Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Foi preciso um escândalo para que que isso ocorresse. Era ela quem cuidava do órgão responsável por coordenar a distribuição de verbas de publicidade do governo Aécio em Minas. Veículos que pertencem à família ganharam anúncios. Segundo o UOL, a rádio Arco Íris recebeu 210 693 reais em 2010.
Nos oito anos de Aécio, os gastos com publicidade oficial aumentaram de 24 milhões de reais para 96 milhões — 300%. Andrea, segundo Aécio, fazia trabalho “voluntário” na Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social) e não recebia salário.
Num comício no Rio de Janeiro, ela teria se emocionado ao comentar sobre sua exposição recente. “Essa campanha com tanta mentira, tanta infâmia que está sendo oficialmente patrocinada pelo PT vai acabar servindo para alertar a população brasileira sobre o que está por trás de tudo isso.” Teria chegado às raias do choro.
“O que cabe a cada um de nós, que está mais perto do Aécio, é manter o coração mais firme e confiar no bom senso das pessoas”, disse ela. “O que ele fez foi reagir a um massacre contra a nossa família com dados incorretos. Nossa família foi trazida aos debates com base em mentiras”.
A família foi trazida aos debates porque, infelizmente, é assim que funciona quando alguém concorre ao Planalto. No caso de Andrea, seria absurdo ela continuar escondida quando está longe de ser uma coadjuvante. Isso foi possível por tanto tempo por causa de seu poder no coronelato em Minas.
O documentário “Liberdade, Essa Palavra”, sobre a censura em MG, conta algumas histórias envolvendo seu nome. Uma delas é a do diretor local da Globo, Marco Antônio Nascimento.
Nascimento emplacou uma matéria no Jornal Nacional sobre o crack em Belo Horizonte. Andrea não gostou. Segundo Nascimento, ela lhe disse num almoço que a reportagem “veio num momento ruim para nós”. Andrea fez várias ligação para o diretor nacional de jornalismo, Carlos Henrique Schroeder. Para resumir: Nascimento foi demitido, num dos muitos episódios dessa natureza em MG.
Andrea nunca largou o osso. Enquanto Aécio esteve no Senado, preparando seu vôo, ela o esperava no Servas com o aliado Anastasia. Desde janeiro desde ano chefia a campanha de Aécio, repetindo o modelo mineiro bem sucedido.
Sempre lutou para cumprir o sonho interrompido pela tragédia com seu avô Tancredo. O irmão é o veículo, seu “cavalo”. Ela é um ano e 23 dias mais velha que ele, mas age como mãe e é notadamente mais madura, especialmente no que se refere ao apetite por baladas.
A história caminha ao seu lado. Jornalista por formação, foi fundadora do Partido dos Trabalhadores no Rio. Testemunhou o atentado no Riocentro, em 1981, quando foi abordada pelo capitão Luís Chaves Machado, cujas vísceras estavam para fora por causa da bomba que explodiu em seu colo.
A presidência é uma predestinação. “A gente gosta de acreditar que tem o controle absoluto sobre a nossa própria vida. Isso não é verdade. Mas algumas pessoas têm menos controle sobre o próprio destino do que as outras”, afirma. A frase de auto ajuda não tem sentido, mas, no mundo de Andrea, ela e Aécio sabem melhor do que você o que vai acontecer com seu futuro.
O importante é tentar controlar tudo. Em seu blog, o jornalista Lucas Figueiredo conta que, em 2005, Aécio jogou uma preliminar no Mineirão para comemorar os 40 anos do estádio. O confronto principal era entre Atlético e Cruzeiro.
Um dia antes, ela pediu a sua assessoria que falasse com a torcida organizada atleticana para que maneirasse nas vaias ao irmão cruzeirense. Não adiantou, evidentemente.
Se pudesse, Andrea ordenaria ao Brasil que pegasse leve com Aécio, sufragasse logo seu nome e parasse de encher o saco do clã para que ele cumpra seu papel perante a humanidade.
O complicado, o mais complicado, é que ela acha que pode.
