Manifesto de criação do Coletivo de Luta pela Água:
A Água é um Direito Humano, não uma mercadoria!
São Paulo vive uma crise de abastecimento de água sem precedentes. É um momento difícil para todos. Há anos o Governo do Estado vem sendo alertado do risco de um colapso devido de infraestrutura insuficiente para atender a população das Regiões Metropolitanas de São Paulo (RMSP) e de Campinas.
Não houve investimento necessário para ampliação dos sistemas de abastecimento que acompanhasse o crescimento das cidades. Descaso com a preservação ambiental, falta de tratamento de esgotos, ocupação das várzeas e intensa impermeabilização do solo somados à insuficiência dos investimentos e à ausência de planejamento, contribuíram para o agravamento da crise.
O modelo de gestão privada agravou-se a partir do momento em que a Sabesp passou a negociar suas ações nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York. A busca do lucro a qualquer preço em detrimento da priorização da prestação de um serviço público de qualidade fez com a empresa ignorasse as previsões climáticas que já apontavam para uma redução das chuvas, o crescimento da demanda e negligenciasse todas as advertências, sobretudo a obrigatoriedade estabelecida na outorga do Cantareira de redução da dependência desse Sistema e de redução de perdas por vazamentos.
Como se não bastasse, no momento decisivo em que era preciso medidas eficazes de combate à crise e informação clara de medidas individuais e coletivas, o Governo do Estado esvaziou os espaços de participação e deliberação, como os comitês de bacia hidrográficas , o Conselho Estadual de Recursos Hídricos o Conselho de Desenvolvimento da RMSP. Além disso, aparelhou a Agência Estadual de Regulação - Arsesp.
Para tirar o foco da crise, o Governo do Estado, ao mesmo tempo em que pedia para economizar, água dizia que não faltaria água, passando “sinal trocado” para a população.
Também demorou a iniciar uma campanha de redução de consumo porque os interesses comerciais de maximizar receita com a venda de água se sobrepõem à necessidade de conscientização da população. E quando o fez, responsabilizou o povo pelo problema, alegando consumo exagerado, ocupação desordenada de áreas de mananciais e furto de água. Transformou, assim, a vitima em culpada.
Só o Governo do Estado não admite ate hoje que os problemas estruturais da crise hídrica são resultados da inoperância da SABESP em investir na melhoria do sistema de distribuição de água que hoje contabiliza cerca de 37% de perda. Também mantém a postura ao continuar superexplorando os mananciais e de estimular o alto consumo de setores industriais, competindo comercialmente com outras soluções para abastecimento de água para os processos de produção.
A situação realmente é alarmante e imprevisível para a população, e a economia do Estado. Há ameaça de desemprego em grande escala em vários setores, escolas terão seu funcionamento afetado, prejudicando a educação de milhares de crianças e adolescentes. A saúde também poderá ser atingida. No horizonte, conflitos pela água.
Uma face perversa da condução dessa crise é privilegiar os usuários mais endinheirados que certamente ampliarão a sua capacidade de reservar água. O contrário acontecerá com a população mais pobre. Na periferia mais distante e nos lugares mais altos, seus moradores já chegam a ficar sem água por muitos dias seguidos.
A política do Governo do Estado está inviabilizando um direito humano fundamental: o acesso à água de forma segura em quantidade suficiente e qualidade comprovada.
O Coletivo de Luta pela Água
Com o objetivo de ampliar e unificar ações para pressionar o Governo do Estado a adotar medidas que ao menos, minimizem os impactos da crise, entidades ligadas aos movimentos popular, sindical, gestores municipais e organizações não governamentais, criaram o Coletivo de Luta Pela Água. Juntos defendem o direito a água e ao saneamento como um direito humano fundamental nos moldes da resolução aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2010.
Outra meta do coletivo é constituir os comitês de luta locais como forma de envolver as populações afetadas.
As entidades entendem ser necessário que o Governo do Estado aja com total transparência e mobilize seus órgãos como Cetesb, Secretaria do Meio Ambiente,
Defesa Civil, Secretaria da Saúde e Educação para atuar de forma conjunta e garanta a participação da sociedade e prefeituras em todo o processo de debate para enfrentamento da crise.
