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Depois de alimentar a fúria fascista, numa campanha que já dura doze anos e que atingiu seu apogeu na “cobertura jornalística” dos protestos de domingo (15), a mídia hegemônica agora tenta esconder seus monstros. Da mesma forma como fez na preparação do golpe militar de 1964, ela apresenta os organizadores das marchas como cidadãos em luta contra a corrupção e pela democracia. A capa do jornal 'O Globo' desta segunda-feira é uma cópia da manchete estampada para saldar a deposição do presidente João Goulart. Até ministros do governo Dilma, na vã tentativa de acalmar o ódio fascista, elogiam as “manifestações democráticas”. Um verdadeiro tiro no pé, que só estimula os golpistas!
Os jornalões e as emissoras de rádio e tevê exibem imagens de famílias vestindo o verde e amarelo e manifestando sua revolta em “marchas pacíficas”. Eles escondem, porém, os discursos hidrófobos dos líderes “espontâneos” do movimento, as faixas com suásticas nazistas, os pedidos pela imediata intervenção militar, os xingamentos e agressões. O ódio das hordas fascistas é retirado dos holofotes para não assustar os ingênuos que aderiram ao protesto alimentado pela própria mídia. Nas redações destes veículos – aonde a única liberdade de imprensa que impera é a do patrão, como ensinou o jornalista Cláudio Abramo –, repórteres domesticados ou acovardados fingem não enxergar o perigo.
Além de apresentar as marchas como “democráticas e pacíficas”, o esforço midiático é também para negar seu caráter classista. Globo, Folha e Estadão fazem de tudo para exibir “a diversidade dos atos" – aonde há, inclusive, alguns pobres e negros. Apenas a imprensa internacional, ainda não totalmente contaminada pela ofensiva golpista, revela que os protestos foram “mais velhos, mais brancos e mais ricos”, como registrou o jornal britânico “The Guardian”. Até a revista “Forbes”, dirigida aos ricaços, chamou as manifestações de “festival do ódio”. Já no “festival de mentiras” da mídia nativa, apenas alguns articulistas de salvaram. Reproduzo abaixo dois artigos destoantes publicados na Folha:
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Impeachment é pouco
Vladimir Safatle
Você na rua, de novo. Que interessante. Fazia tempo que não aparecia com toda a sua família. Se me lembro bem, a última vez foi em 1964, naquela "Marcha da família, com Deus, pela liberdade". É engraçado, mas não sabia que você tinha guardado até mesmo os cartazes daquela época: "Vai para Cuba", "Pela intervenção militar", "Pelo fim do comunismo". Acho que você deveria ao menos ter tentado modernizar um pouco e inventar algumas frases novas. Sei lá, algo do tipo: "Pela privatização do ar", "Menos leis trabalhistas para a empresa do meu pai".
Vi que seus amigos falaram que sua manifestação foi uma grande "festa da democracia", muito ordeira e sem polícia jogando bomba de gás lacrimogêneo. E eu que achava que festas da democracia normalmente não tinham cartazes pedindo golpe militar, ou seja, regimes que torturam, assassinam opositores, censuram e praticam terrorismo de Estado. Houve um tempo em que as pessoas acreditavam que lugar de gente que sai pedindo golpe militar não é na rua recebendo confete da imprensa, mas na cadeia por incitação ao crime. Mas é verdade que os tempos são outros.
Por sinal, eu queria aproveitar e parabenizar o pessoal que cuida da sua assessoria de imprensa. Realmente, trabalho profissional. Nunca vi uma manifestação tão anunciada com antecedência, um acontecimento tão preparado. Uma verdadeira notícia antes do fato. Depois de todo este trabalho, não tinha como dar errado.
Agora, se não se importar, tenho uma pequena sugestão. Você diz que sua manifestação é apartidária e contra a corrupção. Daí os pedidos de impeachment contra Dilma. Mas em uma manifestação com tanta gente contra a corrupção, fiquei procurando um cartazete sobre, por exemplo, a corrupção no metrô de São Paulo, com seus processos milionários correndo em tribunais europeus, ou uma mera citação aos partidos de oposição, todos eles envolvidos até a medula nos escândalos atuais, do mensalão à Petrobras, um "Fora, Alckmin", grande timoneiro de nosso "estresse hídrico", um "Fora, Eduardo Cunha" ou "Fora, Renan", pessoas da mais alta reputação. Nada.
Se você não colocar ao menos um cartaz, vai dar na cara de que seu "apartidarismo" é muito farsesco, que esta história de impeachment é o velho golpe de tirar o sujeito que está na frente para deixar os operadores que estão nos bastidores intactos fazendo os negócios de sempre. Impeachment é pouco, é cortina de fumaça para um país que precisa da refundação radical de sua República. Mas isto eu sei que você nunca quis. Vai que o povo resolve governar por conta própria.
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“A nossa bandeira jamais será vermelha”
Mônica Bergamo
"Tem até mulher de banqueiro aqui!", informava à coluna a educadora Ligia Carvalho no estacionamento da rua Augusta em que vários amigos combinaram de se encontrar para ir à passeata de domingo na avenida Paulista.
