Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Era de se esperar o resultado da pesquisa Datafolha que registra o despencar da aprovação do Governo Dilma Rousseff.
Eu já havia sido avisado na rua e até mesmo em casa, agora que os (benditos) temporais sobre o Rio de Janeiro fizeram ser frequentes as interrupções no fornecimento de energia, pois ouço um vizinho esbravejar , nessas horas, contra a “maldita Dilma” , embora não seja ela quem faz caírem raios nem soprarem ventanias e a empresa de energia ser chilena, privatizada pelo PSDB (Marcello Alencar e Fernando Henrique).
É claro que parte deste desgaste foi produzida por fatos – aumentos de preços, tarifas, inflação –, mas boa parte dele é fruto de não-fatos.
Até porque, neste mês e pouco em que se registrou a queda de popularidade – com todas as reservas que se tenha aos números do Datafolha – não aconteceram, como em maio-junho de 2013, fatos concretos de impacto semelhantes às manifestações de rua.
Perdeu-se-a na – expressão da Presidenta – “batalha da comunicação” – e não porque os exércitos inimigos, neste combate, tenham sido piores ou mais poderosos. É que contra ele deixaram de se levantar palavras e atos.
É a mais grave violação que um representante da população pode fazer: deixar de comunicar-se com ela, de prestar contas dos seus atos, de explicar o que faz e porque faz.
Não posso sequer dizer que Dilma é como o Fernando Henrique do segundo mandato, para o qual se elegeu à base da estabilidade cambial (um dólar = um real, lembram-se) porque não há, ainda, atos concretos que mostrem que Dilma vá assumir plenamente uma política “mercadista”, como a que o povo brasileiro recusou nas urnas.
Igualmente é cedo para dizer que é totalmente irreversível a deterioração de seu prestígio, porque a política é um móbile que flutua aos ventos das conjunturas, quando se trata, sobretudo, das camadas médias mais suscetíveis ao que lhes diz a mídia.
Mas é possível dizer, sim, que Dilma quebrou o encanto que, em parte, o processo eleitoral lhe havia devolvido e que, agora, cada ponto de solidariedade popular lhe custará o dobro ou o triplo para conseguir.
Porque as perdas do amor não se revertem tão facilmente quanto as dos negócios, onde o lucro de hoje apaga o prejuízo de ontem.
Mas é ainda pior: não se trata apenas do sucesso de uma governante, é mais que isso.
É a continuidade de um projeto de libertação nacional.
É a própria democracia, porque o golpismo encontra no desprestígio da autoridade o campo para lançar seus esporos, que já contaminaram boa parte das instituições da República.
Travar o combate político não é mais uma opção, é um ato de sobrevivência.
E a primeira atitude dos que querem sobreviver é mudar.
A opção pelo silêncio e pelo acovardamento cobrou um altíssimo preço a Dilma.
Era de se esperar o resultado da pesquisa Datafolha que registra o despencar da aprovação do Governo Dilma Rousseff.
Eu já havia sido avisado na rua e até mesmo em casa, agora que os (benditos) temporais sobre o Rio de Janeiro fizeram ser frequentes as interrupções no fornecimento de energia, pois ouço um vizinho esbravejar , nessas horas, contra a “maldita Dilma” , embora não seja ela quem faz caírem raios nem soprarem ventanias e a empresa de energia ser chilena, privatizada pelo PSDB (Marcello Alencar e Fernando Henrique).
É claro que parte deste desgaste foi produzida por fatos – aumentos de preços, tarifas, inflação –, mas boa parte dele é fruto de não-fatos.
Até porque, neste mês e pouco em que se registrou a queda de popularidade – com todas as reservas que se tenha aos números do Datafolha – não aconteceram, como em maio-junho de 2013, fatos concretos de impacto semelhantes às manifestações de rua.
Perdeu-se-a na – expressão da Presidenta – “batalha da comunicação” – e não porque os exércitos inimigos, neste combate, tenham sido piores ou mais poderosos. É que contra ele deixaram de se levantar palavras e atos.
É a mais grave violação que um representante da população pode fazer: deixar de comunicar-se com ela, de prestar contas dos seus atos, de explicar o que faz e porque faz.
Não posso sequer dizer que Dilma é como o Fernando Henrique do segundo mandato, para o qual se elegeu à base da estabilidade cambial (um dólar = um real, lembram-se) porque não há, ainda, atos concretos que mostrem que Dilma vá assumir plenamente uma política “mercadista”, como a que o povo brasileiro recusou nas urnas.
Igualmente é cedo para dizer que é totalmente irreversível a deterioração de seu prestígio, porque a política é um móbile que flutua aos ventos das conjunturas, quando se trata, sobretudo, das camadas médias mais suscetíveis ao que lhes diz a mídia.
Mas é possível dizer, sim, que Dilma quebrou o encanto que, em parte, o processo eleitoral lhe havia devolvido e que, agora, cada ponto de solidariedade popular lhe custará o dobro ou o triplo para conseguir.
Porque as perdas do amor não se revertem tão facilmente quanto as dos negócios, onde o lucro de hoje apaga o prejuízo de ontem.
Mas é ainda pior: não se trata apenas do sucesso de uma governante, é mais que isso.
É a continuidade de um projeto de libertação nacional.
É a própria democracia, porque o golpismo encontra no desprestígio da autoridade o campo para lançar seus esporos, que já contaminaram boa parte das instituições da República.
Travar o combate político não é mais uma opção, é um ato de sobrevivência.
E a primeira atitude dos que querem sobreviver é mudar.
A opção pelo silêncio e pelo acovardamento cobrou um altíssimo preço a Dilma.
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