Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:
As eleições brasileiras eram uma a mais no denso calendário eleitoral latino-americano, até que a candidatura da Marina colocou os focos do mundo sobre o Brasil. Alguns com esperanças de uma virada radical na política interna e externa do país, outros preocupados com essas possíveis mudanças.
A imagem, até ali, da Marina, era ainda aquela de alguns anos atrás: ministra do governo Lula, que tinha resistido a vários grandes projetos energéticos, em nome do preservacionismo ecologista, que tinha sido candidata do Partido Verde em 2010 e tinha surpreendido com cerca de 20 milhões de votos. Uma imagem simpática e até mesmo entusiasmante para os que criticam, no campo da esquerda, governos como o de Lula e o de Dilma.
Quando o quadro eleitoral parecia definido, um suspeito – pela forma, pelo momento e pelas consequências políticas – acidente aéreo mudou o cenário. A divulgação dos pontos essenciais do programa da Marina suscitou reações imediatas fora do Brasil. Reações do tamanho da importância que o Brasil ganhou no mundo.
Surpreendida agradavelmente, a direita mundial, em todas as suas expressões, saudou essa novidade que o Brasil trazia. De repente, quando menos se esperava, com o isolamento dos EUA em relação à América do Sul, diante do fortalecimento dos processos de integração regional, diante dos acordos dos Brics, um país que tem um papel chave nesses processos, poderia ser ganho para as teses norte-americanas!
O presente parecia até excessivo para ser verdade. Mas se aliavam às teses de livre comércio anunciadas por Marina, com sua liderança, em um certo momento aparentemente inexpugnável, para projetar a possibilidade real do deslocamento do Brasil da sua política exterior e do próprio modelo alternativo ao neoliberalismo, para as propostas do FMI e do Banco Mundial.
Parecia que finalmente o Brasil se despertaria da letargia que os governos do PT tinham imposto ao país, para chegar à consciência de que era um caminho equivocado e de fracasso. A candidatura da Marina recebeu, de imediato, o apoio entusiasta e ativo do lobby midiático que tem agido nestes anos contra o Brasil de Lula: TheEconomist, Financial Times, The Wall Street Journal, El Pais, entre outros.
Por outro lado, a preocupação com as consequências de uma eventual guinada radical do Brasil tanto no modelo interno, quanto na sua política internacional, se alastrou tanto entre os países aliados na América Latina, como na esquerda em todas as regiões, que passaram a se dar conta do peso que o Brasil adquiriu na construção de alternativas no campo internacional.
Acordos bilaterais como os anunciados por Marina significariam abandonar o Mercosul e a atitude crítica em relação à Unasul e até mesmo aos Brics, representariam uma reinserção drástica do Brasil no plano internacional, retomando o caminho interrompido pelo governo Lula, quando brecou a Área de Livre Comércio das Américas em 2003 e priorizou os processos de integração regional e os intercâmbios Sul-Sul.
Países como a Argentina, o Equador, a Bolívia, Cuba, a Venezuela, o Uruguai, já manifestaram suas preocupações sobre os efeitos negativos para as vias escolhidas por esses governos na luta contra o neoliberalismo e contra a hegemonia imperial norte-americana.
No auge da ascensão da candidatura de Marina já surgiam especulações sobre as guinadas que significaria no Itamaraty e suas consequências no plano internacional, assim como apressadas projeções sobre que tipo de personagem poderia voltar a chefiar a diplomacia brasileira.
A reversão das tendências das pesquisas eleitorais fazem com essas especulações possam ter se demonstrado apressadas, mas demonstram que caminhos distintos estão projetados para o Brasil, caso a candidatura da Marina venha a triunfar.
A imagem, até ali, da Marina, era ainda aquela de alguns anos atrás: ministra do governo Lula, que tinha resistido a vários grandes projetos energéticos, em nome do preservacionismo ecologista, que tinha sido candidata do Partido Verde em 2010 e tinha surpreendido com cerca de 20 milhões de votos. Uma imagem simpática e até mesmo entusiasmante para os que criticam, no campo da esquerda, governos como o de Lula e o de Dilma.
Quando o quadro eleitoral parecia definido, um suspeito – pela forma, pelo momento e pelas consequências políticas – acidente aéreo mudou o cenário. A divulgação dos pontos essenciais do programa da Marina suscitou reações imediatas fora do Brasil. Reações do tamanho da importância que o Brasil ganhou no mundo.
Surpreendida agradavelmente, a direita mundial, em todas as suas expressões, saudou essa novidade que o Brasil trazia. De repente, quando menos se esperava, com o isolamento dos EUA em relação à América do Sul, diante do fortalecimento dos processos de integração regional, diante dos acordos dos Brics, um país que tem um papel chave nesses processos, poderia ser ganho para as teses norte-americanas!
O presente parecia até excessivo para ser verdade. Mas se aliavam às teses de livre comércio anunciadas por Marina, com sua liderança, em um certo momento aparentemente inexpugnável, para projetar a possibilidade real do deslocamento do Brasil da sua política exterior e do próprio modelo alternativo ao neoliberalismo, para as propostas do FMI e do Banco Mundial.
Parecia que finalmente o Brasil se despertaria da letargia que os governos do PT tinham imposto ao país, para chegar à consciência de que era um caminho equivocado e de fracasso. A candidatura da Marina recebeu, de imediato, o apoio entusiasta e ativo do lobby midiático que tem agido nestes anos contra o Brasil de Lula: TheEconomist, Financial Times, The Wall Street Journal, El Pais, entre outros.
Por outro lado, a preocupação com as consequências de uma eventual guinada radical do Brasil tanto no modelo interno, quanto na sua política internacional, se alastrou tanto entre os países aliados na América Latina, como na esquerda em todas as regiões, que passaram a se dar conta do peso que o Brasil adquiriu na construção de alternativas no campo internacional.
Acordos bilaterais como os anunciados por Marina significariam abandonar o Mercosul e a atitude crítica em relação à Unasul e até mesmo aos Brics, representariam uma reinserção drástica do Brasil no plano internacional, retomando o caminho interrompido pelo governo Lula, quando brecou a Área de Livre Comércio das Américas em 2003 e priorizou os processos de integração regional e os intercâmbios Sul-Sul.
Países como a Argentina, o Equador, a Bolívia, Cuba, a Venezuela, o Uruguai, já manifestaram suas preocupações sobre os efeitos negativos para as vias escolhidas por esses governos na luta contra o neoliberalismo e contra a hegemonia imperial norte-americana.
No auge da ascensão da candidatura de Marina já surgiam especulações sobre as guinadas que significaria no Itamaraty e suas consequências no plano internacional, assim como apressadas projeções sobre que tipo de personagem poderia voltar a chefiar a diplomacia brasileira.
A reversão das tendências das pesquisas eleitorais fazem com essas especulações possam ter se demonstrado apressadas, mas demonstram que caminhos distintos estão projetados para o Brasil, caso a candidatura da Marina venha a triunfar.
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