eleitoral foi a divulgação das suas propostas de governo, assim como está acontecendo com Marina agora, entre elas, a de implantar tarifas de ônibus cujo valor variava conforme a distância percorrida. Ou seja, o povo pobre da periferia distante pagaria mais do que os moradores da região central - uma ideia de jerico sugerida por algum assessor lunático (não confundir com "sonhático"), como ele próprio reconheceu numa conversa que tivemos depois da eleição.
Claro que cada eleição é uma história diferente, e nada tem a ver uma com a outra, mas são muitas as coincidências entre as duas campanhas. O que há de bem diferente é que, na eleição presidencial, o PSDB, pela primeira vez nos últimos 20 anos, pode ficar de fora do segundo turno, se é que vai haver. Parece que Aécio não tem jeito mesmo, apesar de todo o empenho do empresariado paulista, da mídia amiga e de Fernando Henrique Cardoso, como apontei no post anterior.
Vamos agora ver o que nos reserva a nova pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada nesta quinta-feira e poderá confirmar, ou não, esta fome do jacaré na reta final da campanha.
***
"Boca do jacaré" é uma figura de imagem utilizada pelos analistas e profissionais de pesquisa para definir o momento em que uma candidatura se descola da outra, uma curva apontando para cima e outra para baixo, saindo do empate técnico.
Na pesquisa Vox Populi, que foi para o ar no Jornal da Record, a diferença de Dilma para Marina é a maior: chegou a 18 pontos (40 a 22%), o que abre a possibilidade de uma vitória já no primeiro turno, pois Aécio Neves está com 17%. Por esta pesquisa, a presidente já teria um ponto a mais do que a soma dos outros dois.
A grande surpresa do levantamento ficou por conta das simulações para o segundo turno, em que Dilma, pela primeira vez, também aparece com uma larga vantagem: 46% das intenções de voto contra 39% da candidata do PSB.
Os índices do Ibope, levados ao ar pela TV Globo, confirmam essa tendência, mas com diferenças menores. Em relação à pesquisa da semana anterior, Dilma subiu de 36 para 38%, abrindo 9 pontos, enquanto Marina caia de 30 para 29%, e Aécio se mantinha firme no lugar com os mesmos 19%. No segundo turno, em que Marina já chegou a abrir 10 pontos de vantagem nas diversas simulações, as duas aparecem agora numericamente empatadas, pela primeira vez: 41 a 41.
À medida que vai arrefecendo a onda provocada por Marina Silva na campanha eleitoral, que cheguei a chamar de furacão, após a tragédia aérea de Eduardo Campos, o fenômeno me faz lembrar da trajetória do candidato Celso Russomanno, do pequeno PRB, na campanha municipal de São Paulo, em 2012.
Assim como Marina, ele surgiu como uma "terceira via" contra a polarização entre PT e PSDB, também sem ter uma aliança forte, nem ser apoiado por lideranças políticas importantes. Comunicador e defensor do consumidor, aparecia como uma espécie de "nova política" municipal. Em certo momento, antes do horário eleitoral, Russomanno disparou nas pesquisas, à frente do tucano José Serra e do petista Fernando Haddad, e alguns analistas chegaram a prever a possibilidade de uma vitória dele já no primeiro turno.
Assim como o foguete subiu, porém, em pouco tempo voltou a terra, ficando fora do segundo turno, vencido por Haddad. O que derrubou a zebra eleitoral foi a divulgação das suas propostas de governo, assim como está acontecendo com Marina agora, entre elas, a de implantar tarifas de ônibus cujo valor variava conforme a distância percorrida. Ou seja, o povo pobre da periferia distante pagaria mais do que os moradores da região central - uma ideia de jerico sugerida por algum assessor lunático (não confundir com "sonhático"), como ele próprio reconheceu numa conversa que tivemos depois da eleição.
Claro que cada eleição é uma história diferente, e nada tem a ver uma com a outra, mas são muitas as coincidências entre as duas campanhas. O que há de bem diferente é que, na eleição presidencial, o PSDB, pela primeira vez nos últimos 20 anos, pode ficar de fora do segundo turno, se é que vai haver. Parece que Aécio não tem jeito mesmo, apesar de todo o empenho do empresariado paulista, da mídia amiga e de Fernando Henrique Cardoso, como apontei no post anterior.
Vamos agora ver o que nos reserva a nova pesquisa Datafolha, que deve ser divulgada nesta quinta-feira e poderá confirmar, ou não, esta fome do jacaré na reta final da campanha.
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Valeu, Brasileiros
Por um imperdoável lapso deste que vos escreve, provocado pela emoção e o desejo de falar pouco, já que não gosto de discurso, me esqueci de agradecer ao amigo e editor Hélio Campos Mello, e a toda sua equipe da brava revista Brasileiros, a generosa ajuda que me permitiu ganhar, mais uma vez, o Prêmio Comunique-se, na categoria mídia impressa, que recebi na noite desta terça-feira.
Se fosse agradecer a todo mundo - família, colegas, leitores, telespectadores e internautas _ que me permitiram chegar àquele palco do HSBC rodeado pelos melhores jornalistas do país, no ano em que completei 50 anos de profissão, passaria o resto da noite falando e, certamente, me esqueceria de alguém. Tinha que dedicar esse prêmio à equipe da Brasileiros, que neste ano comemorou oito anos nas bancas. Faço-o aqui, com a alma lavada e a felicidade do dever cumprido.
Valeu, obrigado a todos.
Vida que segue.
Parabéns Ricardo Kotscho>
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