quinta-feira, 2 de abril de 2015

Professores revoltados com a TV Globo

Por Altamiro Borges

Uma passeata com mais de 60 mil professores toma as ruas centrais da capital paulista na tarde desta quinta-feira (2). Alegres, irreverentes e pacíficos, os grevistas criticam a intransigência do governador de São Paulo – "uma vaia para o Geraldo Alckmin" – e expressam sua indignação diante da cobertura "jornalística" das emissoras de rádio e televisão – "uma vaia para a Globo" grita um líder no caminhão de som e milhares repetem "fora Rede Globo, o povo não é bobo" e "A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura". Do helicóptero da emissora, o domesticado repórter informa que a passeata reúne "uns 500 professores" e não dá detalhes sobre a combativa mobilização da categoria.

Antes da passeata, na assembleia realizada no Masp, na Avenida Paulista, os professores aprovaram por unanimidade a continuidade da paralisação. "A greve continua. Alckmin, a culpa é sua"! Em uma nova rodada de negociação, o governo do PSDB voltou a rosnar arrogância e manteve a sua postura intransigente e autoritária. Os professores reivindicam melhorias nas condições de ensino – centenas de escolas foram fechadas nos últimos anos, as salas estão superlotadas e falta até papel higiênico nas unidades de ensino. Os grevistas também exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho.

A manipulação da mídia privada, que tenta invisibilizar a poderosa greve dos professores e blindar o tucano Geraldo Alckmin, não desanima os grevistas. "Estamos de alma lavada. Mostramos mais uma vez a força e a organização da categoria", afirma Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidenta da Apeoesp. Para ela, a postura dos jornais, revistas e emissoras de rádio e tevê, sempre contrária às lutas dos trabalhadores, confirma a urgência de medidas para democratizar a mídia no Brasil.

No caso da TV Globo, quando da marcha golpista de 15 de março, ela até alterou a sua programação para incentivar a participação num ato que pregava o impeachment da presidenta Dilma e, inclusive, a volta dos militares ao poder. Artistas globais ajudaram a convocar o protesto e a emissora, unida ao comando da Polícia Militar, espalhou a mentira de que a marcha reuniu mais de 1 milhão de pessoas. Agora, no caso da passeata dos docentes em greve, o repórter domesticado fala em "500 presentes". Não é para menos que um dos slogans mais gritados na passeata desta quinta-feira foi o "Fora Rede Globo"

******

Leia também:

- A mídia e a greve dos professores de SP

- Greve dos professores: Cadê a TV Globo?

- Alckmin investe R$ 9 milhões no PIG

- Alckmin socorre Folha, Estadão e Veja

- Falta papel higiênico nas escolas de SP

4 comentários:

  1. Peço licença a Miro,para comunicar que o Eduardo Cunha está processando o blog do jornalista Luis Nassif.Virou moda?

    ResponderExcluir
  2. Mostrar-se indignados não é suficiente é preciso conscientizar todos os brasileiros a verdadeira cara da globo, porque os professores não se juntam as manifestação contra a globo, dia 26 terá uma, a globo é sonegadora, golpista e contra o Brasil.

    ResponderExcluir
  3. o reporter da globo não é bobo. ele vai no helicóptero!

    ResponderExcluir
  4. A Apeoesp tem que marcar as assembleias em frente à globo, revezando um grupo grande 24h/dia.

    ResponderExcluir

Comente: