Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Cada dia é um dia, com uma noite no meio. Ainda bem. Que o digam os institutos de pesquisa, que nunca erraram tanto como nesta eleição. O Ibope errou feio até na boca de urna no final da tarde de domingo, em que anunciou a vitória de Dilma Rousseff por 44 a 30 contra Aécio Neves, uma diferença, portanto, de 14 pontos.
Só que quando as as urnas foram apuradas e o resultado final anunciado, no começo da noite, o placar registrava 42 a 34 a favor de Dilma, apenas 8 pontos à frente de Aécio, que perdeu na sua Minas Gerais, mas lavou a égua em São Paulo, como dizem os nossos caipiras, que mais uma vez reelegeram Geraldo Alckmin.
"Desenha-se um segundo turno entre Dilma e Aécio", foi o título do post que publiquei no já longínquo dia 18 de julho, antes da morte de Eduardo Campos e da assunção de Marina Silva. Muitos leitores não gostaram e me criticaram porque, naquele momento, ainda acreditavam na possibilidade da reeleição da presidente já no primeiro turno. Pela primeira vez, Dilma (44%) e Aécio (40%) apareciam numa situação de empate técnico na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha.
No dia 28 de agosto, duas semanas após a tragédia aérea com Eduardo Campos, tudo tinha mudado: a campanha eleitoral foi varrida pelo furacão Marina Silva, que disparou nas pesquisas, chegou a abrir 10 pontos de vantagem sobre Dilma na simulação de segundo turno do Datafolha, e ameaçou liquidar a fatura já na primeira rodada. Neste dia, não escrevi sobre pesquisas, mas fiz um relato sobre o que senti andando pelas ruas de São Paulo.
"Ódio contra o PT em São Paulo é assustador", foi o título da matéria publicada a cinco semanas das eleições, que começava com o desabafo de um taxista:
"Eu tenho tanto ódio contra o PT que, se tiver uma eleição entre o PT e o PCC, eu voto no PCC".
A frase dava bem uma ideia do sentimento de boa parte dos eleitores paulistas nos poucos dias que faltavam de campanha na região em que o PT registra os mais altos índices de rejeição do país. A pouco mais de um mês da eleição, 47% dos entrevistados responderam ao Datafolha que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Parece que ninguém no Palácio do Planalto deu atenção a estes alertas.
É exatamente isto que explica a disparada de Aécio Neves na reta final, atropelando Marina Silva, ao jogar no voto útil para derrotar o PT, e abrir uma enorme vantagem sobre Dilma no maior colégio eleitoral do país: foram 10,1 milhões de votos contra 5,8 milhões para Dilma Rousseff.
Nem Fernando Henrique Cardoso, nas duas vezes em que derrotou Lula no primeiro turno, abriu tamanha vantagem em São Paulo. E foi o que derrubou as previsões dos institutos de pesquisa, o ponto fora da curva em relação às eleições presidenciais anteriores.
Porque Dilma ganhou de novo onde o PT costuma ganhar (Norte-Nordeste, Minas e Rio) e perdeu onde costuma perder (no Sul e Sudeste). Só que, desta vez, a sua vitória foi bem menor do que no primeiro turno de 2010 (8 milhões de votos a menos).
Faz tempo que o eleitorado brasileiro está dividido em dois _ os que votam a favor e os que votam contra o PT _ só que, desta vez, a disputa está muito mais acirrada e o segundo turno promete uma "batalha sangrenta", como previu um bandeiroso porta-voz do Instituto Millenium, que só faltou sapatear de alegria, ao vivo, na TV.
Para se ter uma ideia do clima, no dia em que o velho amigo Ancelmo Gois reproduziu, em seu twitter do Globo.com, o post do Balaio com a frase do taxista, dizendo que votaria até no PCC para derrotar o PT, o leitor Junior Guerra respondeu:
"Vamos pegá-los para tirar o fígado e jogar pros cachorros".
Preparem-se para o que virá. Estamos voltando aos tempos da peleja de Carlos Lacerda contra Getúlio Vargas. Só espero que ninguém se mate.
