Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
O que existe de mais nojento, egoísta, cafajeste, no pensamento da nossa elite, está expresso na verdadeira campanha política e midiática que os procuradores da Lava Jato estão fazendo para que os executivos das empreiteiras não tenham seus direitos de defesa assegurados, e para que o governo não celebre acordos de leniência com vistas a preservar empregos e tecnologia acumulada.
Além disso, os procuradores violam diversas leis e códigos de ética ao posarem desta maneira para a capa de um jornal.
Para início de conversa, violam o Código de Ética do Ministério Público, que exige zelar pela impessoalidade na relação com a imprensa.
Esse código, como toda a lei, obedece a um espírito de justiça e a um princípio democrático.
O procurador representa o lado da acusação. É o Estado acusador. Para haver equilíbrio, dever-se-ia mostrar também o lado da defesa.
Um dos procuradores sintetiza, maravilhosamente, o egoísmo psicótico que parece ter dominado setores do Ministério Público:
“A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego”, afirmou Carlos Fernando Lima, em entrevista à Folha.
Ora, a preocupação com o emprego de quase meio milhão de trabalhadores é mais que um dever do servidor público; é uma obrigação moral.
O senso ético não se revela apenas combatendo a corrupção; ele é antes de tudo um sentimento de humanismo em relação a outros seres humanos; no caso, em relação a meio milhão de trabalhadores que não podem pagar com sua vida para que uma dúzia de procuradores tenham seu ego satisfeito.
Se o Brasil conseguir sobreviver a esse odioso golpe, em que a necessária luta pela corrupção se transforma em arma política para provocar uma profunda crise econômica e social, com vistas puramente a desgastar o governo, teremos dado um grande passo em direção a nosso futuro.
A comparação com “Os Intocáveis”, além do mais, não poderia ser mais ridícula e equivocada. Eliot Ness combatia Al Capone, que vivia sobretudo da venda ilegal de bebidas.
As empreiteiras e empresas agregadas, alvo da sanha destruidora desses procuradores, são responsáveis pela construção de todas nossas hidrelétricas, estradas, pontes, aeroportos, portos, ferrovias, estações elétricas, plataformas de petróleo, etc.
Sem contar que a comparação esquece o ponto principal.
Al Capone foi preso por sonegação de impostos…
Quem deveria aparecer na capa do jornal, portanto, como herois, são os procuradores da Operação Zelotes, que investiga um esquema de evasão fiscal que pode ter desviado quase R$ 20 bilhões dos cofres públicos.
A Operação Zelotes lida com valores muito maiores do que a Lava Jato, e não está promovendo nenhum desemprego em massa no país.
O que existe de mais nojento, egoísta, cafajeste, no pensamento da nossa elite, está expresso na verdadeira campanha política e midiática que os procuradores da Lava Jato estão fazendo para que os executivos das empreiteiras não tenham seus direitos de defesa assegurados, e para que o governo não celebre acordos de leniência com vistas a preservar empregos e tecnologia acumulada.
Além disso, os procuradores violam diversas leis e códigos de ética ao posarem desta maneira para a capa de um jornal.
Para início de conversa, violam o Código de Ética do Ministério Público, que exige zelar pela impessoalidade na relação com a imprensa.
Esse código, como toda a lei, obedece a um espírito de justiça e a um princípio democrático.
O procurador representa o lado da acusação. É o Estado acusador. Para haver equilíbrio, dever-se-ia mostrar também o lado da defesa.
Um dos procuradores sintetiza, maravilhosamente, o egoísmo psicótico que parece ter dominado setores do Ministério Público:
“A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego”, afirmou Carlos Fernando Lima, em entrevista à Folha.
Ora, a preocupação com o emprego de quase meio milhão de trabalhadores é mais que um dever do servidor público; é uma obrigação moral.
O senso ético não se revela apenas combatendo a corrupção; ele é antes de tudo um sentimento de humanismo em relação a outros seres humanos; no caso, em relação a meio milhão de trabalhadores que não podem pagar com sua vida para que uma dúzia de procuradores tenham seu ego satisfeito.
Se o Brasil conseguir sobreviver a esse odioso golpe, em que a necessária luta pela corrupção se transforma em arma política para provocar uma profunda crise econômica e social, com vistas puramente a desgastar o governo, teremos dado um grande passo em direção a nosso futuro.
A comparação com “Os Intocáveis”, além do mais, não poderia ser mais ridícula e equivocada. Eliot Ness combatia Al Capone, que vivia sobretudo da venda ilegal de bebidas.
As empreiteiras e empresas agregadas, alvo da sanha destruidora desses procuradores, são responsáveis pela construção de todas nossas hidrelétricas, estradas, pontes, aeroportos, portos, ferrovias, estações elétricas, plataformas de petróleo, etc.
Sem contar que a comparação esquece o ponto principal.
Al Capone foi preso por sonegação de impostos…
Quem deveria aparecer na capa do jornal, portanto, como herois, são os procuradores da Operação Zelotes, que investiga um esquema de evasão fiscal que pode ter desviado quase R$ 20 bilhões dos cofres públicos.
A Operação Zelotes lida com valores muito maiores do que a Lava Jato, e não está promovendo nenhum desemprego em massa no país.
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