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"Ela poderia estar em casa, descansando. Mas pensa nos mais humildes", segue Ligia, referindo-se a Ana Eliza Setubal, mulher de Paulo Setubal, da família que controla o Itaú Unibanco. "Nós temos que pensar neles. A minha empregada me disse que é atendida por enfermeiros nos postos de saúde. Eles não têm escola, saúde, nada."
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Ana Eliza diz que o protesto "não é contra um governo específico" e afirma que "o povo tem que acordar, se mexer. Tem que mostrar aos governantes, todos eles, a insatisfação com essa corrupção que está arraigada no país".
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Ao lado da empresária Rosângela Lyra, ela assume a liderança do grupo, que sobe a rua cantando: "A nossa bandeira jamais será vermelha!".
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A arquiteta Brunete Fraccaroli carrega um banco de plástico verde. Ela vai se submeter em breve a uma cirurgia de coluna e precisa sentar-se de tempos em tempos. "Estou perdendo clientes. Muitos deles estão saindo do Brasil, estão indo para Miami. É triste. Estou muito preocupada", diz.
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Quase em frente ao Masp, outro grupo se reunia numa varanda. "Queria estar era lá embaixo", dizia a empresária Tatianna Oliva, apontando para a avenida. "Já fomos lá, mas tivemos que voltar por causa das crianças", explicava, com as duas filhas ao lado.
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Acompanhada do marido, José Victor Oliva, ela assistia de camarote ao protesto, a convite de uma amiga que abriu o escritório de sua empresa a cerca de 40 convidados. Para recebê-los, mesa de aperitivos e doces decorada com bandeirinhas do Brasil, refrigerantes, cervejas e drinques. A anfitriã pediu para não ter o nome divulgado ("Senão baixam 50 fiscais da Receita aqui! Sou do bem").
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"A Déia, que trabalha lá em casa, disse que queria vir. Eu não forcei ela a nada", contava Tatianna. Ao lado da patroa, Andrea Carneiro dizia: "A gasolina tá muito cara, o ônibus, o supermercado também. Tá muito ruim".
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Irmã do playboy Chiquinho Scarpa, Renata Scarpa ia do parapeito do prédio para a TV, que transmitia o ato ao vivo. "Graças a Deus", repetia. "E é todo mundo! As mulheres [vieram] mesmo com chuva no cabelo." Ali perto, o marido dela, Marcelo Palhares, fumava um charuto.
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Renata dizia: "Não interessa se é PT, PSDB, PMDB. Acho que todos os políticos e suas famílias teriam que ser obrigados a usar hospital e escola públicos. Já mudaria tudo". E lembrava o fato de Miami estar "lotada" de brasileiros. "Temos que ter todo mundo aqui para ajudar. Se os ricos forem embora, o que que sobra? Só os que não interessam para crescer o país."
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"Sou elite sim!", dizia José Victor Oliva. "E acho que eu deveria ser homenageado pelo governo, porque invisto, dou empregos, pago impostos, faço tudo certo." Mostrando a avenida, concluía: "Acho que eu não sou o único que penso assim".
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No prédio ao lado, alguém agitava na janela uma bandeira vermelha. Adultos e crianças na sacada vaiavam: "Ei, petista, vai tomar no c...".
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Um dos convidados passa com um saquinho distribuindo cornetas de plástico.
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Com a bandeira do Brasil estampada nos brincos --e uma de verdade amarrada nos ombros--, a empresária Norma Kherlakian brincava que iria "tirar todas as peças vermelhas do armário". "Eu sempre soube que o PT, quando chegasse lá, ia roubar", afirmava a prima de Reinaldo Kherlakian, herdeiro da galeria Pagé e cantor.
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Nadia Locanto, consulesa de São Cristovão e Nevis (ilhas no Caribe), dizia: "Tem que sair o PT. E parar a corrupção. Não é possível que não haja gente honesta no Brasil, né?", dizia, com a bolsa Louis Vuitton a tiracolo.
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Já no fim da tarde, o empresário Paulo Velloso chegava. "Já andei duas vezes a Paulista. Subi para vir ao banheiro." Dizendo-se emocionado, afirmava, com um copo de margarita na mão: "Falam que SP é um reduto do PSDB. Não é isso! É que aqui as pessoas têm mais conhecimento, informação. Sabem que do jeito que está não dá pra continuar".
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Leia também:
O anti-comunismo visceral sempre foi a marca do nazi-facismo, e êle está voltando à moda em todo o auto proclamado ocidente.
ResponderExcluirAquí, entre os bacanas, nunca saiu de moda.
... e a Globo batendo na cara do povo, esculachando o governo. E ai???
