Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Preciso tomar cuidado senão vou ficar apenas analisando pesquisa, ao invés de colher informações novas, combater factoides, participar, enfim, do debate politico.
Entretanto, uma coisa que me incomoda em todas as pesquisas é a falta da comparação com os números anteriores. Por isso me dou ao trabalho constante de suprir essa lacuna.
Preparei uma tabela comparativa, que equipara os números do relatório de cruzamento da pesquisa CNT/MDA, do início de setembro, com o documento divulgado hoje.
Marina perdeu substância em todos os setores: renda, região, escolaridade, tamanho de cidade.
Dilma ampliou sua vantagem nos segmentos em que já apresentava boa performance antes, e reduziu a distância que a separava de Marina naqueles onde ainda ia mal.
Por exemplo, Dilma não ia bem entre eleitores com renda familiar mais alta. No início de setembro, a pesquisa CNT dava uma vantagem para Marina de 12 pontos entre eleitores com renda familiar acima de 5 salários; essa vantagem caiu agora para 3 pontos.
Dilma superou Marina junto a cidades com mais de 100 mil habitantes e empatou no Sudeste.
Nos segmentos onde Dilma caiu, Marina caiu muito mais.
Entre jovens de 16 até 24 anos, por exemplo, a presidenta apresentava um péssimo desempenho. Na pesquisa CNT do início do mês, Marina tinha 10 pontos de vantagem nesta faixa etária. O jogo virou. Dilma passou de 30% para 33% e Marina despencou de 41 para 29. Agora Dilma tem 3,5 pontos de vantagem junto à faixa mais jovem do eleitorado.
É no campo, porém, que observamos a reação mais surpreendente.
Alguns anos atrás, analistas falavam em voto dos grotões. A expressão carregava, e carrega até hoje, um preconceito pesado contra o homem do campo e do interior. Um preconceito contra o sertão, enfim, no sentido rosiano do termo.
Com o advento das antenas parabólicas, muito populares no campo, inclusive entre famílias de baixa renda, e da internet, hoje intensamente usada na zona rural, esse preconceito perdeu toda a razão de ser.
Não há brasileiro melhor que outro, nem mais informado.
O fato de haver uma banca que vende a Veja na esquina não significa mais nada. Ao contrário, às vezes o cidadão da cidade grande é até mais mal informado que seu amigo do campo, justamente por ser um alvo mais fácil da manipulação da mídia.
Pois bem, Dilma obteve seu desempenho mais incrível na área rural, crescendo quase 40% em apenas um mês, e atingindo 64% das intenções de voto.
Marina seguiu o caminho oposto; tinha 30% de votos no campo, cai para 14%, queda de 53%.
Com isso, a vantagem de Dilma na área rural subiu de 16 para 50 pontos.
É o velho sertão brasileiro, hoje conectado à internet, que grita:
“Vocês, da cidade, depois de me abandonarem por décadas, pensavam que eu tinha morrido? Pois não morri! Estou mais vivo que nunca. E meu voto vai para Dilma”.
Entretanto, uma coisa que me incomoda em todas as pesquisas é a falta da comparação com os números anteriores. Por isso me dou ao trabalho constante de suprir essa lacuna.
Preparei uma tabela comparativa, que equipara os números do relatório de cruzamento da pesquisa CNT/MDA, do início de setembro, com o documento divulgado hoje.
Marina perdeu substância em todos os setores: renda, região, escolaridade, tamanho de cidade.
Dilma ampliou sua vantagem nos segmentos em que já apresentava boa performance antes, e reduziu a distância que a separava de Marina naqueles onde ainda ia mal.
Por exemplo, Dilma não ia bem entre eleitores com renda familiar mais alta. No início de setembro, a pesquisa CNT dava uma vantagem para Marina de 12 pontos entre eleitores com renda familiar acima de 5 salários; essa vantagem caiu agora para 3 pontos.
Dilma superou Marina junto a cidades com mais de 100 mil habitantes e empatou no Sudeste.
Nos segmentos onde Dilma caiu, Marina caiu muito mais.
Entre jovens de 16 até 24 anos, por exemplo, a presidenta apresentava um péssimo desempenho. Na pesquisa CNT do início do mês, Marina tinha 10 pontos de vantagem nesta faixa etária. O jogo virou. Dilma passou de 30% para 33% e Marina despencou de 41 para 29. Agora Dilma tem 3,5 pontos de vantagem junto à faixa mais jovem do eleitorado.
É no campo, porém, que observamos a reação mais surpreendente.
Alguns anos atrás, analistas falavam em voto dos grotões. A expressão carregava, e carrega até hoje, um preconceito pesado contra o homem do campo e do interior. Um preconceito contra o sertão, enfim, no sentido rosiano do termo.
Com o advento das antenas parabólicas, muito populares no campo, inclusive entre famílias de baixa renda, e da internet, hoje intensamente usada na zona rural, esse preconceito perdeu toda a razão de ser.
Não há brasileiro melhor que outro, nem mais informado.
O fato de haver uma banca que vende a Veja na esquina não significa mais nada. Ao contrário, às vezes o cidadão da cidade grande é até mais mal informado que seu amigo do campo, justamente por ser um alvo mais fácil da manipulação da mídia.
Pois bem, Dilma obteve seu desempenho mais incrível na área rural, crescendo quase 40% em apenas um mês, e atingindo 64% das intenções de voto.
Marina seguiu o caminho oposto; tinha 30% de votos no campo, cai para 14%, queda de 53%.
Com isso, a vantagem de Dilma na área rural subiu de 16 para 50 pontos.
É o velho sertão brasileiro, hoje conectado à internet, que grita:
“Vocês, da cidade, depois de me abandonarem por décadas, pensavam que eu tinha morrido? Pois não morri! Estou mais vivo que nunca. E meu voto vai para Dilma”.
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