É preciso que o governo apresente imediatamente um Plano de Emergência que explicite de forma clara os próximos passos que serão tomados a partir de um amplo diálogo com a sociedade e representantes dos municípios.
Acreditamos que para a superação dessa crise seja necessário que o Governo decrete imediatamente Estado de Calamidade Pública nas Bacias do Alto Tietê e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí para enfrentamento da crise e mitigação dos prejuízos aos cidadãos e às atividades econômicas. O Plano deverá contemplar as seguintes medidas:
a) Priorizar o uso da água para consumo humano e de animais;
b) Garantir volume de água suficiente e de qualidade segura para o consumo imprescindível à sobrevivência;
c) Manter sem interrupção o abastecimento dos imóveis em que residam populações vulneráveis, internadas em serviços de administração pública ou privada, como hospitais, unidades de saúde, clínicas, albergues, asilos, creches, escolas, presídios, delegacias, aeroportos, rodoviárias;
d) Informar locais e horários em que haverá desabastecimento de água ou redução de pressão e prazo de restabelecimento;
e) Administrar com equidade a falta de água, quer seja por racionamento, redução de pressão ou gestão de demanda. Para não penalizar a população que mora nos extremos das periferias e nos pontos mais altos nem privilegiar os endinheirados que dispõe de mais volume domiciliar de reservação;
f) Veicular campanha com esclarecimentos sobre a crise e orientações para proteção da saúde humana contra doenças de veiculação hídrica, como a dengue, diarreia entre outras;
g) Iniciar imediatamente a distribuição de caixas de água para todos os imóveis de população de baixa renda que não as disponham;
h) Criar incentivos fiscais para equipamentos hidráulicos que economizam água e, ao mesmo tempo, sua aquisição através de campanhas publicitárias;
i) Estimular a implantação de programas de apoio para utilização de água de reuso inclusive domestico, garantindo apoio técnico e financeiro;
j) Criar sala de situação para todos os sistemas produtores que atendem a RMSP para acompanhamento e divulgação diária das condições de armazenamento dos mananciais, pluviometria, vazões afluentes e defluentes e consumos de água por categoria de usuários;
k) Implantar sistema de divulgação dos dados, informações e decisões de forma a trazer transparência ao setor e permitir que os cidadãos, as prefeituras e os diferentes segmentos econômicos possam se planejar;
l) Estruturar enfrentamento sanitário do desabastecimento de água, no que se refere à ampliação do monitoramento da qualidade da água pública distribuída, de bicas, nascentes e poços para lidar com ocorrências de doenças de veiculação hídrica;
m) Preparar as medidas jurídicas que possibilitem requisitar poços artesianos e todas as fontes disponíveis de água para direcioná-las aos usos prioritários da mesma forma que a frota de caminhões pipa existente, em especial de empresas que comercializam água a granel;
n) Divulgar para a sociedade todos os contratos de “demanda firme” para grandes consumidores, a quantidade de água fornecida, valor da tarifa, e rever esses contratos para avaliar a possibilidade de substituição por água não potável e qual a prioridade do uso atual;
o) Acelerar as obras capazes de ampliar em curto prazo a disponibilidade hídrica nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas;
p) Definir com transparência a quantidade de água potável que será disponibilizada para grandes consumidores (indústria, comercio, agricultura e construção civil) enquanto perdurar a crise;
q) Administrar o calendário escolar a fim de preservar o cumprimento do ano letivo, garantindo a participação das representações dos alunos, pais e professores;
r) Intensificar o investimento em educação ambiental através dos meios de comunicação e diretamente em todos os bairros das cidades afetadas.
Por fim, esse coletivo conclama todos os movimentos e a sociedade a se unirem nessa luta na perspectiva de fortalecer o acesso a água de forma plena, com qualidade adequada e com controle social.
