Por Altamiro Borges
Projetado politicamente durante a ditadura e simpatizante da seita fascistóide Opus Dei, o tucano Geraldo Alckmin sempre foi um governante autoritário. De “picolé de chuchu”, ele só tem a imagem forjada pela mídia chapa-branca. Diante dos movimentos sociais, o governador de São Paulo pela quarta vez sempre agiu de forma truculenta – que o digam os moradores do Pinheirinho (São José dos Campos), os metroviários e os próprios policiais civis. Agora, frente à massiva greve dos professores da rede estadual, ele volta a esbanjar a sua intransigência. Ele não aceita negociar com a entidade da categoria e ainda afirma, no maior cinismo, que “a greve é política” e foi decidida de “maneira intempestiva como contraponto à manifestação de 15 de março” – a paparicada marcha golpista.
A declaração do governador paulista, que lembra o rosnado dos generais contra o movimento grevista que abalou a ditadura militar, foi dada nesta quarta-feira (24). Geraldo Alckmin voltou a esbravejar que não negociará com os grevistas e que não cederá às suas reivindicações de aumento salarial e de melhoria da qualidade de ensino no Estado. Ele também não explicou a sua atitude “política” de liberar as catracas do Metrô para os “pobres” ricaços que participaram do protesto golpista de 15 de março. Os jornalistas domesticados presentes à coletiva sequer fizeram esta pergunta inconveniente ao queridinho da mídia! Na prática, os velhos jornalões e os hidrófobos comentaristas das emissoras de rádio e televisão agora exigem repressão ao movimento dos professores.
Em editorial publicado nesta quinta-feira (25), a Folha tucana afirma, na maior caradura, que defende a valorização dos professores, mas ataca o sindicato da categoria: “A Apeoesp ultrapassa todas as medidas do razoável. Nesta paralisação, reivindica reajuste de 75,33% nos proventos, de maneira a equipará-los com os ganhos de outras categorias estaduais que exigem nível superior. O pleito é descabido... Até um desvairado militante esquerdista tem de reconhecer que nenhum governo, com a crise aguda da economia e a inevitável queda na arrecadação de impostos, pode dispor de recursos para expandir gastos de forma desmesurada. O irrealismo patente do movimento reforça a conclusão de que seu objetivo seja menos corporativista que político. Satélite da CUT e do PT, a Apeoesp se mostra inclinada a manobrar a categoria para fustigar o governo estadual do PSDB”. A defesa de Geraldo Alckmin é descarada.
Já o Estadão, conhecido por seu histórico ódio de classe ao sindicalismo, prega uma imediata e dura repressão aos professores. Para o jornalão oligárquico, a greve “prejudica o calendário escolar” e “converte mais uma vez os alunos e suas famílias em reféns das pretensões corporativas”. Utilizando as mesmas palavras de Geraldo Alckmin – não se sabe quem copiou quem – o jornal afirma que “a greve deflagrada pela Apeoesp tem objetivos políticos. A entidade, cujos dirigentes são em sua maioria vinculados ao Partido dos Trabalhadores, também está promovendo o que chama de "Operação Caça-Alckmin". A ideia é criar constrangimentos em todas as cidades que o governador visitar e em todos os eventos em que estiver, para pressioná-lo e desgastá-lo”.
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