Por Maíra Streit, na revista Fórum:
“Primeiro, preciso dizer que a solidariedade é minha única ideologia e minha única religião”. A frase é de Enio Barroso Filho, um dos mais emblemáticos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e um símbolo dos ideais genuínos da luta de esquerda. Acostumado a dedicar seus esforços pelo bem-estar coletivo, agora ele se surpreende ao ser alvo de uma grande rede de amigos mobilizados em ajudá-lo.
A campanha “Vá pra Cuba, companheiro!” tem reunido várias pessoas com um único objetivo: custear as despesas para o tratamento de Enio no país caribenho e, assim, atenuar as dificuldades trazidas por uma séria distrofia muscular congênita. A doença degenerativa faz com que se perca o tônus muscular ao longo dos anos e, além de comprometer os movimentos do corpo, ainda causa disfunções como dores, câimbras e fadiga.
Apesar de ser um problema comum na família – uma tia, inclusive, morreu bastante jovem por consequências da distrofia -, Enio levou uma vida normal até os 28 anos, quando passou a sentir fraqueza nas pernas e nos braços. O diagnóstico veio em 1985 e, a partir daí, precisou caminhar com o uso de bengala e abandonou a profissão de químico. Há 7 anos, se tornou cadeirante e, com o passar da idade, percebeu a doença avançar em uma velocidade ainda maior.
Agora, ele vê em Cuba uma possibilidade de reduzir os sintomas, já que não há ainda uma cura definitiva para a doença. A escolha do destino foi baseada, além da qualidade, no viés humanista do sistema de saúde cubano. Segundo ele, o acompanhamento é feito de modo personalizado, com especialistas de variadas áreas e uma visão mais voltada às particularidades do paciente. “Em Cuba, me parece que serei tratado como um amigo que precisa de ajuda”, afirmou.
Mas, para isso, é preciso arrecadar uma quantia de aproximadamente R$ 50 mil, incluindo os valores das passagens de ida e volta (a viagem de um acompanhante é obrigatória), hospedagem, seguro-saúde, taxas e outras despesas. Enio pretende fazer vídeos diários para mostrar informações sobre a estadia e os progressos do tratamento em Cuba. Todo o registro do material poderá ser acompanhado no blogue pessoal do ativista.
Ao contrário do que se imagina, todo esse processo tem sido encarado com esperança e bom humor. “Como pode ver, a minha vida foi tumultuada demais para ser levada a sério”, disse. “É tudo o que eu preciso: melhorar minha qualidade de vida e o consequente prolongamento das minhas perspectivas, que até aqui me foram apresentadas como breves”, concluiu.
Histórico de militância
Enio Barroso é filiado ao PT desde o primeiro dia de fundação do partido. Trabalhava no Polo Petroquímico de Capuava, em Santo André (SP), quando surgiram, no final dos anos 1970, as históricas greves do ABC. Ali, conheceu o então sindicalista Lula e lutou por melhores salários para sua categoria, além de consolidar a resistência ao regime militar.
Atuou no movimento estudantil e foi preso por quatro vezes. Morou e militou um tempo em Porto Alegre. Mas, ao descobrir a doença, precisou voltar a São Paulo, onde ocupou posteriormente cargos nas gestões municipais de Luiza Erundina e Marta Suplicy. Atuou ainda como assessor parlamentar e participou de inúmeras campanhas políticas.
A experiência como “blogueiro sujo” – termo criado pelo tucano José Serra para hostilizar a blogosfera formada por militantes de esquerda – teve início com as limitações trazidas pela distrofia. “Tudo começou quando a vida me tirou os pés do chão e me sentou na cadeira de rodas”, explicou. Hoje, ele se orgulha de ter presenciado tantos momentos marcantes e de ter contribuído para as transformações sociais em andamento no país.
Como ajudar
Quer colaborar com a campanha?