* Coletivo de Luta pela Água - Assinam:
AMAPAR - Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência
APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
APSMNSP - Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras de São Paulo
ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento
Associação Civil Sociedade Alternativa
Associação da Casa da Cidade
Centro Cultural Social Y Del Medio Ambiente Ceibo - Chile
Centro de Estudos da Mìdia Alternativa Barão de Itararé
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
CMP – Central de Movimentos Populares
CNDAV - Comision Nacional en Defensa del Agua y la Vida - Uruguay
CONAM - Confederação Nacional das Associações de Moradores
CUT – Central Única dos Trabalhadores – SP
De Olho nos Mananciais
Espaço Formação Assessoria e Documentação
FACESP - Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo
FFOSE - Federacion de Funcionarios de Obras Sanitarias del Estado - Uruguay
FLM – Frente de Luta pela Moradia
FNSA – Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental
FNU – Federação Nacional dos Urbanitários
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Fórum Paulista de Participação Popular
FTIUESP – Fed. dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo
Instituto André Voisin, Porto Alegre/RS
Instituto Biguá - Eco Estudantil
Instituto Macuco
ISP – Internacional de Serviços Públicos
Liga Brasileira de Lesbicas - LBL-SP
MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
MNDH/SP - Movimento Nacional de Direitos Humanos - São Paulo
MOGAVE - Associação Movimento Garça Vermelha
MST- movimento dos trabalhadores rurais sem terra
Observatório da Mulher
Rede Nossa São Paulo
SINDAE – Sindicato dos Trabalhadores (as) em Água e Esgoto de Campinas
SINDAE - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia
SINDAEL - Sindicato dos Trabalhadores (as) em Água e Esgoto de Londrina e Região
SINDAEMA - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado do Espírito Santo
SINDAEN -
SINDIÁGUA-PB – Sind. dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Paraíba
Sindicato dos Advogados de São Paulo
Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e Região
SINDSERV - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos
SINERGIA CUT - Sindicato dos Trabalhadores (as) Energéticos do Estado de São Paulo
SINTAEMA - Sind. dos Trabalhadores (as) em Água, Esgoto e Meio Ambiente do ESP
SINTRAPP – Sindicato dos Trabalhadores (as) no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região
STIU- PASindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Pará
STIU-AC Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Acre
STIU-AM - Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Amazonas
STIU-AP Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Amapá
STIUEG - Sindicato dos Urbanitários do Estado de Goiás
STIUPB - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba
STIU-RO Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Rondonia
STIU-RR Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima
UMM - União dos Movimentos de Moradia
UNEGRO - União de Negros pela Igualdade
UNMP - União Nacional por Moradia Popular
São Paulo vive uma crise de abastecimento de água sem precedentes. É um momento difícil para todos. Há anos o Governo do Estado vem sendo alertado do risco de um colapso devido de infraestrutura insuficiente para atender a população das Regiões Metropolitanas de São Paulo (RMSP) e de Campinas.
Não houve investimento necessário para ampliação dos sistemas de abastecimento que acompanhasse o crescimento das cidades. Descaso com a preservação ambiental, falta de tratamento de esgotos, ocupação das várzeas e intensa impermeabilização do solo somados à insuficiência dos investimentos e à ausência de planejamento, contribuíram para o agravamento da crise.
O modelo de gestão privada agravou-se a partir do momento em que a Sabesp passou a negociar suas ações nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York. A busca do lucro a qualquer preço em detrimento da priorização da prestação de um serviço público de qualidade fez com a empresa ignorasse as previsões climáticas que já apontavam para uma redução das chuvas, o crescimento da demanda e negligenciasse todas as advertências, sobretudo a obrigatoriedade estabelecida na outorga do Cantareira de redução da dependência desse Sistema e de redução de perdas por vazamentos.
Como se não bastasse, no momento decisivo em que era preciso medidas eficazes de combate à crise e informação clara de medidas individuais e coletivas, o Governo do Estado esvaziou os espaços de participação e deliberação, como os comitês de bacia hidrográficas , o Conselho Estadual de Recursos Hídricos o Conselho de Desenvolvimento da RMSP. Além disso, aparelhou a Agência Estadual de Regulação - Arsesp.
Para tirar o foco da crise, o Governo do Estado, ao mesmo tempo em que pedia para economizar, água dizia que não faltaria água, passando “sinal trocado” para a população.
