segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

FHC e 'Veja' pregam golpe paraguaio

Por Altamiro Borges

Derrotada nas urnas em outubro passado, a direita está excitada com a possibilidade de derrubar a presidenta Dilma Rousseff através de um golpe "made in Paraguai" – via pedido de impeachment no Supremo Tribunal Federal (STF). Neste final de semana, dois representantes desta corrente deixaram explícita esta tática golpista. Em artigo publicado no Estadão, no domingo (2), o ex-presidente FHC, recalcado com sua abissal rejeição na sociedade, sinalizou com esta hipótese. No mesmo rumo, a criminosa revista "Veja" estampou na capa a manchete "Reação em cadeia", indicando que a sinistra Operação Lava-Jato pode resultar no impeachment de Dilma e na prisão de Lula.

No texto intitulado "Chegou a hora", FHC utiliza a sua linguagem empolada, típica do "sociólogo da Sorbonne", para indicar o caminho que a direita nativa deve seguir no próximo período. Segundo o "príncipe da privataria", o governo recém-eleito "já apodreceu". Prova disto são "as fraturas expostas na base aliada", "os esguichos da Operação Lava Jato", a crise energética e a retração da economia. Egocêntrico e ressentido, FHC não esconde sua inveja doentia. "Depois de 12 anos de contínua tentativa de desmoralização de quase tudo o que meu governo fez, bem que eu poderia dizer: estão vendo, o PT beijou a cruz e tenta praticar tudo o que negou no passado". Mas ele se diz magnânimo: "Em vez disso, procuro soluções". Haja cinismo!

As soluções apresentadas pelo grão-tucano são evidentemente golpistas. Para ele, a presidenta Dilma "não tem condições para liderar" as mudanças políticas no Brasil. "Daí minha insistência: ou há uma regeneração 'por dentro', governo e partidos reagem e alteram o que se sabe que deve ser alterado nas leis eleitorais e partidárias, ou a mudança virá 'de fora'. No passado, seriam golpes militares. Não é o caso, não é desejável nem se veem sinais. Resta, portanto, a Justiça. Que ela leve adiante a purga; que não se ponham obstáculos insuperáveis ao juiz, aos procuradores, aos delegados ou à mídia. Que tenham a ousadia de chegar até aos mais altos hierarcas, desde que efetivamente culpados". A solução para a crise, insiste FHC, se dará através do Poder Judiciário... e não no terreno da política.

Já a revista "Veja", menos empolada e mais escrachada, vai direto ao ponto. Ela informa que uma das empresas envolvidas nas denúncias de corrupção na Petrobras encomendou um parecer jurídico sobre a viabilidade do pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. A edição da revista, que chegou às bancas no sábado (31), não revela o nome da empreiteira, mas informa que o parecer foi elaborado pelo jurista Ives Gandra Martins – famoso por ser um dos fundadores e mentores da seita fascistóide Opus Dei no Brasil. 

"Considerando que o assalto aos recursos da Petrobras, perpetrado durante oito anos, de bilhões de reais, sem que a Presidente do Conselho e depois Presidente da República o detectasse, constitui omissão, negligência e imperícia, conformando a figura da improbidade administrativa", o parecer do militante do Opus Dei prega abertamente o impeachment de Dilma Rousseff. A revista "Veja" festeja o resultado do "estudo jurídico" e ainda aponta a possibilidade da "reação em cadeia" resultar no indiciamento e no "eventual" pedido de prisão para o ex-presidente Lula. 

Como se observa, a direita está super-excitada. E os dois petardos foram disparados antes da eleição do lobista Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados. As festanças após a vitória na noite de domingo devem embriagar ainda mais as hostes golpistas. Ou a presidenta Dilma parte urgentemente para a contra-ofensiva, ou seu governo pode não chegar ao fim do mandato. A conferir!

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3 comentários:

  1. Eu nunca imaginei uma esquerda tão inútil igual a nossa ,com a caneta nas mãos e consegue derrotar a si mesma e tem mais vai conseguir o impedimento da presidenta,isto e o cúmulo da estúpides.

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  2. Vai ouvir conversa do boca larga! E a in veja! Sonham porque sabem que ambos estão com o pé na cova.

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  3. O QG do golpe contra Dilma fica no Paraná. Na Lava Jato são todos tucanos. Youssef, Figueiredo Bastos, Augusto Ribeiro de Mendonça, todos interligados com Beto Richa e Fernado Francischini, a CR Almeida banca o Francischini, o Figueiredo Bastos foi advogado da CR Almeida. Ao mesmo tempo que avança na câmara e na Lava-jato as manipulções para depor a Dilma. Beto Richa prepara o Clima para as revoltas de rua. Ele está forçando e desejando uma greve para reprimir violentamente e repetir as jornadas de julho...

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