sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Goldman insiste no impeachment de Dilma

Do blog de Zé Dirceu:

O 1º vice-presidente nacional do PSDB, ex-governador paulista Alberto Goldman, defendeu inesperada e extemporaneamente que a oposição deveria cuidar do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Se houver motivos para denunciá-la (a presidenta) como tendo cometido crime de responsabilidade e se o quadro político e econômico continuar a se deteriorar, pode ser a saída democrática necessária. Talvez a única”, pontificou do alto de seu reaparecimento, o ex-governador Alberto Goldman.

Goldman já vinha falando disso, inclusive no início da semana aconselhou a oposição a discutir o que fazer diante da crise financeira e das denúncias de corrupção que atingem a Petrobrás – discutir, na opinião dele, com a alternativa do impeachment em mente. Goldman teve a falta de senso de ironizar que não entende por que parte do eleitorado petista havia se indignado com o fato de ele levantar a possibilidade do impeachment.

Até foi capaz de ironizar, dizendo que os mais jovens podem até não se lembrar, mas isso foi o que aconteceu em 1992, com o então presidente Fernando Collor de Mello. “Não se perpetrou, então, nenhum golpe. Usou-se do texto constitucional e da legislação em vigor para, democraticamente, retirar do poder um presidente que não correspondia às necessidades da Nação”, afirmou.

Tudo o que ele disse aplica-se aos governos tucanos de que participou

Goldman concluiu: “Se para o País o impeachment é a saída para abrir perspectivas melhores para todos temos a obrigação de usá-lo como o instrumento legal apropriado”. E ficou dando voltas, teorizando – mas, no fundo sustentando o assunto e sugerindo o impeachment… Coisa que o PT, partido líder da oposição durante o tucanato (1995-2002) jamais fez, nem nos piores momentos e escândalos dos governos FHC… Nem quando houve a denunciada compra de votos para aprovar a emenda da reeleição que beneficiou primeiramente o ex-presidente tucano.

Mas, o que se constata e se pode dizer é que tudo o que o candidato a golpista tucano disse agora pode se aplicar ao governo paulista do qual ele faz parte. Aliás, Goldman foi o homem forte no governo Quercia e vice-governador de José Serra, que renunciou 10 meses antes do término do governo, quando Goldman teve a oportunidade de se tornar governador.

Vivemos um não um descalabro total em São Paulo ? Ou não é gravíssimo, apesar da mídia esconder, o escândalo do cartel do metrô e trens urbanos, que envolveu 5 parlamentares tucanos e que só veio a tona com a delação, o acordo de leniência da Siemens no CADE-Conselho Administrativo de Defesa Econômica? Lógico, como envolveu tucanos, 3 já foram absolvidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) – a denúncia da Procuradoria-Geral da República nem foi aceita. Dois aguardam o voto de desempate do ministro Luís Fux.

E a Sabesp, a CPI do Cachoeira-Goiás e os apagões em todas as áreas em são Paulo?

E a Sabesp? Pode uma empresa privatizada na prática pelos tucanos distribuir lucros durante décadas – os tucanos governam São Paulo há décadas – e não investir, levar São Paulo a essa estado de racionamento, rodízio e falta de água? Quando ela sofrerá uma devassa? E onde está a
imprensa que tanto fustiga a Petrobras todos os dias e esconde o escândalo do Cartel tucano?

Esconde, aliás, como fez com as ligações do tucanato com Carlinhos Cachoeira, o empresário-bicheiro que chegou a capturar o poder num Estado governado pelos tucanos, o de Goiás. A que interesses serviram a Sabesp, o metrô paulistano e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e quem são os governantes responsáveis pelos bilhões desviados do sistema de transporte público de São Paulo?

Eles não deixam apurar. Nada. Isso sem falar na situação da segurança pública e na gravíssima crise da agricultura de São Paulo, hoje uma monocultura sucro-alcooleira… Francamente, não há como se dar razão, nem em respeito à oposição, para a estultice desse tucano de bico fino, serrista de quatro costados, pregador de golpe via legislativo ao ressuscitar inoportunamente o impeachment…

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