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ResponderExcluirEM TEMPO FASCIGOLPISTA,
o governo petista está sendo combatido por uma oPÓsição de canalhas fascigolpistas respaldada no PIG e pelo sórdidos e delinquentes Poder Judiciário e MP ‘braZileiros’!…
Mais do que defender ‘o [tíbio] PT da Governança’, a esquerda brasileira [inclua-se o PT] e os movimentos sociais deveriam se mobilizar e empreender alguns antídotos contra ‘o golpe jurídico-midiático’ ainda ora em curso, a exemplo:
1- convocar manifestações em todo o Brasil exigindo a imediata instituição da Reforma Política – e supressão absoluta do financiamento empresarial de campanha! O movimento civilizatório, democrático e nacionalista indicando greve geral no país com ocupação do Congresso Nacional caso essa demanda vital não seja – pronta e efetivamente – atendida;
2- convocar manifestações na porta do STF exigindo a devolução do processo “subtraído” pelo “supremo” gilmar mendes!
Aproveitando a “visitinha” ao “supremo”, exigir a publicização do Inquérito 2474 e do Laudo Técnico 2828 da Polícia Federal que DESMORALIZAM, definitivamente, o Mentirão!
Ainda no STF, promover ‘apitaço cívico’ cobrando da “suprema corte” a legitimação das Operações Satiagraha e Castelo de Areia da Polícia Federal, e rigorosa investigação do TRENSALÃO do conluio criminoso PSDB/DEMo, entre outras Ações Penais blindadas por envolver Tucanos e DEMos!
3- convocar protestos na sede do ‘miniSTÉRIO’ Público Federal exigindo que o procurador ‘Rodrigo Gurgel’ (sic) faça um pronunciamento à nação acerca da Lista de Furnas;
4 – promover manifestações cívicas nas sedes das primeiras instâncias jurídicas das Alterosas dos ‘Never’, exigindo o imediato julgamento do *MENSALÃO do MENSALEIRO/QUADRILHEIRO e réu confesso fujão Eduardo AZARedo;
*ali, sim, dinheiro público surrupiado, Bemge, Cemig, Copasa…
(…)
Felicidades!
Ah, e sem esquecer da Lista do HSBC do Suiçalão!
… Ah II, e não esquecer também a convocação do povo para exigir a implantação da Lei dos Meios! Porém, primeiro terá que haver a devida e pedagógica interlocução com as massas!
Saudações democráticas,
Messias Franca de Macedo
Feira de Santana, Bahia
República Desses Bananas Fascigolpistas, entreguistas/antinacionalistas e Corruptos até a enésima geração!
'O [novo] domínio do fato'!
ResponderExcluirA seletividade, no entanto, é do tempo do MENTIRÃO!
Entenda a lambança repetida enquanto tragédia e farsa!
Com a palavra "os supremos imparciais" (sic):
I- Doações Legais de campanha da [mega]empreiteira Camargo Correia &$ outras para o Partido dos Trabalhadores deverão ser consideradas propinas, digamos, oficiais, ainda que reconhecida solenemente pelo Tribunal Superior Eleitoral enquanto doações Legais em confirmidade com a Lei Eleitoral vigente que muitos não querem alterar, incluindo "o supremo" gilmar mendes, e quiçá, o Dias Toffoli!;
II- Pagamentos de propinas por parte da [mega]empreiteira Camargo Correia &$ congêneres ao PSDB &$ partidos nanicos aliados do DEMoTucanato devem ser considerados doações Legais de campanha eleitoral...
"A literatura jurídica" permite propugnar essa prerrogativa porquanto o fundamental é livrar o país do 'bolivarianismo petista'!
Lembre-se de Maquiavel, povo abestado!
Nossas férias são gozadas em Miami, Paris &$ adjacências!...
Se o que vi e ouvi no vídeo postado no Tijolaço for coisa de regime democrático, já não sei o que democracia.Muitos manifestantes pediam a volta dos militares ao poder, outros tantos pregavam a extinção de partidos políticos, outros mais pediam a morte de Dilma e de petistas. Estarrecedora foi a declaração daquele ex-agente do DOPS: "se eu tivesse uma metralhadora, teria matado muita gente".A democracia é tão permissiva ao ponto de tolerar movimentos contra ela?Não, dona Dilma, a senhora está errada. Manifestação pacífica é própria da democracia, sim, mas dentro dos limites legais. Não se pode tolerar movimentos como estes em nome da democracia, porque atenta contra ela.Ser democrata, dona Dilma, não é tolerar a desordem, a balbúrdia, a pregação ao ódio ideológico...Ser democrata, dona Dilma, é manter a ordem social, a paz entre contrários, estancar a pregação ao ódio. E nisto a senhora foi omissa com seu pronunciamento para agradar os baderneiros, foi tolerante e quase conivente com eles, aceitando um movimento que atenta contra o regime democrático. Esse desabafo, Presidenta, é de quem votou na senhora, e que sempre apoiou seu governo.
ResponderExcluirProcurei em toda a Rede e não encontrei nada que ilustrasse a cultura do Sr. Paulo Velloso. Apenas que ele é um badalado playboy noturno de São Paulo e vive de regabofe em regabofe e é rico empresário.
ResponderExcluirVai ver esse cara tem menos estudo e leitura que eu e se diz culto porque é paulista...