Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Há cerca de um ano, o colunista e blogueiro das Organizações Globo Ricardo Noblat falou a um curso de jornalismo sobre “Como criar um blog”. Em vídeo divulgado na internet, afirmou que “um blog jornalístico” tem que “respeitar as regras universais do jornalismo”.
Segundo o autor dessa opinião, um blog jornalístico tem que respeitar a “questão da ética”, tem que “dar voz a várias pessoas envolvidas numa eventual notícia”, “tem que respeitar a lei da correção, tem que corrigir, tem que checar a informação”.
Segundo Noblat, “Não é porque é um blog que o jornalismo que faz difere dos meios convencionais de comunicação”.
São excelentes opiniões. Este blog assina embaixo. Qualquer jornalista assinaria. Inclusive jornalistas que não são sérios, pois tais opiniões, por corretas que sejam, constituem frases feitas que, via de regra, não são levadas ao pé-da-letra por uma miríade de profissionais de imprensa.
Na última segunda-feira, em seu blog, Noblat fez uma acusação seríssima à presidente da República. Uma acusação que, da forma como foi feita, afronta os valores que ele recitou. Vale rever, abaixo, a “denúncia”.
Jornalista ou não, qualquer pessoa que saiba de um episódio como esse tem OBRIGAÇÃO MORAL de denunciar. Afinal, essa “estória”, sendo verdadeira, relata crime de responsabilidade da presidente da República. E um crime comum.
Comecemos pelo crime comum: agressão física da “criada” – a escolha do termo para uma funcionária diz muito sobre Noblat.
Já o crime de responsabilidade – que, existindo, pavimentaria os sonhos de impeachment de dez entre dez golpistas brasileiros – seria, obviamente, o de usar recursos públicos para “silenciar” a vítima de um crime cometido pela primeira mandatária da nação.
Voltemos aos princípios jornalísticos. O que um jornalista de verdade faria se tivesse apurado que a presidente da República praticou crimes dessa magnitude?
Não precisa ser jornalista para saber que a obrigação de um profissional da imprensa seria conseguir provas de que isso aconteceu, mesmo que fossem provas testemunhais, e, em seguida, jogar tudo no ventilador.
Noblat não é um jornalista qualquer. Tem espaço destacado no segundo maior jornal do país e um blog pioneiro – talvez o primeiro blog político da internet –, lido pelas mais destacadas figuras da República, além de uma trajetória profissional que dispensa apresentações.
Tudo isso obriga esse cavalheiro a dar exemplo. Sobretudo aos jovens jornalistas que chegam ao mercado. Em suas próprias palavras, no vídeo acima, um jornalista-blogueiro tem que respeitar a “ética”, tem que “apurar” e, se for o caso, tem que “corrigir” o que vier a divulgar erroneamente.
É obrigação de qualquer jornalista divulgar um caso escabroso como o que Noblat relatou, mas é obrigação só divulgar tendo provas.
Por que Noblat optou por contar essa “estória” como fofoca e não como reportagem? É correto um jornalista relatar um crime dessa magnitude sem apontar um único indício de que tenha sido realmente cometido?
Um presidente da República agredir um funcionário próximo e depois suborná-lo com dinheiro e outros recursos públicos para que não revele o que sabe não merece uma reportagem que comprove minimamente que algo aconteceu?
No mínimo, o fofoqueiro travestido de jornalista tinha obrigação de dar o nome completo da funcionária, os dados do imóvel que ela teria recebido como suborno e investigar, inclusive, o novo emprego que ela teria recebido.
Afinal, a tal “Jane” tornou-se cúmplice do crime, pois desfrutou do produto de uma ilegalidade.
É por isso que este Blog, feito por alguém que não é jornalista, exorta todo e qualquer jornalista sério deste país a cobrar de Ricardo Noblat que apresente elementos mínimos que permitam abrir uma investigação do que foi relatado.
Na pior das hipóteses, a “denúncia” do colunista-blogueiro das Organizações Globo teria que ser apurada pela Controladoria Geral da União. Mas, obviamente, a CGU não pode abrir essa investigação com base em uma denúncia tão pobre, tão fraca, tão irresponsável.
