sábado, 25 de abril de 2015

Mídia nega os direitos humanos

Foto: Roberto Parizotti
Por Walber Pinto e Érica Aragão, na site da CUT:

“Eu acho que estamos diante de uma mídia no mundo e principalmente no Brasil que é exatamente uma negação dos direitos humanos. Para que seja um direito humano você tem que dar liberdade de expressão para todos”, disse Altamiro Borges na mesa de abertura no 2º Encontro Estadual de Blogueiros e Ativistas Digitais em São Paulo.

Participaram da mesa o Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério da Comunicação, Emiliano José, Simão Pedro, Secretário Municipal de Serviços da Prefeitura de São Paulo, Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos Barão de Itararé, e Aparecido Araujo, coordenador do evento. O tema discutido no encontro foi “A comunicação como Direito Humano”.

Para Miro, a luta dos trabalhadores vem na contramão dos grandes meios de comunicação.“De onde já se viu ela defender direito trabalhista, luta sindical e greve? Isso já é um desrespeito aos direitos humanos numa sociedade constituída de trabalhadores”. Ele lembrou o fato da greve dos professores. “Ontem (24) teve uma manifestação com 50 mil pessoas e foi totalmente ignorada pela mídia. Por que ela representa o patronal e não vai falar da greve”. A greve dos professores vem sendo noticiada pela mídias alternativas e ao vivo pela internet .

Simão destacou os 120 pontos de acessos ao wifi livre na cidade de São Paulo, que é um programa que visa tornar a internet acessível ao usuário, em locais públicos. A internet gratuita ajuda outras pessoas a narrarem fatos com diferente perspectivas do da grande mídia. “ Os meios de comunicação são bem usados pela classe dominante. As ideias dominantes de uma sociedade normalmente são as ideias das classes dominantes. E com isso eles vão tocando o que não tem interesse da maioria do nosso povo”.

Emiliano afirmou que o Ministério tem consciência do papel de desenvolver políticas públicas que sejam capazes de garantir o direito da comunicação. “O tema tem uma atenção especial no Ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini”, completa o secretário. “Nós estamos numa fase essencial que é a mudança do padrão tecnológico. Vai mudar a qualidade e a dimensão de interatividade da televisão brasileira. Até 2018 vamos mudar totalmente o padrão. Ele também divulgou que nos próximos dias o Ministério irá anunciar o Plano Nacional de Outorgas (PNO) de Rádios Comunitárias voltado para indígenas, quilombolas e outros assentados.

O trabalhador urbano, rural, os assentados, os índios, as mulheres e toda representação da nossa sociedade tem o direito humano de ter voz. A população precisa conhecer uma outra narrativa. É está a luta dos movimentos sociais que lutam por uma comunicação mais democrática. “Do jeito que a mídia está totalmente concentrada com interesses políticos e econômicos, ela é contraria aos direitos humanos. Isso acontece no mundo e no Brasil”, finaliza Miro.

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