Também demorou a iniciar uma campanha de redução de consumo porque os interesses comerciais de maximizar receita com a venda de água se sobrepõem à necessidade de conscientização da população. E quando o fez, responsabilizou o povo pelo problema, alegando consumo exagerado, ocupação desordenada de áreas de mananciais e furto de água. Transformou, assim, a vitima em culpada.
Só o Governo do Estado não admite ate hoje que os problemas estruturais da crise hídrica são resultados da inoperância da SABESP em investir na melhoria do sistema de distribuição de água que hoje contabiliza cerca de 37% de perda. Também mantém a postura ao continuar superexplorando os mananciais e de estimular o alto consumo de setores industriais, competindo comercialmente com outras soluções para abastecimento de água para os processos de produção.
A situação realmente é alarmante e imprevisível para a população, e a economia do Estado. Há ameaça de desemprego em grande escala em vários setores, escolas terão seu funcionamento afetado, prejudicando a educação de milhares de crianças e adolescentes. A saúde também poderá ser atingida. No horizonte, conflitos pela água.
Uma face perversa da condução dessa crise é privilegiar os usuários mais endinheirados que certamente ampliarão a sua capacidade de reservar água. O contrário acontecerá com a população mais pobre. Na periferia mais distante e nos lugares mais altos, seus moradores já chegam a ficar sem água por muitos dias seguidos.
A política do Governo do Estado está inviabilizando um direito humano fundamental: o acesso à água de forma segura em quantidade suficiente e qualidade comprovada.
O Coletivo de Luta pela Água
Com o objetivo de ampliar e unificar ações para pressionar o Governo do Estado a adotar medidas que ao menos, minimizem os impactos da crise, entidades ligadas aos movimentos popular, sindical, gestores municipais e organizações não governamentais, criaram o Coletivo de Luta Pela Água. Juntos defendem o direito a água e ao saneamento como um direito humano fundamental nos moldes da resolução aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2010.
Outra meta do coletivo é constituir os comitês de luta locais como forma de envolver as populações afetadas.
As entidades entendem ser necessário que o Governo do Estado aja com total transparência e mobilize seus órgãos como Cetesb, Secretaria do Meio Ambiente,
Defesa Civil, Secretaria da Saúde e Educação para atuar de forma conjunta e garanta a participação da sociedade e prefeituras em todo o processo de debate para enfrentamento da crise.
É preciso que o governo apresente imediatamente um Plano de Emergência que explicite de forma clara os próximos passos que serão tomados a partir de um amplo diálogo com a sociedade e representantes dos municípios.
Acreditamos que para a superação dessa crise seja necessário que o Governo decrete imediatamente Estado de Calamidade Pública nas Bacias do Alto Tietê e do Piracicaba, Capivari e Jundiaí para enfrentamento da crise e mitigação dos prejuízos aos cidadãos e às atividades econômicas. O Plano deverá contemplar as seguintes medidas:
a) Priorizar o uso da água para consumo humano e de animais;
b) Garantir volume de água suficiente e de qualidade segura para o consumo imprescindível à sobrevivência;
c) Manter sem interrupção o abastecimento dos imóveis em que residam populações vulneráveis, internadas em serviços de administração pública ou privada, como hospitais, unidades de saúde, clínicas, albergues, asilos, creches, escolas, presídios, delegacias, aeroportos, rodoviárias;
d) Informar locais e horários em que haverá desabastecimento de água ou redução de pressão e prazo de restabelecimento;
e) Administrar com equidade a falta de água, quer seja por racionamento, redução de pressão ou gestão de demanda. Para não penalizar a população que mora nos extremos das periferias e nos pontos mais altos nem privilegiar os endinheirados que dispõe de mais volume domiciliar de reservação;
f) Veicular campanha com esclarecimentos sobre a crise e orientações para proteção da saúde humana contra doenças de veiculação hídrica, como a dengue, diarreia entre outras;
g) Iniciar imediatamente a distribuição de caixas de água para todos os imóveis de população de baixa renda que não as disponham;
h) Criar incentivos fiscais para equipamentos hidráulicos que economizam água e, ao mesmo tempo, sua aquisição através de campanhas publicitárias;
i) Estimular a implantação de programas de apoio para utilização de água de reuso inclusive domestico, garantindo apoio técnico e financeiro;
j) Criar sala de situação para todos os sistemas produtores que atendem a RMSP para acompanhamento e divulgação diária das condições de armazenamento dos mananciais, pluviometria, vazões afluentes e defluentes e consumos de água por categoria de usuários;
k) Implantar sistema de divulgação dos dados, informações e decisões de forma a trazer transparência ao setor e permitir que os cidadãos, as prefeituras e os diferentes segmentos econômicos possam se planejar;