Só que quando as as urnas foram apuradas e o resultado final anunciado, no começo da noite, o placar registrava 42 a 34 a favor de Dilma, apenas 8 pontos à frente de Aécio, que perdeu na sua Minas Gerais, mas lavou a égua em São Paulo, como dizem os nossos caipiras, que mais uma vez reelegeram Geraldo Alckmin.
"Desenha-se um segundo turno entre Dilma e Aécio", foi o título do post que publiquei no já longínquo dia 18 de julho, antes da morte de Eduardo Campos e da assunção de Marina Silva. Muitos leitores não gostaram e me criticaram porque, naquele momento, ainda acreditavam na possibilidade da reeleição da presidente já no primeiro turno. Pela primeira vez, Dilma (44%) e Aécio (40%) apareciam numa situação de empate técnico na simulação de segundo turno feita pelo Datafolha.
No dia 28 de agosto, duas semanas após a tragédia aérea com Eduardo Campos, tudo tinha mudado: a campanha eleitoral foi varrida pelo furacão Marina Silva, que disparou nas pesquisas, chegou a abrir 10 pontos de vantagem sobre Dilma na simulação de segundo turno do Datafolha, e ameaçou liquidar a fatura já na primeira rodada. Neste dia, não escrevi sobre pesquisas, mas fiz um relato sobre o que senti andando pelas ruas de São Paulo.
"Ódio contra o PT em São Paulo é assustador", foi o título da matéria publicada a cinco semanas das eleições, que começava com o desabafo de um taxista:
"Eu tenho tanto ódio contra o PT que, se tiver uma eleição entre o PT e o PCC, eu voto no PCC".
A frase dava bem uma ideia do sentimento de boa parte dos eleitores paulistas nos poucos dias que faltavam de campanha na região em que o PT registra os mais altos índices de rejeição do país. A pouco mais de um mês da eleição, 47% dos entrevistados responderam ao Datafolha que não votariam em Dilma de jeito nenhum. Parece que ninguém no Palácio do Planalto deu atenção a estes alertas.
É exatamente isto que explica a disparada de Aécio Neves na reta final, atropelando Marina Silva, ao jogar no voto útil para derrotar o PT, e abrir uma enorme vantagem sobre Dilma no maior colégio eleitoral do país: foram 10,1 milhões de votos contra 5,8 milhões para Dilma Rousseff.
Nem Fernando Henrique Cardoso, nas duas vezes em que derrotou Lula no primeiro turno, abriu tamanha vantagem em São Paulo. E foi o que derrubou as previsões dos institutos de pesquisa, o ponto fora da curva em relação às eleições presidenciais anteriores.
Porque Dilma ganhou de novo onde o PT costuma ganhar (Norte-Nordeste, Minas e Rio) e perdeu onde costuma perder (no Sul e Sudeste). Só que, desta vez, a sua vitória foi bem menor do que no primeiro turno de 2010 (8 milhões de votos a menos).
Faz tempo que o eleitorado brasileiro está dividido em dois _ os que votam a favor e os que votam contra o PT _ só que, desta vez, a disputa está muito mais acirrada e o segundo turno promete uma "batalha sangrenta", como previu um bandeiroso porta-voz do Instituto Millenium, que só faltou sapatear de alegria, ao vivo, na TV.
Para se ter uma ideia do clima, no dia em que o velho amigo Ancelmo Gois reproduziu, em seu twitter do Globo.com, o post do Balaio com a frase do taxista, dizendo que votaria até no PCC para derrotar o PT, o leitor Junior Guerra respondeu:
"Vamos pegá-los para tirar o fígado e jogar pros cachorros".
Preparem-se para o que virá. Estamos voltando aos tempos da peleja de Carlos Lacerda contra Getúlio Vargas. Só espero que ninguém se mate.
Moro em minas e digo que se o PT der de santo, vai perder pois este senhor aetico entrega a mãe pra cruz pra ganhar. A imprensa daqui esta em delírios, ta dando asco.
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