quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Por que Aécio vai mal em Minas?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em terceiro lugar nas pesquisas para presidente, Aécio Neves está amargando um resultado frustrante em seu berço político.

De acordo com o último Datafolha, ele aparece, em Minas Gerais, com 22% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (27%) e de Dilma Rousseff (com 35%, em primeiro lugar).

Pimenta da Veiga, do PSDB, está oito pontos atrás do petista Fernando Pimentel. A crise fez com que a irmã de Aécio, Andrea, se transferisse para MG em busca de tentar estancar a sangria. De acordo com a Folha, o dirigente da Força Sindical, João Inocentini, um apoio importante, já teria entregado os pontos, afirmando que “a vaca foi para o brejo”.

O PSDB manda no estado desde 2003. Aécio foi governador por oito anos. Elegeu o sucessor, Anastasia. No final de seu segundo mandato, pelos números do Vox Populi, alcançou 92% de aprovação.

O que aconteceu?

Bem, além do fenômeno Marina e do fato de que suas propostas não encantam ninguém, aconteceu que Minas não é o Brasil. A nacionalização de Aécio levou na enchente sua força regional.

O jeito Aécio de lidar com a imprensa não é exportável para o resto do país. A ação que ele move contra o Twitter para abrir os dados de 66 contas - entre elas, a do DCM - é emblemática. Se antes ele falava no “submundo da internet”, hoje se refere a uma “rede orquestrada”.

A pressão sempre funcionou muito bem em MG, onde ele resolvia as coisas com um telefonema.

Para ficar num exemplo recente: as poucas matérias do maior jornal local, O Estado de Minas, sobre o aeroporto na fazenda de seu tio serviram para abrir-lhe espaço para dar explicações. O assunto foi, até o limite, escondido na mídia “oficial”.

Como resultado, imediatamente após o escândalo, 64% dos mineiros nunca tinham ouvido falar da obra, segundo o Datafolha. Apenas 12% se declararam informados. Com a internet, ficou impossível camuflar o tema.

Aécio sempre contou com essa blindagem (vale a pena ver o documentário “Liberdade, Essa Palavra”). Donde seu espanto e conseguinte agressividade diante de jornalistas que lhe fazem perguntas incômodas, como no Roda Viva - em que insinuou que o diretor da Piauí, que abordou a questão das drogas, “já tinha candidato” - ou no Jornal Nacional.

Ele está sendo obrigado a responder por coisas sobre as quais nunca teve que dar satisfação. Aos poucos, a cortina de fumaça vai se dissipando - inclusive, obviamente, em Minas Gerais.

Os mineiros estão, finalmente, conhecendo melhor o homem. E não estão gostando do que vêem.

3 comentários:

  1. Quando este fenômeno vai acontecer com o Serra e picolé de chuchu. Não vejo a hora que as verdadeiras faces desses dois tucanos sejam conhecidas além das fronteiras de Sampa.
    anônimo senão eles me acham....

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  2. A candidatura desse cara está derretendo. É o candidato mais fraco que os tucanos já colocaram.

    Isso só mostra o quanto esse partido está decadente!

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  3. Eu não esqueci que a CEMIG está bancando Linhas de Transmissão de Energia Elétrica na Colômbia. E daí por que esconder mais esta façanha? O povo também não sabia disso? É, é, é, a vaca foi brejo mesmo!

    enganado

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