Por Altamiro Borges
No início de setembro, a Justiça de São Paulo manteve a decisão que afastou o conselheiro Robson Marinho do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A 12ª Câmara de Direito Público rejeitou o pedido feito pela defesa para que o grão-tucano retomasse às suas funções. Segundo a desembargadora Isabel Cogan, nada justificaria reverter a decisão provisória, que se baseou nas denúncias de envolvimento de Robson Marinho no chamado “trensalão tucano”, o esquema bilionário de propinas envolvendo multinacionais do setor de transporte e secretários de todos os governos do PSDB nos últimos 20 anos. Abraçando a decisão da Justiça, a mídia também resolveu afastar o tucano de suas páginas.
Nas duas últimas semanas, os jornalões publicaram, no máximo, pequenas notas sobre o “trensalão tucano” – carinhosamente chamado de “cartel dos trens”. A Folha até publicou um editorial, na segunda-feira passada (15), em que afirma que “o afastamento provisório de Robson Marinho pela Justiça é medida que visa preservar imagem da corte que fiscaliza uso de recursos públicos”. Quanto à “imagem” do PSDB e do seu candidato à reeleição, Geraldo Alckmin, o jornal tucano preferiu não se manifestar. Sempre tão dura em suas condenações, a Folha ainda conclui: “Robson Marinho, ao final das investigações, pode se provar inocente, e é seu direito, até lá, não ser tratado como culpado”. Que lindo!
Já as emissoras de rádio e televisão seguem a política de blindar totalmente o governador Geraldo Alckmin. O nome de Robson Marinho sequer é citado. Os “calunistas” midiáticos, que adoram promover a escandalização da política, simplesmente nunca ouviram falar no conselheiro do TCU. Depois da eleição de outubro, talvez a radiodifusão tucana descubra a existência de Robson Marinho e volte a tratar do escândalo do “trensalão” – e também da grave crise da falta de água no Estado, das panes constantes no Metrô ou do caos na segurança pública. Talvez!
As denúncias contra o fundador do PSDB
O tucano Robson Marinho foi afastado das suas funções no TCE após o Ministério Público apontar que ele ajudou a multinacional francesa Alstom a conseguir contratos sem licitação no setor de energia durante o governo de Mário Covas. Fundador do PSDB, ele foi o seu chefe da Casa Civil de janeiro de 1995 a abril de 1997. Somente deixou o posto para assumir o cargo no TCE, tornando-se responsável pela análise dos gastos públicos no Estado mais rico da federação. Um caso típico da raposa cuidando do galinheiro! Neste longo período, o tucanato comandou o governo. O TCE nunca apontou anomalias e sempre fez vistas grossas às inúmeras denúncias contra a gestão. Robson Marinho foi o protetor-mor dos tucanos!
As investigações contra o famoso integrante do TCE tiveram início há seis anos. A mídia tucana sempre evitou tratar do caso, que só veio à tona graças às denúncias feitas no exterior. O governo da Suíça descobriu que a Alstom pagou propinas para obter contratos com o governo tucano de São Paulo. Segundo o “The Wall Street Journal”, o PSDB recebeu US$ 6,8 milhões. Documentos apreendidos da empresa traziam as iniciais “RM” e TCE. Diante da grave denúncia, o Ministério Público passou a investigar o caso e descobriu que RM – Robson Marinho – ajudou a multinacional a fechar contratos sem licitação no valor de R$ 281 milhões. Segundo depoimentos de ex-diretores da Alstom, o suborno alcançou 15% dessa cifra.
Mansões e contas em paraísos fiscais
Em julho passado, novos documentos encaminhados por autoridades da Suíça e da França comprovaram que o grão-tucano fez vários depósitos em bancos no exterior. Entre eles, ordens de transferência para a conta “Higgins Finance”, aberta no Credit Lyonnais Suisse de Genebra em 1998. Esta offshore constituída nas Ilhas Virgens Britânicas estaria em nome de Robson Marinho e de sua mulher. De acordo com a documentação, “a conta Higgins recebeu US$ 2,7 milhões totalizando 17 aportes. Sete teriam sido feitos pelo empresário Sabino Indelicato, que é sócio de Marinho e ex-secretário municipal de Obras da gestão do atual conselheiro do TCE-SP na prefeitura de São José dos Campos (SP)”, revelou o jornal Valor.
Outra denúncia mostra que o conselheiro afastado do TCE transferiu US$ 1,15 milhão para o Coutts Bank, nos EUA, também em 1998. No mesmo período, ele comprou uma mansão no luxuoso bairro do Morumbi, em São Paulo – hoje avaliada em R$ 4 milhões. “A Promotoria apurou que os vendedores do imóvel onde reside Marinho mantêm conta na mesma instituição financeira para a qual ele fez a transferência. As duas operações – transferência do dinheiro e a compra – ocorreram no dia 28 de setembro de 1998. Marinho possui, além do imóvel no Morumbi, uma ilha em Paraty (RJ), uma casa em Ubatuba (SP) avaliada em R$ 7 milhões, e outros bens”, descreveu Fausto Macedo, do jornal Estadão.
Diante de tantas denúncias, será que a mídia voltará a falar do grão-tucano? E quando? Depois das eleições? Ou Robson Marinho foi afastado definitivamente do TCE e também da mídia chapa-branca?