Andrea Neves está colhendo agora os frutos de um intenso trabalho, realizado durante décadas, para cuidar, até onde isso foi impossível, da imagem do irmão. As eleições acabaram por tirá-la das sombras onde ela se mantinha por vocação e por conveniência.
Foi preciso um escândalo para que que isso ocorresse. Era ela quem cuidava do órgão responsável por coordenar a distribuição de verbas de publicidade do governo Aécio em Minas. Veículos que pertencem à família ganharam anúncios. Segundo o UOL, a rádio Arco Íris recebeu 210 693 reais em 2010.
Nos oito anos de Aécio, os gastos com publicidade oficial aumentaram de 24 milhões de reais para 96 milhões — 300%. Andrea, segundo Aécio, fazia trabalho “voluntário” na Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social) e não recebia salário.
Num comício no Rio de Janeiro, ela teria se emocionado ao comentar sobre sua exposição recente. “Essa campanha com tanta mentira, tanta infâmia que está sendo oficialmente patrocinada pelo PT vai acabar servindo para alertar a população brasileira sobre o que está por trás de tudo isso.” Teria chegado às raias do choro.
“O que cabe a cada um de nós, que está mais perto do Aécio, é manter o coração mais firme e confiar no bom senso das pessoas”, disse ela. “O que ele fez foi reagir a um massacre contra a nossa família com dados incorretos. Nossa família foi trazida aos debates com base em mentiras”.
A família foi trazida aos debates porque, infelizmente, é assim que funciona quando alguém concorre ao Planalto. No caso de Andrea, seria absurdo ela continuar escondida quando está longe de ser uma coadjuvante. Isso foi possível por tanto tempo por causa de seu poder no coronelato em Minas.
O documentário “Liberdade, Essa Palavra”, sobre a censura em MG, conta algumas histórias envolvendo seu nome. Uma delas é a do diretor local da Globo, Marco Antônio Nascimento.
Nascimento emplacou uma matéria no Jornal Nacional sobre o crack em Belo Horizonte. Andrea não gostou. Segundo Nascimento, ela lhe disse num almoço que a reportagem “veio num momento ruim para nós”. Andrea fez várias ligação para o diretor nacional de jornalismo, Carlos Henrique Schroeder. Para resumir: Nascimento foi demitido, num dos muitos episódios dessa natureza em MG.
Andrea nunca largou o osso. Enquanto Aécio esteve no Senado, preparando seu vôo, ela o esperava no Servas com o aliado Anastasia. Desde janeiro desde ano chefia a campanha de Aécio, repetindo o modelo mineiro bem sucedido.
Sempre lutou para cumprir o sonho interrompido pela tragédia com seu avô Tancredo. O irmão é o veículo, seu “cavalo”. Ela é um ano e 23 dias mais velha que ele, mas age como mãe e é notadamente mais madura, especialmente no que se refere ao apetite por baladas.
A história caminha ao seu lado. Jornalista por formação, foi fundadora do Partido dos Trabalhadores no Rio. Testemunhou o atentado no Riocentro, em 1981, quando foi abordada pelo capitão Luís Chaves Machado, cujas vísceras estavam para fora por causa da bomba que explodiu em seu colo.
A presidência é uma predestinação. “A gente gosta de acreditar que tem o controle absoluto sobre a nossa própria vida. Isso não é verdade. Mas algumas pessoas têm menos controle sobre o próprio destino do que as outras”, afirma. A frase de auto ajuda não tem sentido, mas, no mundo de Andrea, ela e Aécio sabem melhor do que você o que vai acontecer com seu futuro.
O importante é tentar controlar tudo. Em seu blog, o jornalista Lucas Figueiredo conta que, em 2005, Aécio jogou uma preliminar no Mineirão para comemorar os 40 anos do estádio. O confronto principal era entre Atlético e Cruzeiro.
Um dia antes, ela pediu a sua assessoria que falasse com a torcida organizada atleticana para que maneirasse nas vaias ao irmão cruzeirense. Não adiantou, evidentemente.
Se pudesse, Andrea ordenaria ao Brasil que pegasse leve com Aécio, sufragasse logo seu nome e parasse de encher o saco do clã para que ele cumpra seu papel perante a humanidade.
O complicado, o mais complicado, é que ela acha que pode.
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