Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
O debate de ontem, na Globo, não mediu menos idéias do que comportamentos.
Infelizmente, o povo brasileiro está submetido à ditadura da mediocridade, porque quem o assistiu não ficou sabendo coisa alguma sobre o rumo que este país deve ter e terá.
É irônico, aliás, que ele tenha começado com a já enfadonha questão sexista, com as “cascas” que se quis tirar por conta do energúmeno Levy Fidélix, um cidadão cuja profissão é ser candidato e que arranjou nas provocações aos homossexuais uma alternativa mais imbecil do que a história do aerotrem.
Porque o que se viu, durante duas horas, foi um desfile de “estranhos casais” – com o perdão dos clássicos Jack Lemmon e Walter Mathau - formados para atacar Dilma Rousseff. Aliás, um triângulo amoroso: Levy e Everaldo, Everaldo e Aécio, Aécio e Levy.
Um mimo.
Todos os telespectadores puderam ver que, no restante, eram todos “combinadinhos” contra Dilma, que se saiu bem.
Afora isso e a repetição nauseante das “pautas pautadas” pela grande mídia – Petrobras, Correios e – como o papagaio, “corrupção, corrupção, corrupção” - o resto do debate se mede mais por desempenho pessoal do que por ideias.
E nisso, o que se viu foi uma Marina Silva completamente atarantada, sem estatura para reagir ao “baixo astral” da queda de uma candidatura que só tinha de sólido a onda de um favoritismo construído à base do “conto de fadas” devidamente desmontado pelas idas, vindas e companhias da ex-senadora.
Marina apanhou de Dilma, de Aécio e de Luciana Genro. Mostrou – se quisermos fazer a gentileza de aceitar sua monótona argumentação de que “tem programa” – não tem recursos mentais para defender o que nele está escrito, embora com uma infinidade de rasuras e emendas.
Perdeu o prumo com a história do Banco Central, com o auxiliar envolvido em corrupção e foi amparar sua opção preferencial pela direita na barra da saia de Luciana Genro, ao dizer que suas propostas eram “parecidas com as dela”.
Reduziu-se ao que é: nada.
Na minha opinião, deu adeus ao segundo turno das eleições.
Como estamos falando apenas de comportamento no confronto, palmas para Luciana Genro, que usou e abusou lindamente das gauchadas, sobretudo a de mandar Aécio Neves abaixar o dedo na hora em que lhe respondia e ao por o dedo na ferida de um candidato que fala todo o tempo em corrupção e, além de estar sustentado pelas forças da privataria, ainda teve a história do aeroporto “privé”.
“Aécio, tu é tão fanático das privatizações, e da corrupção, que tu chegou ao ponto de fazer um aeroporto com o dinheiro público e entregar a chave para teu tio, e isso tu ainda não explicou devidamente para o povo brasileiro.”
O tucano tremeu na base, se descontrolou, apontou o dedinho e levou o “fora” que marcou o debate.
Mas como Luciana é uma “franco-atiradora”, que terá uma vitória imensa chegando a 1 ou 2% no domingo, o que vale são os enfrentamentos entre os candidatos que estão no jogo: Dilma, Aécio e Marina, de quem, a esta altura, quase já se pode dizer que “estava no jogo”.
E Dilma se saiu bem, adotando uma postura combativa ainda pouco ousada, própria de quem chega ao último (ou penúltimo) roundganhando a luta por pontos.
Compreende-se que não quisesse ousar mais para não abrir a própria guarda para um imprevisto.
Do ponto de vista eleitoral, o debate fez pouco.
Aliás, parece que o voto dos cidadãos é menos importante até que o combalido Campeonato Brasileiro de Futebol, cujos jogos a Globo empurra para as dez da noite, enquanto o destino do país pega da faixa das 23 horas.
Do ponto de vista da politização e do esclarecimento cívico dos brasileiros, porém, fez ainda menos.
Há um cenário de inegável mediocridade na vida política brasileira e a falta de densidade e brilho nos debates eleitorais é um retrato disso.
E este é um problema que, inevitavelmente, o segundo mandato de Dilma e Lula, como seu avalista, terão de tratar.
O povo brasileiro está indo ao extremo em seu maravilhoso instinto de nação que quer e vai se afirmar, definindo seu voto contra uma imensa e quase monolítica máquina de mentiras e manipulações.
Mas se isso não foi discutido e demonstrado claramente como uma forma de nos escravizar, não reconstruiremos uma organização política capaz de enfrentá-la.
E a política, tal como a temos hoje, será esta superficialidade e esta hipocrisia que, como sustenta este blog todo o tempo, acaba por torná-la a arma das elites.
