Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
José Roberto de Toledo – colunista do Estadão e (bom) analista de pesquisas do jornal - escreve hoje ótimo artigo em que, ao avalisar o programa de TV do PSDB, onde, segundo ele “o PSDB foi à TV se afirmar como oposição ao PT. Como contraponto ao PT. Como o antiPT. É a prioridade de seu presidente, Aécio Neves, que imagina um novo embate das duas siglas na sucessão de Dilma Rousseff em 2018, com ele à frente do time tucano”.
E diz que há a razão ” é que, após as eleições do ano passado, o PSDB perdeu a primazia da oposição, seja na opinião pública, seja no Congresso. Nas ruas, movimentos há poucos meses desconhecidos assumiram a frente dos protestos contra Dilma, enquanto líderes tucanos assistiam da janela. Correm atrás do tempo perdido.”
Perdido mesmo. Ainda hoje, os movimentos paneleiros, diz a Folha, afirmam que “Aécio traiu o Brasil” por não ter atirado mais fortemente o programa do seu partido à pregação golpista.
A continuidade desta estratégia tucana se dá hoje, com o desesperado ato de apresentar, mesmo com base para lá de insólita, ação de responsabilidade contra a Presidenta, em tema que, já há tempos, o Ministério Público considerou juridicamente incabível.
Não importa. Já antecipadamente – e qualquer advogado recém-formado sabe o quanto isso adianta contra o MP – diz que , se Janot não acolher a ação inepta, será o “engavetador da República”. Diz isso, aliás, sem pejo de que a expressão tenha sido criada para definir a blindagem com que se envolveu Fernando Henrique Cardoso.
A estupidez e a hipocrisia, como se sabe, são diferentes, mas costumam caminhar juntas.
Cultivam, nesta lama, os tucanos, a esperança de vicejar na insatisfação que se espalhou na classe média inoculada, em doses cavalares, pela mídia, pelo novo CCC – Crise, Corrupção, Comunismo – e ter o que lhe falta: voto.
E, agora, até protagonismo, pois a dupla Eduardo Cunha – Renan Calheiros, a quem a imprensa, até por razões sanitárias, deveria estar usando luvas plásticas para lidar com o que fazem no Congresso e que o Ricardo Kotscho, outro dia, definiu bem como “esculacho”.
Só que a histeria que os tucanos – ou parte deles, com Aécio e FHC, querem representar, diz bem Toledo em seu artigo, tem seus curtos limites.
“Fora dos períodos eleitorais, a narrativa do confronto permanente só interessa aos contendores e à rede de assediadores digitais – de ambos os lados – que se nutre dela. Como as pesquisas mostram e as ruas confirmam, é uma história que cansa o público não diretamente envolvido no conflito – especialmente porque não tem fim nem resulta em benefício direto ao eleitor.”
No quadro de hoje – que não é o de 2018 – é certo, para mim, que surgirá uma candidatura de direita – no padrão Sérgio Moro, Joaquim Barbosa ou até Jair Bolsonaro – para ser a voz do combate à corrupção e a defensora da “ordem”, como o papel que atribuíram em 1989 a Fernando Collor.
E isso atingirá o PSDB em seu coração social – a classe média mais alta, a sua babugenta periferia acéfala e o conservadorismo sectário – e geográfico: São Paulo e, em boa parte, o Sul e o Centro Oeste do país.
A terceira via não vai ser de Dudu nem Marininha.
Dependendo do que suceda à dupla rena-Cunha, também aí o panorama não sorri aos tucanos: apanhados na Lava-Jato, se o forem mesmo, pesarão mais que empurrarão. Escapando, não hão de querer menos que o poder chantagista que hoje já detêm.
Só há uma candidatura fincada, hoje, que, além das boas chances, está para o que der e vier é e um centro de aglutinação: a de Lula.
É algo, aliás, que a própria Presidenta Dilma Rousseff precisa enxergar e, enxergando, considerar em cada opção que toma e na forma que toma.
Na relação entre ambos, amizade à parte, Lula é credor.
E dono de luz própria.
