quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Gilmar Mendes apela para salvar Arruda

Por Altamiro Borges

O ministro Gilmar Mendes, tão valente no julgamento midiático do chamado “mensalão do PT”, não esconde as suas preferências partidárias. Nesta quarta-feira (10), ele voltou a travar o processo de impugnação da candidatura de José Roberto Arruda ao governo do Distrito Federal. Segundo a Agência Brasil, durante sessão do Tribunal Superior Eleitoral, ele pediu vista para o recurso do ex-demo contra a sentença anterior do TSE. “Antes da interrupção do julgamento, os ministros Henrique Neves e Admar Gonzaga votaram pela rejeição do recurso por entenderem que não houve erros ou contradições na decisão”. Com a manobra descarada, não há novo prazo para o julgamento e Arruda segue fazendo campanha.

Em 26 de agosto, a maioria dos ministros manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, que negou o registro da candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Ele fora condenado por “improbidade administrativa”, em 9 de julho, com base nas provas da Polícia Federal na chamada “Operação Caixa de Pandora”. As investigações confirmaram que o ex-governador do Distrito Federal encabeçou o milionário esquema de corrupção conhecido como “mensalão do DEM”. Vários vídeos e áudios do escândalo de corrupção foram divulgados. As provas, porém, não convenceram Gilmar Mendes – o mesmo dos habeas corpus para o agiota Daniel Dantas e para o médico estuprador Roger Abdelmassih.

Como protestou Alan Souza, em matéria no Jornal GGN desta quinta-feira (11), “depois de FHC ter confirmado publicamente o pedido a Gilmar Mendes para votar a favor de Arruda no TSE, o ministro do STF parece ter perdido totalmente a compostura e o pudor. Agindo sem qualquer preocupação de disfarçar suas ações parciais, ele pediu vistas do processo de Arruda e impediu que a sua campanha fosse suspensa desde já”. Pelas pesquisas, o ex-demo lidera a disputa no Distrito Federal. No último Datafolha, ele aparece com 37% das intenções de voto. Ele pode até vencer e abrir nova crise institucional, com a sua cassação na sequência. Mas o ministro Gilmar Mendes parece não se importar muito com isso!

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