Que, para a sorte do povo brasileiro, conseguem perder até quando têm a faca, o queijo e a marmelada nas mãos.
O debate de ontem, na Globo, não mediu menos idéias do que comportamentos.
Infelizmente, o povo brasileiro está submetido à ditadura da mediocridade, porque quem o assistiu não ficou sabendo coisa alguma sobre o rumo que este país deve ter e terá.
É irônico, aliás, que ele tenha começado com a já enfadonha questão sexista, com as “cascas” que se quis tirar por conta do energúmeno Levy Fidélix, um cidadão cuja profissão é ser candidato e que arranjou nas provocações aos homossexuais uma alternativa mais imbecil do que a história do aerotrem.
Porque o que se viu, durante duas horas, foi um desfile de “estranhos casais” – com o perdão dos clássicos Jack Lemmon e Walter Mathau - formados para atacar Dilma Rousseff. Aliás, um triângulo amoroso: Levy e Everaldo, Everaldo e Aécio, Aécio e Levy.
Um mimo.
Todos os telespectadores puderam ver que, no restante, eram todos “combinadinhos” contra Dilma, que se saiu bem.
Afora isso e a repetição nauseante das “pautas pautadas” pela grande mídia – Petrobras, Correios e – como o papagaio, “corrupção, corrupção, corrupção” - o resto do debate se mede mais por desempenho pessoal do que por ideias.
E nisso, o que se viu foi uma Marina Silva completamente atarantada, sem estatura para reagir ao “baixo astral” da queda de uma candidatura que só tinha de sólido a onda de um favoritismo construído à base do “conto de fadas” devidamente desmontado pelas idas, vindas e companhias da ex-senadora.
Marina apanhou de Dilma, de Aécio e de Luciana Genro. Mostrou – se quisermos fazer a gentileza de aceitar sua monótona argumentação de que “tem programa” – não tem recursos mentais para defender o que nele está escrito, embora com uma infinidade de rasuras e emendas.
Perdeu o prumo com a história do Banco Central, com o auxiliar envolvido em corrupção e foi amparar sua opção preferencial pela direita na barra da saia de Luciana Genro, ao dizer que suas propostas eram “parecidas com as dela”.
Reduziu-se ao que é: nada.
Na minha opinião, deu adeus ao segundo turno das eleições.
Como estamos falando apenas de comportamento no confronto, palmas para Luciana Genro, que usou e abusou lindamente das gauchadas, sobretudo a de mandar Aécio Neves abaixar o dedo na hora em que lhe respondia e ao por o dedo na ferida de um candidato que fala todo o tempo em corrupção e, além de estar sustentado pelas forças da privataria, ainda teve a história do aeroporto “privé”.
“Aécio, tu é tão fanático das privatizações, e da corrupção, que tu chegou ao ponto de fazer um aeroporto com o dinheiro público e entregar a chave para teu tio, e isso tu ainda não explicou devidamente para o povo brasileiro.”
O tucano tremeu na base, se descontrolou, apontou o dedinho e levou o “fora” que marcou o debate.
Mas como Luciana é uma “franco-atiradora”, que terá uma vitória imensa chegando a 1 ou 2% no domingo, o que vale são os enfrentamentos entre os candidatos que estão no jogo: Dilma, Aécio e Marina, de quem, a esta altura, quase já se pode dizer que “estava no jogo”.
E Dilma se saiu bem, adotando uma postura combativa ainda pouco ousada, própria de quem chega ao último (ou penúltimo) roundganhando a luta por pontos.
Compreende-se que não quisesse ousar mais para não abrir a própria guarda para um imprevisto.
Do ponto de vista eleitoral, o debate fez pouco.
Aliás, parece que o voto dos cidadãos é menos importante até que o combalido Campeonato Brasileiro de Futebol, cujos jogos a Globo empurra para as dez da noite, enquanto o destino do país pega da faixa das 23 horas.
Do ponto de vista da politização e do esclarecimento cívico dos brasileiros, porém, fez ainda menos.
Há um cenário de inegável mediocridade na vida política brasileira e a falta de densidade e brilho nos debates eleitorais é um retrato disso.
E este é um problema que, inevitavelmente, o segundo mandato de Dilma e Lula, como seu avalista, terão de tratar.
O povo brasileiro está indo ao extremo em seu maravilhoso instinto de nação que quer e vai se afirmar, definindo seu voto contra uma imensa e quase monolítica máquina de mentiras e manipulações.
Mas se isso não foi discutido e demonstrado claramente como uma forma de nos escravizar, não reconstruiremos uma organização política capaz de enfrentá-la.
