sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Queda da informalidade não é manchete

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), entidade que representa as maiores redes varejistas do país, divulgou um estudo impactante. Ele comprova que nos últimos dez anos houve uma drástica queda do trabalho informal no Brasil. O emprego sem carteira assinada – o que significa ausência de direitos trabalhistas, piores salários e condições precárias de trabalho – baixou de 55%, em 2002, para 40% em 2012. O estudo, porém, não foi manchete nos jornalões e nem mereceu comentários nos telejornais. A mídia privada, no seu “oposicionismo” contra os governos Lula e Dilma, prefere só realçar ou inventar notícias negativas. Os “urubólogos de plantão” escondem a realidade!

A minuciosa pesquisa foi elaborada pela consultoria McKinsey, contratada pelo IDV. Ela revela que a maior queda da informalidade se deu no comércio, setor em que a participação do emprego informal despencou 16% – passando de 54% para 38% nesse período. “A informalidade tem impacto direto na produtividade, que é baixa entre as empresas que atuam de forma irregular, e freia o crescimento da economia”, observou Flávio Rocha, presidente do IDV e da rede Riachuelo. “O Brasil foi um dos países que mais se formalizaram na última década, e o varejo é um dos grandes responsáveis por isso, ao responder por 18% do emprego”. Também houve queda na construção civil e no setor de serviços.

Os dados do estudo foram compilados a partir da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2012, porque a de 2013 ainda não foi divulgada pelo IBGE. “De forma geral, não houve mudanças significativas nos dados até 2014. O cenário da redução se manteve”, garante Flávio Rocha. Para o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, a queda da informalidade no Brasil deve ser festejada e decorre das políticas aplicadas pelo governo federal para enfrentar a grave crise mundial. A partir de 2015, a empresária Luiza Helena Trajano, da rede Magazine Luiza – que recentemente desmoralizou alguns “urubólogos da mídia” –, presidirá o IDV.

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