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No início de setembro, a Justiça de São Paulo manteve a decisão que afastou o conselheiro Robson Marinho do Tribunal de Contas do Estado (TCE). A 12ª Câmara de Direito Público rejeitou o pedido feito pela defesa para que o grão-tucano retomasse às suas funções. Segundo a desembargadora Isabel Cogan, nada justificaria reverter a decisão provisória, que se baseou nas denúncias de envolvimento de Robson Marinho no chamado “trensalão tucano”, o esquema bilionário de propinas envolvendo multinacionais do setor de transporte e secretários de todos os governos do PSDB nos últimos 20 anos. Abraçando a decisão da Justiça, a mídia também resolveu afastar o tucano de suas páginas.
Nas duas últimas semanas, os jornalões publicaram, no máximo, pequenas notas sobre o “trensalão tucano” – carinhosamente chamado de “cartel dos trens”. A Folha até publicou um editorial, na segunda-feira passada (15), em que afirma que “o afastamento provisório de Robson Marinho pela Justiça é medida que visa preservar imagem da corte que fiscaliza uso de recursos públicos”. Quanto à “imagem” do PSDB e do seu candidato à reeleição, Geraldo Alckmin, o jornal tucano preferiu não se manifestar. Sempre tão dura em suas condenações, a Folha ainda conclui: “Robson Marinho, ao final das investigações, pode se provar inocente, e é seu direito, até lá, não ser tratado como culpado”. Que lindo!
Já as emissoras de rádio e televisão seguem a política de blindar totalmente o governador Geraldo Alckmin. O nome de Robson Marinho sequer é citado. Os “calunistas” midiáticos, que adoram promover a escandalização da política, simplesmente nunca ouviram falar no conselheiro do TCU. Depois da eleição de outubro, talvez a radiodifusão tucana descubra a existência de Robson Marinho e volte a tratar do escândalo do “trensalão” – e também da grave crise da falta de água no Estado, das panes constantes no Metrô ou do caos na segurança pública. Talvez!
As denúncias contra o fundador do PSDB
O tucano Robson Marinho foi afastado das suas funções no TCE após o Ministério Público apontar que ele ajudou a multinacional francesa Alstom a conseguir contratos sem licitação no setor de energia durante o governo de Mário Covas. Fundador do PSDB, ele foi o seu chefe da Casa Civil de janeiro de 1995 a abril de 1997. Somente deixou o posto para assumir o cargo no TCE, tornando-se responsável pela análise dos gastos públicos no Estado mais rico da federação. Um caso típico da raposa cuidando do galinheiro! Neste longo período, o tucanato comandou o governo. O TCE nunca apontou anomalias e sempre fez vistas grossas às inúmeras denúncias contra a gestão. Robson Marinho foi o protetor-mor dos tucanos!
As investigações contra o famoso integrante do TCE tiveram início há seis anos. A mídia tucana sempre evitou tratar do caso, que só veio à tona graças às denúncias feitas no exterior. O governo da Suíça descobriu que a Alstom pagou propinas para obter contratos com o governo tucano de São Paulo. Segundo o “The Wall Street Journal”, o PSDB recebeu US$ 6,8 milhões. Documentos apreendidos da empresa traziam as iniciais “RM” e TCE. Diante da grave denúncia, o Ministério Público passou a investigar o caso e descobriu que RM – Robson Marinho – ajudou a multinacional a fechar contratos sem licitação no valor de R$ 281 milhões. Segundo depoimentos de ex-diretores da Alstom, o suborno alcançou 15% dessa cifra.
Mansões e contas em paraísos fiscais
Em julho passado, novos documentos encaminhados por autoridades da Suíça e da França comprovaram que o grão-tucano fez vários depósitos em bancos no exterior. Entre eles, ordens de transferência para a conta “Higgins Finance”, aberta no Credit Lyonnais Suisse de Genebra em 1998. Esta offshore constituída nas Ilhas Virgens Britânicas estaria em nome de Robson Marinho e de sua mulher. De acordo com a documentação, “a conta Higgins recebeu US$ 2,7 milhões totalizando 17 aportes. Sete teriam sido feitos pelo empresário Sabino Indelicato, que é sócio de Marinho e ex-secretário municipal de Obras da gestão do atual conselheiro do TCE-SP na prefeitura de São José dos Campos (SP)”, revelou o jornal Valor.
Outra denúncia mostra que o conselheiro afastado do TCE transferiu US$ 1,15 milhão para o Coutts Bank, nos EUA, também em 1998. No mesmo período, ele comprou uma mansão no luxuoso bairro do Morumbi, em São Paulo – hoje avaliada em R$ 4 milhões. “A Promotoria apurou que os vendedores do imóvel onde reside Marinho mantêm conta na mesma instituição financeira para a qual ele fez a transferência. As duas operações – transferência do dinheiro e a compra – ocorreram no dia 28 de setembro de 1998. Marinho possui, além do imóvel no Morumbi, uma ilha em Paraty (RJ), uma casa em Ubatuba (SP) avaliada em R$ 7 milhões, e outros bens”, descreveu Fausto Macedo, do jornal Estadão.
Diante de tantas denúncias, será que a mídia voltará a falar do grão-tucano? E quando? Depois das eleições? Ou Robson Marinho foi afastado definitivamente do TCE e também da mídia chapa-branca?
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A Globo esquece seletivamente daquilo que não interessa ao esquema mafioso e golpista em andamento. Esquece de Roberto Marinho, do helicóptero dos Perrela, do aeroporto de Cláudio, do trensalão, do ex-senador Clésio Andrade, vice-governador de Aécio Neves, do jato de Eduardo Campos, do mensalão dos tucanos em Minas, do mensalão do DEM em Brasília, entre dezenas de outros casos envolvendo tucanos e afins. Esquece até que sonegou quase R$ 1 bilhão da receita federal.
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