O depósito pode ser feito, em qualquer quantia, direto na conta poupança:
Enio Barroso Filho
104 – Caixa Econômica Federal
CPF 000.831.558-21
Agência 0244 – Casa Verde
Operação 013
Conta 19636-2
“Primeiro, preciso dizer que a solidariedade é minha única ideologia e minha única religião”. A frase é de Enio Barroso Filho, um dos mais emblemáticos militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e um símbolo dos ideais genuínos da luta de esquerda. Acostumado a dedicar seus esforços pelo bem-estar coletivo, agora ele se surpreende ao ser alvo de uma grande rede de amigos mobilizados em ajudá-lo.
A campanha “Vá pra Cuba, companheiro!” tem reunido várias pessoas com um único objetivo: custear as despesas para o tratamento de Enio no país caribenho e, assim, atenuar as dificuldades trazidas por uma séria distrofia muscular congênita. A doença degenerativa faz com que se perca o tônus muscular ao longo dos anos e, além de comprometer os movimentos do corpo, ainda causa disfunções como dores, câimbras e fadiga.
Apesar de ser um problema comum na família – uma tia, inclusive, morreu bastante jovem por consequências da distrofia -, Enio levou uma vida normal até os 28 anos, quando passou a sentir fraqueza nas pernas e nos braços. O diagnóstico veio em 1985 e, a partir daí, precisou caminhar com o uso de bengala e abandonou a profissão de químico. Há 7 anos, se tornou cadeirante e, com o passar da idade, percebeu a doença avançar em uma velocidade ainda maior.
Agora, ele vê em Cuba uma possibilidade de reduzir os sintomas, já que não há ainda uma cura definitiva para a doença. A escolha do destino foi baseada, além da qualidade, no viés humanista do sistema de saúde cubano. Segundo ele, o acompanhamento é feito de modo personalizado, com especialistas de variadas áreas e uma visão mais voltada às particularidades do paciente. “Em Cuba, me parece que serei tratado como um amigo que precisa de ajuda”, afirmou.
Mas, para isso, é preciso arrecadar uma quantia de aproximadamente R$ 50 mil, incluindo os valores das passagens de ida e volta (a viagem de um acompanhante é obrigatória), hospedagem, seguro-saúde, taxas e outras despesas. Enio pretende fazer vídeos diários para mostrar informações sobre a estadia e os progressos do tratamento em Cuba. Todo o registro do material poderá ser acompanhado no blogue pessoal do ativista.
Ao contrário do que se imagina, todo esse processo tem sido encarado com esperança e bom humor. “Como pode ver, a minha vida foi tumultuada demais para ser levada a sério”, disse. “É tudo o que eu preciso: melhorar minha qualidade de vida e o consequente prolongamento das minhas perspectivas, que até aqui me foram apresentadas como breves”, concluiu.
Histórico de militância
Enio Barroso é filiado ao PT desde o primeiro dia de fundação do partido. Trabalhava no Polo Petroquímico de Capuava, em Santo André (SP), quando surgiram, no final dos anos 1970, as históricas greves do ABC. Ali, conheceu o então sindicalista Lula e lutou por melhores salários para sua categoria, além de consolidar a resistência ao regime militar.
Atuou no movimento estudantil e foi preso por quatro vezes. Morou e militou um tempo em Porto Alegre. Mas, ao descobrir a doença, precisou voltar a São Paulo, onde ocupou posteriormente cargos nas gestões municipais de Luiza Erundina e Marta Suplicy. Atuou ainda como assessor parlamentar e participou de inúmeras campanhas políticas.
A experiência como “blogueiro sujo” – termo criado pelo tucano José Serra para hostilizar a blogosfera formada por militantes de esquerda – teve início com as limitações trazidas pela distrofia. “Tudo começou quando a vida me tirou os pés do chão e me sentou na cadeira de rodas”, explicou. Hoje, ele se orgulha de ter presenciado tantos momentos marcantes e de ter contribuído para as transformações sociais em andamento no país.
Como ajudar
Quer colaborar com a campanha?
O depósito pode ser feito, em qualquer quantia, direto na conta poupança:
Enio Barroso Filho
104 – Caixa Econômica Federal
CPF 000.831.558-21
Agência 0244 – Casa Verde
Operação 013
Conta 19636-2
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