l) Estruturar enfrentamento sanitário do desabastecimento de água, no que se refere à ampliação do monitoramento da qualidade da água pública distribuída, de bicas, nascentes e poços para lidar com ocorrências de doenças de veiculação hídrica;
m) Preparar as medidas jurídicas que possibilitem requisitar poços artesianos e todas as fontes disponíveis de água para direcioná-las aos usos prioritários da mesma forma que a frota de caminhões pipa existente, em especial de empresas que comercializam água a granel;
n) Divulgar para a sociedade todos os contratos de “demanda firme” para grandes consumidores, a quantidade de água fornecida, valor da tarifa, e rever esses contratos para avaliar a possibilidade de substituição por água não potável e qual a prioridade do uso atual;
o) Acelerar as obras capazes de ampliar em curto prazo a disponibilidade hídrica nas regiões metropolitanas de São Paulo e de Campinas;
p) Definir com transparência a quantidade de água potável que será disponibilizada para grandes consumidores (indústria, comercio, agricultura e construção civil) enquanto perdurar a crise;
q) Administrar o calendário escolar a fim de preservar o cumprimento do ano letivo, garantindo a participação das representações dos alunos, pais e professores;
r) Intensificar o investimento em educação ambiental através dos meios de comunicação e diretamente em todos os bairros das cidades afetadas.
Por fim, esse coletivo conclama todos os movimentos e a sociedade a se unirem nessa luta na perspectiva de fortalecer o acesso a água de forma plena, com qualidade adequada e com controle social.
* Coletivo de Luta pela Água - Assinam:
AMAPAR - Associação dos Moradores Amigos do Parque Previdência
APEOESP - Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo
APSMNSP - Articulação Popular e Sindical de Mulheres Negras de São Paulo
ASSEMAE - Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento
Associação Civil Sociedade Alternativa
Associação da Casa da Cidade
Centro Cultural Social Y Del Medio Ambiente Ceibo - Chile
Centro de Estudos da Mìdia Alternativa Barão de Itararé
Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
CMP – Central de Movimentos Populares
CNDAV - Comision Nacional en Defensa del Agua y la Vida - Uruguay
CONAM - Confederação Nacional das Associações de Moradores
CUT – Central Única dos Trabalhadores – SP
De Olho nos Mananciais
Espaço Formação Assessoria e Documentação
FACESP - Federação das Associações Comunitárias do Estado de São Paulo
FFOSE - Federacion de Funcionarios de Obras Sanitarias del Estado - Uruguay
FLM – Frente de Luta pela Moradia
FNSA – Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental
FNU – Federação Nacional dos Urbanitários
Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social
Fórum Paulista de Participação Popular
FTIUESP – Fed. dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo
Instituto André Voisin, Porto Alegre/RS
Instituto Biguá - Eco Estudantil
Instituto Macuco
ISP – Internacional de Serviços Públicos
Liga Brasileira de Lesbicas - LBL-SP
MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens
MNDH/SP - Movimento Nacional de Direitos Humanos - São Paulo
MOGAVE - Associação Movimento Garça Vermelha
MST- movimento dos trabalhadores rurais sem terra
Observatório da Mulher
Rede Nossa São Paulo
SINDAE – Sindicato dos Trabalhadores (as) em Água e Esgoto de Campinas
SINDAE - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia
SINDAEL - Sindicato dos Trabalhadores (as) em Água e Esgoto de Londrina e Região
SINDAEMA - Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado do Espírito Santo
SINDAEN -
SINDIÁGUA-PB – Sind. dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Paraíba
Sindicato dos Advogados de São Paulo
Sindicato dos bancários de São Paulo, Osasco e Região
SINDSERV - Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Santos
SINERGIA CUT - Sindicato dos Trabalhadores (as) Energéticos do Estado de São Paulo
SINTAEMA - Sind. dos Trabalhadores (as) em Água, Esgoto e Meio Ambiente do ESP
SINTRAPP – Sindicato dos Trabalhadores (as) no Serviço Público Municipal de Presidente Prudente e Região
STIU- PASindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Pará
STIU-AC Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Acre
STIU-AM - Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Amazonas
STIU-AP Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários do Amapá
STIUEG - Sindicato dos Urbanitários do Estado de Goiás
STIUPB - Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba
STIU-RO Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Rondonia
STIU-RR Sindicato dos Trabalhadores Urbanitários de Roraima
UMM - União dos Movimentos de Moradia
UNEGRO - União de Negros pela Igualdade
UNMP - União Nacional por Moradia Popular
Evolução do paulistano diante da nova realidade eco-comportamental.