José Roberto de Toledo – colunista do Estadão e (bom) analista de pesquisas do jornal - escreve hoje ótimo artigo em que, ao avalisar o programa de TV do PSDB, onde, segundo ele “o PSDB foi à TV se afirmar como oposição ao PT. Como contraponto ao PT. Como o antiPT. É a prioridade de seu presidente, Aécio Neves, que imagina um novo embate das duas siglas na sucessão de Dilma Rousseff em 2018, com ele à frente do time tucano”.
E diz que há a razão ” é que, após as eleições do ano passado, o PSDB perdeu a primazia da oposição, seja na opinião pública, seja no Congresso. Nas ruas, movimentos há poucos meses desconhecidos assumiram a frente dos protestos contra Dilma, enquanto líderes tucanos assistiam da janela. Correm atrás do tempo perdido.”
Perdido mesmo. Ainda hoje, os movimentos paneleiros, diz a Folha, afirmam que “Aécio traiu o Brasil” por não ter atirado mais fortemente o programa do seu partido à pregação golpista.
A continuidade desta estratégia tucana se dá hoje, com o desesperado ato de apresentar, mesmo com base para lá de insólita, ação de responsabilidade contra a Presidenta, em tema que, já há tempos, o Ministério Público considerou juridicamente incabível.
Não importa. Já antecipadamente – e qualquer advogado recém-formado sabe o quanto isso adianta contra o MP – diz que , se Janot não acolher a ação inepta, será o “engavetador da República”. Diz isso, aliás, sem pejo de que a expressão tenha sido criada para definir a blindagem com que se envolveu Fernando Henrique Cardoso.
A estupidez e a hipocrisia, como se sabe, são diferentes, mas costumam caminhar juntas.
Cultivam, nesta lama, os tucanos, a esperança de vicejar na insatisfação que se espalhou na classe média inoculada, em doses cavalares, pela mídia, pelo novo CCC – Crise, Corrupção, Comunismo – e ter o que lhe falta: voto.
E, agora, até protagonismo, pois a dupla Eduardo Cunha – Renan Calheiros, a quem a imprensa, até por razões sanitárias, deveria estar usando luvas plásticas para lidar com o que fazem no Congresso e que o Ricardo Kotscho, outro dia, definiu bem como “esculacho”.
Só que a histeria que os tucanos – ou parte deles, com Aécio e FHC, querem representar, diz bem Toledo em seu artigo, tem seus curtos limites.
“Fora dos períodos eleitorais, a narrativa do confronto permanente só interessa aos contendores e à rede de assediadores digitais – de ambos os lados – que se nutre dela. Como as pesquisas mostram e as ruas confirmam, é uma história que cansa o público não diretamente envolvido no conflito – especialmente porque não tem fim nem resulta em benefício direto ao eleitor.”
No quadro de hoje – que não é o de 2018 – é certo, para mim, que surgirá uma candidatura de direita – no padrão Sérgio Moro, Joaquim Barbosa ou até Jair Bolsonaro – para ser a voz do combate à corrupção e a defensora da “ordem”, como o papel que atribuíram em 1989 a Fernando Collor.
E isso atingirá o PSDB em seu coração social – a classe média mais alta, a sua babugenta periferia acéfala e o conservadorismo sectário – e geográfico: São Paulo e, em boa parte, o Sul e o Centro Oeste do país.
A terceira via não vai ser de Dudu nem Marininha.
Dependendo do que suceda à dupla rena-Cunha, também aí o panorama não sorri aos tucanos: apanhados na Lava-Jato, se o forem mesmo, pesarão mais que empurrarão. Escapando, não hão de querer menos que o poder chantagista que hoje já detêm.
Só há uma candidatura fincada, hoje, que, além das boas chances, está para o que der e vier é e um centro de aglutinação: a de Lula.
É algo, aliás, que a própria Presidenta Dilma Rousseff precisa enxergar e, enxergando, considerar em cada opção que toma e na forma que toma.
Na relação entre ambos, amizade à parte, Lula é credor.
E dono de luz própria.
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