E a política, tal como a temos hoje, será esta superficialidade e esta hipocrisia que, como sustenta este blog todo o tempo, acaba por torná-la a arma das elites.
Que, para a sorte do povo brasileiro, conseguem perder até quando têm a faca, o queijo e a marmelada nas mãos.
Faça-me o favor meuy caro, ela foi coerente, apresentou propostas para o Brasil, foi honesta consigo e com o povo brasileiro, mas a mídia insiste em atacá-la para favorecer o Playboy "carioca", quer dizer Mineiro. Até o momento o Aécio acha que tem chances de vencer essas eleições, mesmo que vá ao segundo turno, o PT já preparou um dossiê contra a candidatura dele. Vamos todos juntos com Marina domingo meu caro.
ResponderExcluirDe minha parte, considero que estes debates midiáticos não servem para nada de politicamente positivo. Através de tais eventos tipicamente circenses, ninguém, repito, ninguém avança nada em termos de conhecimento de propostas e programas de governo, assim como sobre outras coisas que seriam de vital importância para esclarecer a mente dos eleitores.
ResponderExcluirO que é que um candidato pode dizer em seus dois minutos que não faria melhor através de seu programa político regular? E se ele tem menos domínio sobre um tema específico que um outro concorrente, será que seus assessores não estariam lá para ajudar a resolver os problemas? Ou será que o candidato deve obrigatoriamente saber tudo sobre tudo?
Marina se saiu mal no debate porque demonstrou insegurança, vacilação na hora de se expressar e coisas pelo estilo. Se tivesse sido eloquente, vibrante, emotiva, talvez sua avaliação fosse diferente. Porém, em meu entender, Marina não serve porque suas propostas são as piores para as maiorias populares (assim como as de Aécio) e não por seu desempenho no debate global.
Em minha opinião, não deveríamos continuar dando crédito à participação dos candidatos populares com chances de vitória em tais eventos midiáticos. Isto só serve para deixar-nos reféns das máfias que dominam os meios corporativos.
Nenhum candidato é melhor (ou pior) por ser mais bem falante, mais extrovertido que outros. O que deve (ou deveria) realmente importar é o conjunto de suas propostas e sua capacidade de colocá-las ou não em prática caso eleito.
Isto me lembra muito as situações que vivíamos nos tempos de minha formação universitária: alguns dos piores alunos eram escolhidos para representantes de turma simplesmente por serem extrovertidos e falarem com facilidade, embora quase nada entendessem sobre as questões que realmente afetavam a vida e as perspectivas de futuro do conjunto dos alunos.
Em resumo, Dilma é a melhor porque seu programa é o melhor, as forças políticas que a apoiam são as únicas que têm condições de levá-lo adiante e os beneficiários de seu programa são as maiorias populares.
Venho lendo em vários blogs de gente progressista que Dilma se saiu bem e Marina se ferrou, mas eu nem vi o debate para não perder tempo e não me irritar. Para mim, Dilma já era a melhor muito antes disto.
Espero que deixemos de inflar a bola da máfia midiática e seus esquemas de controle de expressão política via esses pseudo-debates.
Assisti ao mesmo debate que vc!!!!
ResponderExcluir"Em minha opinião, não deveríamos continuar dando crédito à participação dos candidatos populares com chances de vitória em tais eventos midiáticos. Isto só serve para deixar-nos reféns das máfias que dominam os meios corporativos.
ResponderExcluirNenhum candidato é melhor (ou pior) por ser mais bem falante, mais extrovertido que outros. O que deve (ou deveria) realmente importar é o conjunto de suas propostas e sua capacidade de colocá-las ou não em prática caso eleito."
Sr. Jair. Permita-me parabenizá-lo pelo seu comentário. Destaquei o trecho acima porque ele é o cerne do que poderíamos entender como uma verdadeira educação e conscientização política. Li também vários textos e comentários a respeito de todos esses ridículos debates que não permitem o aprofundamento das questões, são manipulados pelos mercenários das famílias proprietárias da mídia e, na maioria das opiniões dos eleitores, há uma preocupação fundamental com o modo de expressar do candidato. Percebe-se, principalmente nos comentários mais agressivos, a ausência total de opiniões sobre as propostas, histórico, e compromissos políticos dos candidatos.
A Presidenta Dilma iniciou o debate propondo a discussão sobre os programas dos candidatos e isto foi completamente ignorado pelos outros. Os outros preferiram o discurso pequeno-burguês hipócrita das acusações de corrupção e outras bobagens que todos sabemos serem factóides inflados pela imprensa "sadia" (como se dizia antigamente) que foram ou são investigados e não engavetados como era feito nos governos dos falsos moralistas neoliberais e privateiros.