Diante do exposto, este não-jornalista exorta a todos os jornalistas sérios deste país a que cobrem seu colega, pois essa (até aqui) fofoca que espalhou enlameia o nobre ofício de informar a sociedade. Um abaixo-assinado viria a calhar.
Segundo o autor dessa opinião, um blog jornalístico tem que respeitar a “questão da ética”, tem que “dar voz a várias pessoas envolvidas numa eventual notícia”, “tem que respeitar a lei da correção, tem que corrigir, tem que checar a informação”.
Segundo Noblat, “Não é porque é um blog que o jornalismo que faz difere dos meios convencionais de comunicação”.
São excelentes opiniões. Este blog assina embaixo. Qualquer jornalista assinaria. Inclusive jornalistas que não são sérios, pois tais opiniões, por corretas que sejam, constituem frases feitas que, via de regra, não são levadas ao pé-da-letra por uma miríade de profissionais de imprensa.
Na última segunda-feira, em seu blog, Noblat fez uma acusação seríssima à presidente da República. Uma acusação que, da forma como foi feita, afronta os valores que ele recitou. Vale rever, abaixo, a “denúncia”.
Jornalista ou não, qualquer pessoa que saiba de um episódio como esse tem OBRIGAÇÃO MORAL de denunciar. Afinal, essa “estória”, sendo verdadeira, relata crime de responsabilidade da presidente da República. E um crime comum.
Comecemos pelo crime comum: agressão física da “criada” – a escolha do termo para uma funcionária diz muito sobre Noblat.
Já o crime de responsabilidade – que, existindo, pavimentaria os sonhos de impeachment de dez entre dez golpistas brasileiros – seria, obviamente, o de usar recursos públicos para “silenciar” a vítima de um crime cometido pela primeira mandatária da nação.
Voltemos aos princípios jornalísticos. O que um jornalista de verdade faria se tivesse apurado que a presidente da República praticou crimes dessa magnitude?
Não precisa ser jornalista para saber que a obrigação de um profissional da imprensa seria conseguir provas de que isso aconteceu, mesmo que fossem provas testemunhais, e, em seguida, jogar tudo no ventilador.
Noblat não é um jornalista qualquer. Tem espaço destacado no segundo maior jornal do país e um blog pioneiro – talvez o primeiro blog político da internet –, lido pelas mais destacadas figuras da República, além de uma trajetória profissional que dispensa apresentações.
Tudo isso obriga esse cavalheiro a dar exemplo. Sobretudo aos jovens jornalistas que chegam ao mercado. Em suas próprias palavras, no vídeo acima, um jornalista-blogueiro tem que respeitar a “ética”, tem que “apurar” e, se for o caso, tem que “corrigir” o que vier a divulgar erroneamente.
É obrigação de qualquer jornalista divulgar um caso escabroso como o que Noblat relatou, mas é obrigação só divulgar tendo provas.
Por que Noblat optou por contar essa “estória” como fofoca e não como reportagem? É correto um jornalista relatar um crime dessa magnitude sem apontar um único indício de que tenha sido realmente cometido?
Um presidente da República agredir um funcionário próximo e depois suborná-lo com dinheiro e outros recursos públicos para que não revele o que sabe não merece uma reportagem que comprove minimamente que algo aconteceu?
No mínimo, o fofoqueiro travestido de jornalista tinha obrigação de dar o nome completo da funcionária, os dados do imóvel que ela teria recebido como suborno e investigar, inclusive, o novo emprego que ela teria recebido.
Afinal, a tal “Jane” tornou-se cúmplice do crime, pois desfrutou do produto de uma ilegalidade.
É por isso que este Blog, feito por alguém que não é jornalista, exorta todo e qualquer jornalista sério deste país a cobrar de Ricardo Noblat que apresente elementos mínimos que permitam abrir uma investigação do que foi relatado.
Na pior das hipóteses, a “denúncia” do colunista-blogueiro das Organizações Globo teria que ser apurada pela Controladoria Geral da União. Mas, obviamente, a CGU não pode abrir essa investigação com base em uma denúncia tão pobre, tão fraca, tão irresponsável.
Diante do exposto, este não-jornalista exorta a todos os jornalistas sérios deste país a que cobrem seu colega, pois essa (até aqui) fofoca que espalhou enlameia o nobre ofício de informar a sociedade. Um abaixo-assinado viria a calhar.
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