Por Thiago Cassis, no site da União da Juventude Socialista (UJS):
Junho de 2013, após forte repressão policial por conta de uma manifestação contra o aumento equivalente a R$ 0,20 na passagem de ônibus em São Paulo, outras manifestações ainda maiores se seguem. A mídia prontamente passa a tratar os manifestantes como vândalos e desocupados.
A mobilização nas ruas cresce. A mídia, que não conseguiu colocar o povo na rua nem no episódio do “mensalão”, vê ali sua grande chance de pautar a população à sua maneira.
A ausência de direção das manifestações populares e espontâneas contribuiu para que a mídia tenha introduzido nas ruas a rejeição à PEC 37 e uma onda de insatisfação “contra tudo que está ai” que atingiu em cheio a juventude já descrente da política por conta da campanha diária que os grandes veículos de comunicação promovem contra a própria política e contra os movimentos sociais.
Dai em diante, os analistas da grande imprensa, que antes usavam termos como “vândalos” para se referir aos manifestantes, passam a elogiá-los com termos como “heroicos”. A Rede Globo chega a derrubar a programação do seu horário nobre para mostrar a população ocupando as ruas de todo o país. Ao invés de sua tradicional novela, que estipula até o horário das partidas de futebol no país, transmite manifestações e entre as imagens de caos nas grandes cidades, exibe à exaustão um comercial do PPS onde a dona de casa se revoltava com os preços no supermercado, sobretudo do tomate, que com a ajuda de programas matinais “inofensivos”, como “Mais Você”, da Rede Globo, se tornou um símbolo das tentativas da mídia de desestabilizar o governo através da economia.
Os gastos para a realização da Copa do Mundo também são amplamente utilizados pela oposição nas ruas. A aprovação da presidenta sai abalada de junho. Segundo a Folha de S.P., a aprovação que era de 57% na primeira semana de junho de 2013, cai para 30% após a onda de manifestações. A série de protestos derrubou em 27% a aprovação da presidenta.
Se caminhávamos para uma reeleição tranquila, agora as coisas se mostravam mais difíceis.
Em novembro, um novo espetáculo midiático. Articulada para o dia 15, feriado da Proclamação da República, a prisão dos condenados do caso Mensalão. José Dirceu e Genoíno eram presos com direito a transmissão ao vivo na TV. Outro forte abalo na popularidade do governo e novo ataque frontal a política em geral. O então presidente do STF, Joaquim Barbosa, que se tornou uma figura popular por conta da construção midiática em torno do julgamento do próprio mensalão, se torna símbolo de justiça, e nem um visivelmente abalado Genoíno, faz com que a mídia diminua seus ataques. O desgaste da política foi enorme. O coro dos que são “contra tudo que está ai” era mais forte do que nunca.
Nos primeiros meses de 2014 a mídia ainda repercute o caso e amplifica toda e qualquer manifestação anti-Copa. Seja por parte dos pessimistas que acreditam que o Brasil não teria condições de organizar eventos desse porte. Seja por conta dos que julgavam os gastos altos demais.
A Copa acontece. O país organiza de forma brilhante o torneio de futebol. Apesar do tropeço de nossa seleção dentro das quatro linhas, pouco a mídia fala sobre o torneio depois. Embora a revista Veja, de forma inacreditável, tenha tentado relacionar o insucesso da seleção com a popularidade da presidenta Dilma Rousseff.
Faltando poucos meses para o pleito, um trágico acidente mata o candidato do PSB, Eduardo Campos. Sua vice, Marina Silva, apoiada na mídia e nos banqueiros, passa a ser a grande esperança de derrubar o atual governo. Assumindo compromissos nocivos para a soberania do país, como a autonomia do Banco Central, a candidata é alavancada pelos grandes grupos de comunicação. Trazendo um bom retrospecto nas eleições de 2010, Marina Silva surge como favorita do dia pra noite.
Mas não durou muito. Sua posição conciliadora é insustentável e nas pesquisas Marina começa a naufragar a cada “tweet de Malafaia”, isso porque o pastor conservador foi um dos grandes “cabo eleitorais” da candidata.
Em uma arrancada surpreendente, o tucano Aécio Neves se credencia para disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff. A mídia trata de rapidamente abandonar Marina Silva e volta todas as suas forças para a candidatura de Aécio. Nas primeiras pesquisas – vale dizer que as pesquisas erraram por muito no primeiro turno – o tucano aparece na frente de Dilma.
O escândalo da Petrobras torna-se então a bala de prata da mídia. Aos poucos o caso vai tomando todo espaço nos noticiários e revistas. Até atingir um nível extremo. A revista Veja, baseada em acusações não comprovadas, antecipa, na semana da eleição, o lançamento de sua edição semanal de domingo para sexta. Na capa a revista crava “Eles sabiam de tudo”, ou seja, afirma que Lula e Dilma tinham conhecimento dos desvios realizados na estatal. A revista é distribuída gratuitamente pelas ruas de grandes capitais. A grande mídia escancara sua campanha contra o governo popular e democrático do país.
