segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Marina e o faz de conta no debate do SBT

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Um problema dos debates no SBT é que você fica sempre esperando que, a qualquer momento, Silvio Santos vá sair da coxia gritando “quem quer dinheiro, oeeee??”

Silvio não apareceu, mas Suplicy passou o tempo antes do programa jogando conversa fora com os jornalistas. Me contou que pretende organizar uma maratona com os demais candidatos ao Senado e garantiu que está fazendo 4 mil metros em 40 minutos. Eu acredito. Atrasado, Serra chegou só no segundo bloco.

O DCM acompanhou o encontro no SBT. O clima tenso entre os “três irmãos siameses”, segundo o achado de Luciana Genro, era patente. Dilma já partiu para o ataque a Marina de cara; Aécio, num erro estratégico que não vem de hoje, foi para cima de Dilma e não de Marina, que lhe rouba votos num ritmo malufista. Marina bateu em ambos, mas paira acima deles.

Como nas outras ocasiões, os nomes sem chance proporcionam os melhores momentos. Eduardo Jorge em sua utopia hippie e falta de noção, Luciana Genro em modo irônico, o semi picareta Levy “Ponto Fora da Curva” Fidelix. E o Pastor Everaldo ainda sem fazer sentido.

A participação dos jornalistas foi decisiva. Se no debate da Band os caquéticos Boris Casoy e José Paulo de Andrade transportaram os telespectadores para a Guerra Fria, no SBT as perguntas foram incisivas e atuais. Levy nunca mais olhará Kennedy Alencar da mesma maneira.

Na falta da Hebe, que deus a tenha, o que fica do debate é que o Brasil parece ter ganhado desde já sua imperatriz, sua santa padroeira, seu farol, sua fada madrinha, sua redentora. Se Marina Silva sempre teve uma postura professoral, na tarde do dia primeiro de setembro ela caprichou.

Compreensivelmente, elegeu Dilma seu alvo preferencial. Insistiu ao menos duas vezes na tese de que Dilma não admite as próprias falhas. “A candidata não consegue fazer uma coisa que é essencial para quem pretende fazer um segundo mandato, que é reconhecer os erros. Porque se não reconhece os erros, não tem com repará-los”, ensinou, magnânima.

Fez questão de se alinhar a FHC e Lula, como se fizesse parte de outra linhagem, bem diferente da daqueles manés ao seu lado. O lugar de Dilma era, na verdade, seu por direito divino. Sua “nova política” é a dos “bons”. Ela tem a receita para salvar o país, especialmente da usurpadora de vermelho.

Acima do bem e do mal, Marina dá aulas para Dilma e Aécio. Não há, na verdade, nada que lhe permita posar de grande realizadora. É preciso lembrar que Marina ficou em terceiro lugar em seu estado de origem, o Acre, em 2010. Por quê? De acordo com a própria, “é difícil ser profeta em sua própria terra”.

Em matéria de não assumir equívocos, a inefável Marina não tem qualquer razão para se colocar num pedestal tão inatingível. Ela afirma que a mudança no programa de governo com relação ao casamento gay - que não resistiu a quatro tuítes cafajestes de Silas Malafaia - se deve a um erro da “coordenação”.

De quem na coordenação? Essa pessoa, ou essas pessoas, foram demitidas? Ninguém sabe. O programa foi divulgado sem a sua aprovação, portanto? Você, certamente, não leu porque não é obrigado. Mas esta não deveria ser a obrigação dela?

Os dois principais contendores de MS levam uma enorme desvantagem, que é a de terem governado. Lidaram - com maior ou menor êxito em diversas áreas - com questões da vida real nos últimos anos. Marina pertence ao mundo das possibilidades e explora essa condição com arrogância e irresponsabilidade.

É um adversário difícil porque combatê-la significa lutar contra o que ela simboliza. Qual a obra de MS? Passou pelo PT - saiu. Passou pelo PV - saiu (com uma cláusula que a desobrigava de encampar bandeiras que se contrapunham a suas crenças religiosas). Tentou fundar a Rede - não conseguiu. Está de passagem pelo PSB.

Está acima de todos. A virtuosa Marina não é apenas uma política melhor. É uma pessoa moralmente mais equipada, honesta, transparente e muito mais íntegra. Apenas pertence ao mundo da fantasia, mais ou menos como o Silvio Santos.

2 comentários:

  1. Cuidado aposentados eleitores: Presidente Dilma não vai acabar com o Fator Previdenciário
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    A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, disse na cidade de Novo Hamburgo (RS), sexta-feira (22/08), que não pretende acabar com o Fator Previdenciário, uma bandeira de luta histórica da COBAP e de todo o movimento dos aposentados e pensionistas e idosos do Brasil (Reuters Brasil).

    A fórmula do Fator leva em conta o tempo de contribuição, a idade da pessoa que se aposentou e a expectativa de vida da população. O método sempre foi criticado pela COBAP porque reduz drasticamente o valor das aposentadorias. Essa redução pode chegar a 50% da renda auferida.

    A COBAP lembra aos eleitores que o Congresso Nacional já votou pela extinção do Fator Previdenciário, mas, infelizmente, a matéria foi vetada pelo então Presidente Lula.

    Lamentamos profundamente essa declaração, pois indica que não existe sensibilidade política e social da presidente com a causa dos aposentados que se encontram em lamentável situação financeira.

    Alertamos também que os aposentados, pensionistas e idosos do nosso país, que hoje ultrapassam mais de 31 milhões de pessoas, devem votar em candidatos comprometidos com nossas lutas e com nossas bandeiras.
    Pelo fim do Fator Previdenciário!!!!!!!!

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  2. Vc tem razão. Por acaso é a marina que vai acabar com o fator previdenciário? Me poupe.

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