ResponderExcluirDiante da repercussão dos recentes acontecimentos climáticos ocorridos aqui em São Paulo obrigo-me a escrever este pequeno artigo. Movido pelos meus mais sinceros sentimentos de solidariedade e humanismo, não posso deixar de fazê-lo, pois é preciso estimular o porvir da gloriosa população de São Paulo.
Entendo que estes novos tempos obrigarão a todos novos hábitos e mais uma vez se comprovara a máxima de Lamarck que ‘a função faz o órgão’ e este faz a função. Pois sendo nós adeptos do Alckiminismo e seus sucedâneos, temos que as transformações biológicas somente serão possíveis com firmes e sábias decisões políticas.
Assim sendo, solidarizando-me às democráticas escolhas da população, e como um estudioso da evolução das espécies citarei algumas alterações biológicas que surgirão e dentro do possível procurarei sugerir algumas mudanças de hábitos para compensar a falta d’água, com dizem os demais, ou o déficit hídrico, como com muita propriedade dizemos os paulistas.
Os primeiros fenômenos orgânicos adaptativos ocorrerão lentos, porém constantes. Será o surgimento de uma pequena corcova (calombo nas costas) de tecido adiposo, que pejorativamente chamam de corcunda. Ao mesmo tempo rins e intestinos se adaptarão mais a necessidade de retenção de água, a urina finalizará sendo semelhante a uma geléia enquanto que as fezes serão secas como uma casca de madeira. Todos nós sabemos que para nós vale muito mais um vintém do que um gosto, é a nossa psique, adoramos o comando palpável do mercado. Facilmente podemos prever que logo isto será motivo de orgulho, pois a geléia, digo urina, rica em uréia logo será industrializada e comercializada como componente dos insumos agrícolas, enquanto que as fezes ressequidas serão aproveitadas como material combustível aos fornos das nossas industrias.
Só estas pequenas alterações trarão um notável efeito econômico e social a população, além da consagração da visão administrativa das gerações da mesma linhagem que sucederem os atuais incorporadores do Lamarckismo com fator de bem estar social.
Já imaginaram, urina e fezes sendo comercializadas. Os trabalhadores, as donas de casas, as crianças, os idosos, os doentes, os paraplégicos, etc. Todos produzindo, todos teriam rendimentos. E por ai vai e o caro leitor pode tirar as suas conclusões do proselitismo que estas inovações renderão.
A música sertaneja, que permitiu o surgimento de encantadoras duplas de cantores, teve sua origem comercial nos rodeios aqui em São Paulo e hoje é o gênero musical mais vendido no Brasil. Pois o mesmo acontecerá com a corcova, será apreciada por suas lindas curvas e logo existirão concursos para a eleger miss corcova e surgirão academias especializadas em corcovaculturismo, madames poderão desfilar, exibindo suas desnudas corcovas, acompanhadas dos seus personais corcovoculturistas.
Nos próximo artigo, embasado na antropologia e no mercado, continuarei as previsões para esta fabulosa visão do paulistano do futuro.