Em seu último programa para TV antes da eleição, Dilma Rousseff, chama o ato de “terrorismo midiático” e afirma que processará a revista por fazer uma grave acusação sem ter nenhuma prova, podendo dessa forma, interferir no resultado da votação a favor do candidato tucano.
O Jornal Nacional, prontamente repercute na noite de sábado as acusações da revista. O circo midiático está armado. Basta a vitória tucana para celebrar anos e anos de campanha contra o atual governo. Mas 20:30 de domingo, 26, um engasgado e contrariado William Bonner é obrigado a anunciar: Dilma Rousseff está reeleita. O povo venceu mais uma vez.
O que fizemos aqui foi apresentar um recorte de junho de 2013 até a eleição de domingo. Mas essa mesma mídia já apoiou a ditadura e certamente, se o governo não tiver coragem para enfrentá-la, continuará atacando nossa democracia a favor de seus interesses e dos poucos que a controlam.
Tratamos apenas dos momentos onde a ação da mídia foi mais agressiva, mas diariamente, páginas e mais páginas, horas e mais horas de imagens nas concessões públicas de TV, são produzidas para atacar a nossa democracia e o atual governo. Além de ridicularizar a política, demonizar os movimentos sociais e jogar na vala comum todo e qualquer político, a fim de criar repulsa na população.
Já passou da hora de enfrentar as empresas que apoiaram a ditadura, que elegeram Collor e que deram suporte para o neoliberalismo dos anos 90.
Que o governo tenha coragem saiba que nas ruas e nas redes pode contar com a gente!
Junho de 2013, após forte repressão policial por conta de uma manifestação contra o aumento equivalente a R$ 0,20 na passagem de ônibus em São Paulo, outras manifestações ainda maiores se seguem. A mídia prontamente passa a tratar os manifestantes como vândalos e desocupados.
A mobilização nas ruas cresce. A mídia, que não conseguiu colocar o povo na rua nem no episódio do “mensalão”, vê ali sua grande chance de pautar a população à sua maneira.
A ausência de direção das manifestações populares e espontâneas contribuiu para que a mídia tenha introduzido nas ruas a rejeição à PEC 37 e uma onda de insatisfação “contra tudo que está ai” que atingiu em cheio a juventude já descrente da política por conta da campanha diária que os grandes veículos de comunicação promovem contra a própria política e contra os movimentos sociais.
Dai em diante, os analistas da grande imprensa, que antes usavam termos como “vândalos” para se referir aos manifestantes, passam a elogiá-los com termos como “heroicos”. A Rede Globo chega a derrubar a programação do seu horário nobre para mostrar a população ocupando as ruas de todo o país. Ao invés de sua tradicional novela, que estipula até o horário das partidas de futebol no país, transmite manifestações e entre as imagens de caos nas grandes cidades, exibe à exaustão um comercial do PPS onde a dona de casa se revoltava com os preços no supermercado, sobretudo do tomate, que com a ajuda de programas matinais “inofensivos”, como “Mais Você”, da Rede Globo, se tornou um símbolo das tentativas da mídia de desestabilizar o governo através da economia.
Os gastos para a realização da Copa do Mundo também são amplamente utilizados pela oposição nas ruas. A aprovação da presidenta sai abalada de junho. Segundo a Folha de S.P., a aprovação que era de 57% na primeira semana de junho de 2013, cai para 30% após a onda de manifestações. A série de protestos derrubou em 27% a aprovação da presidenta.
Se caminhávamos para uma reeleição tranquila, agora as coisas se mostravam mais difíceis.
Em novembro, um novo espetáculo midiático. Articulada para o dia 15, feriado da Proclamação da República, a prisão dos condenados do caso Mensalão. José Dirceu e Genoíno eram presos com direito a transmissão ao vivo na TV. Outro forte abalo na popularidade do governo e novo ataque frontal a política em geral. O então presidente do STF, Joaquim Barbosa, que se tornou uma figura popular por conta da construção midiática em torno do julgamento do próprio mensalão, se torna símbolo de justiça, e nem um visivelmente abalado Genoíno, faz com que a mídia diminua seus ataques. O desgaste da política foi enorme. O coro dos que são “contra tudo que está ai” era mais forte do que nunca.
Nos primeiros meses de 2014 a mídia ainda repercute o caso e amplifica toda e qualquer manifestação anti-Copa. Seja por parte dos pessimistas que acreditam que o Brasil não teria condições de organizar eventos desse porte. Seja por conta dos que julgavam os gastos altos demais.
A Copa acontece. O país organiza de forma brilhante o torneio de futebol. Apesar do tropeço de nossa seleção dentro das quatro linhas, pouco a mídia fala sobre o torneio depois. Embora a revista Veja, de forma inacreditável, tenha tentado relacionar o insucesso da seleção com a popularidade da presidenta Dilma Rousseff.
