Por Altamiro Borges
A situação de São Paulo está ficando insuportável. Recorde de roubos, panes diárias nos trens do Metrô e da CPTM, falta de água e queda de luz. A sorte do governador Geraldo Alckmin, reeleito em primeiro turno, é que a mídia lhe dá total proteção. O tucano não aparece em manchetes negativas nos jornalões ou nos comentários hidrófobos nos telejornais. O tal jornalismo investigativo é dócil diante do mandatário em seu quarto mandato. As entrevistas lembram conversas de compadres, tamanho o servilismo. No ápice do caos, o “picolé de chuchu” some do noticiário. Esta vida mansa, porém, pode acabar. Muitos paulistas, inclusive os que votaram no tucano, já esbravejam: “Porra Alckmin, cadê a água e a luz?”.
Somente nas duas últimas semanas, o Procon de São Paulo recebeu 950 reclamações devido à queda de luz. Com as fortes chuvas que atingem a região metropolitana, as árvores caem e danificam a rede elétrica. A empresa responsável pelo setor, a AES Eletropaulo, não tem estrutura para realizar a rápida manutenção. Na segunda-feira (12), 800 mil residências ficaram sem energia elétrica. No dia seguinte, 353 mil casas seguiam sem luz na capital e nas cidades de Cotia, São Lourenço da Serra, Embu e Itapevi. A estudante Marília Campos estima que teve um prejuízo de R$ 800 com a comida que estragou devido ao desligamento da sua geladeira. “Joguei tudo fora”, afirmou à reportagem da Agência Brasil.
As tempestades dos últimos dias até poderiam servir de alívio diante de outro gravíssimo problema: a crise de abastecimento de água que afeta mais de 6 milhões de habitantes abastecidos pelo Sistema Cantareira. Mas a irresponsabilidade dos governos tucanos não dá brechas para esta ilusão. Apesar das chuvas, os reservatórios continuam abaixo dos 7% da sua capacidade. Os alertas feitos por especialistas há mais de cinco anos não foram suficientes para a adoção das providências necessárias. A empresa responsável pelo setor, a Sabesp, priorizou os rendimentos dos seus acionistas em Nova Iorque e não investiu na manutenção dos vazamentos e na ampliação dos reservatórios.
Nesta quarta-feira (14), o governador Geraldo Alckmin admitiu a grave crise no setor, mas preferiu “tucanar” a tragédia. Ao invés de reconhecer que a falta de água já atinge vários bairros e cidades, ele inventou o termo “restrição hídrica”. Risível! Ele também festejou uma decisão absurda da Justiça paulista, sempre tão amiga dos tucanos. Na terça-feira (12), a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública, havia suspendido a cobrança da sobretaxa de até 100% para quem consumir mais água do que a média dos últimos dozes meses. Ela acolheu pedido de liminar da Proteste, uma entidade de defesa do consumidor. Poucas horas depois, porém, a Justiça revogou a decisão da primeira instância.
Ou seja: além de ficar sem água, o paulista ainda vai pagar uma sobretaxa pelo aumento do consumo. Surreal. Muitos eleitores do tucano devem estar revoltados e até arrependidos do seu voto. Muitos devem resmungar: Porra Alckmin, cadê a luz e água?
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A situação de São Paulo está ficando insuportável. Recorde de roubos, panes diárias nos trens do Metrô e da CPTM, falta de água e queda de luz. A sorte do governador Geraldo Alckmin, reeleito em primeiro turno, é que a mídia lhe dá total proteção. O tucano não aparece em manchetes negativas nos jornalões ou nos comentários hidrófobos nos telejornais. O tal jornalismo investigativo é dócil diante do mandatário em seu quarto mandato. As entrevistas lembram conversas de compadres, tamanho o servilismo. No ápice do caos, o “picolé de chuchu” some do noticiário. Esta vida mansa, porém, pode acabar. Muitos paulistas, inclusive os que votaram no tucano, já esbravejam: “Porra Alckmin, cadê a água e a luz?”.
Somente nas duas últimas semanas, o Procon de São Paulo recebeu 950 reclamações devido à queda de luz. Com as fortes chuvas que atingem a região metropolitana, as árvores caem e danificam a rede elétrica. A empresa responsável pelo setor, a AES Eletropaulo, não tem estrutura para realizar a rápida manutenção. Na segunda-feira (12), 800 mil residências ficaram sem energia elétrica. No dia seguinte, 353 mil casas seguiam sem luz na capital e nas cidades de Cotia, São Lourenço da Serra, Embu e Itapevi. A estudante Marília Campos estima que teve um prejuízo de R$ 800 com a comida que estragou devido ao desligamento da sua geladeira. “Joguei tudo fora”, afirmou à reportagem da Agência Brasil.
As tempestades dos últimos dias até poderiam servir de alívio diante de outro gravíssimo problema: a crise de abastecimento de água que afeta mais de 6 milhões de habitantes abastecidos pelo Sistema Cantareira. Mas a irresponsabilidade dos governos tucanos não dá brechas para esta ilusão. Apesar das chuvas, os reservatórios continuam abaixo dos 7% da sua capacidade. Os alertas feitos por especialistas há mais de cinco anos não foram suficientes para a adoção das providências necessárias. A empresa responsável pelo setor, a Sabesp, priorizou os rendimentos dos seus acionistas em Nova Iorque e não investiu na manutenção dos vazamentos e na ampliação dos reservatórios.
Nesta quarta-feira (14), o governador Geraldo Alckmin admitiu a grave crise no setor, mas preferiu “tucanar” a tragédia. Ao invés de reconhecer que a falta de água já atinge vários bairros e cidades, ele inventou o termo “restrição hídrica”. Risível! Ele também festejou uma decisão absurda da Justiça paulista, sempre tão amiga dos tucanos. Na terça-feira (12), a juíza Simone Viegas de Moraes Leme, da 8ª Vara da Fazenda Pública, havia suspendido a cobrança da sobretaxa de até 100% para quem consumir mais água do que a média dos últimos dozes meses. Ela acolheu pedido de liminar da Proteste, uma entidade de defesa do consumidor. Poucas horas depois, porém, a Justiça revogou a decisão da primeira instância.
Ou seja: além de ficar sem água, o paulista ainda vai pagar uma sobretaxa pelo aumento do consumo. Surreal. Muitos eleitores do tucano devem estar revoltados e até arrependidos do seu voto. Muitos devem resmungar: Porra Alckmin, cadê a luz e água?
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