Faltando poucos meses para o pleito, um trágico acidente mata o candidato do PSB, Eduardo Campos. Sua vice, Marina Silva, apoiada na mídia e nos banqueiros, passa a ser a grande esperança de derrubar o atual governo. Assumindo compromissos nocivos para a soberania do país, como a autonomia do Banco Central, a candidata é alavancada pelos grandes grupos de comunicação. Trazendo um bom retrospecto nas eleições de 2010, Marina Silva surge como favorita do dia pra noite.
Mas não durou muito. Sua posição conciliadora é insustentável e nas pesquisas Marina começa a naufragar a cada “tweet de Malafaia”, isso porque o pastor conservador foi um dos grandes “cabo eleitorais” da candidata.
Em uma arrancada surpreendente, o tucano Aécio Neves se credencia para disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff. A mídia trata de rapidamente abandonar Marina Silva e volta todas as suas forças para a candidatura de Aécio. Nas primeiras pesquisas – vale dizer que as pesquisas erraram por muito no primeiro turno – o tucano aparece na frente de Dilma.
O escândalo da Petrobras torna-se então a bala de prata da mídia. Aos poucos o caso vai tomando todo espaço nos noticiários e revistas. Até atingir um nível extremo. A revista Veja, baseada em acusações não comprovadas, antecipa, na semana da eleição, o lançamento de sua edição semanal de domingo para sexta. Na capa a revista crava “Eles sabiam de tudo”, ou seja, afirma que Lula e Dilma tinham conhecimento dos desvios realizados na estatal. A revista é distribuída gratuitamente pelas ruas de grandes capitais. A grande mídia escancara sua campanha contra o governo popular e democrático do país.
Em seu último programa para TV antes da eleição, Dilma Rousseff, chama o ato de “terrorismo midiático” e afirma que processará a revista por fazer uma grave acusação sem ter nenhuma prova, podendo dessa forma, interferir no resultado da votação a favor do candidato tucano.
O Jornal Nacional, prontamente repercute na noite de sábado as acusações da revista. O circo midiático está armado. Basta a vitória tucana para celebrar anos e anos de campanha contra o atual governo. Mas 20:30 de domingo, 26, um engasgado e contrariado William Bonner é obrigado a anunciar: Dilma Rousseff está reeleita. O povo venceu mais uma vez.
O que fizemos aqui foi apresentar um recorte de junho de 2013 até a eleição de domingo. Mas essa mesma mídia já apoiou a ditadura e certamente, se o governo não tiver coragem para enfrentá-la, continuará atacando nossa democracia a favor de seus interesses e dos poucos que a controlam.
Tratamos apenas dos momentos onde a ação da mídia foi mais agressiva, mas diariamente, páginas e mais páginas, horas e mais horas de imagens nas concessões públicas de TV, são produzidas para atacar a nossa democracia e o atual governo. Além de ridicularizar a política, demonizar os movimentos sociais e jogar na vala comum todo e qualquer político, a fim de criar repulsa na população.
Já passou da hora de enfrentar as empresas que apoiaram a ditadura, que elegeram Collor e que deram suporte para o neoliberalismo dos anos 90.
Que o governo tenha coragem saiba que nas ruas e nas redes pode contar com a gente!
2 comentários:
... Ainda sobre agressões e deslealdades!
TRAIÇÃO E DESLEALDADE DE TODA A ALA DIREITA! ENTENDA… ##################### COM BROCHE DE DILMA, SARNEY VOTOU EM AÉCIO Imagens produzidas pela TV Amapá, retransmissora da Rede Globo no estado, revelam que o senador José Sarney (PMDB-AP), mesmo usando broche da presidente Dilma Rousseff (PT), na hora de digitar o voto optou pelo candidato Aécio Neves (PSDB) no último domingo; assista 29 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 16:56 (…) FONTE: http://www.brasil247.com/pt/24… VÍDEOS José Sarney vota em Aécio https://www.youtube.com/watch?v=WO6YSgYv4_Y e aqui: https://www.youtube.com/watch?v=53KwhitVYxc
de: Kelvin
Miro circulam por todo o Brasil editoriais, entrevistas e análises preconceituosa contra os nordestinos promovidos pelas empresas de comunicação.
nas redes sociais pessoas influenciadas pela grande oligarquia midiática estão disseminando mensagens de ódio contra os nordestinos.
é inadmissível que a sociedade democrática assista a população nordestina ser transformada em bode expiatório pela grande mídia conservadora por suas convicções políticas, isso é uma violação da Constituição
Está na hora de reunir os empresários, intelectuais, blogueiros, jornalistas, autoridades do executivo, legislativo e judiciário para repudiar abertamente essa perseguição preconceituosa contra os nordestinos promovidos pelas empresas de comunicação conservadoras.
Abaixo a ditadura da mídia !!!
Pela Democratização das comunicações no Brasil !!!
Postar um comentário