Por Bepe Damasco, em seu blog:
Não há quem faça a ultra-esquerda compreender o que está em jogo nos dias que correm. Um mínimo de clarividência política indicaria o óbvio para os partidos que dizem fazer oposição de esquerda ao governo federal : o massacre midiático diário que sofre o Partido dos Trabalhadores e o avanço da direita nas ruas, nas redes e no parlamento devem-se às qualidades do PT e ao que o governo tem de bom, e não aos erros cometidos pelos governos de Lula e Dilma, que, a propósito, não foram poucos.
Caso não se orientassem por um senso de oportunismo barato, no afã de aproveitar o desgaste do PT para avançar algumas casas na política, a extrema-esquerda perceberia com facilidade que o antipetismo hidrófobo que grassa na sociedade parte de uma elite que não se conforma com o fato de 40 milhões de pessoas terem deixado a miséria, com pobres frequentando aeroportos e shopping centers e dirigindo carros zero quilômetro, com o extraordinário aumento real do salário mínimo, com a criação de mais de 20 milhões de empregos, com a saída do Brasil do mapa da fome, com o fim da dívida com o FMI, com negros e pobres nas universidades graças à política de cotas e ao Prouni, com o Mais Médicos, com o Minha Casa Minha Vida.
Queriam ou não essa obra tem a assinatura do PT. E mais : o cerco conservador não tem apenas o PT como alvo. Ele visa aniquilar toda a esquerda, todo o pensamento progressista. Sob a batuta de Eduardo Cunha, na presidência da Câmara dos Deputados, está em curso a mais brutal ameaça de retrocesso social, político e econômico, e até civilizatório, das últimas décadas. Não entender isso é não entender mais nada.
Contudo, em vez de defender as conquistas populares na era petista e formular um projeto à esquerda do PT, especialmente na condução da economia, cumprindo um papel bem-vindo no jogo democrático e para o qual há espaço na sociedade, os ultra-esquerdistas preferem pegar carona na campanha da direita midiática e atirar pedras no PT.
Não há quem faça a ultra-esquerda compreender o que está em jogo nos dias que correm. Um mínimo de clarividência política indicaria o óbvio para os partidos que dizem fazer oposição de esquerda ao governo federal : o massacre midiático diário que sofre o Partido dos Trabalhadores e o avanço da direita nas ruas, nas redes e no parlamento devem-se às qualidades do PT e ao que o governo tem de bom, e não aos erros cometidos pelos governos de Lula e Dilma, que, a propósito, não foram poucos.
Caso não se orientassem por um senso de oportunismo barato, no afã de aproveitar o desgaste do PT para avançar algumas casas na política, a extrema-esquerda perceberia com facilidade que o antipetismo hidrófobo que grassa na sociedade parte de uma elite que não se conforma com o fato de 40 milhões de pessoas terem deixado a miséria, com pobres frequentando aeroportos e shopping centers e dirigindo carros zero quilômetro, com o extraordinário aumento real do salário mínimo, com a criação de mais de 20 milhões de empregos, com a saída do Brasil do mapa da fome, com o fim da dívida com o FMI, com negros e pobres nas universidades graças à política de cotas e ao Prouni, com o Mais Médicos, com o Minha Casa Minha Vida.
Queriam ou não essa obra tem a assinatura do PT. E mais : o cerco conservador não tem apenas o PT como alvo. Ele visa aniquilar toda a esquerda, todo o pensamento progressista. Sob a batuta de Eduardo Cunha, na presidência da Câmara dos Deputados, está em curso a mais brutal ameaça de retrocesso social, político e econômico, e até civilizatório, das últimas décadas. Não entender isso é não entender mais nada.
Contudo, em vez de defender as conquistas populares na era petista e formular um projeto à esquerda do PT, especialmente na condução da economia, cumprindo um papel bem-vindo no jogo democrático e para o qual há espaço na sociedade, os ultra-esquerdistas preferem pegar carona na campanha da direita midiática e atirar pedras no PT.
Está na moda entre graduados quadros do PSOL, por exemplo, a repetição do mantra de que o PT é culpado pela direita ter saído do armário e que, 16 anos depois, a tendência é o partido entregar um país ainda pior do que o de antes de 2002. Chega a ser ridículo alguém imaginar que o PT é culpado pelo PL 4330, pela PEC da Bengala, pelo Estatuto da Família, pelo retrocesso na lei do desarmamento e por uma reforma política feita sob medida para avacalhar ainda mais o sistema político, como a que avança na Câmara.
Destacadas figuras do PSOL apontam como elemento central da "derrocada" petista sua política de alianças, baseada na lógica da governabilidade a qualquer custo com Sarney e congêneres. Fingem não saber que no Brasil o regime presidencialista de coalizão parlamentar inviabiliza qualquer governo sem maioria parlamentar. O calvário atual vivido pela presidenta Dilma no seu segundo mandato devido à erosão de sua base de apoio no Congresso Nacional, notadamente na Câmara, é a prova cabal disso.
Caso não tivesse feito as alianças necessárias à governabilidade, o PT não teria melhorado a vida do povo brasileiro. Pior : governo de esquerda em nosso país sem maioria parlamentar mantém permanentemente sobre o seu pescoço a guilhotina do impeachment, a ameaça de golpe tal qual assistimos hoje. Se não contasse com sólido apoio entre deputados e senadores, em 2005, quem garante que a oposição não arriscaria uma aventura golpista ?
Portanto, o não rompimento com o establishment, visto pelo PSOL como detonador da crise atual e como grande erro histórico do PT, na verdade, revela um compromisso dos governos do partido com a melhoria da qualidade de vida do povo. Qualquer observador minimamente atento da cena política sabe que nenhum projeto importante de apelo popular teria sido efetivado sem as alianças pragmáticas que foram feitas. É evidente que em um mundo ideal e cor de rosa as alianças se limitariam à esquerda democrática. Mas, para isso, PT e aliados teriam que eleger 300 deputados e 45 senadores. Isso está longe de acontecer por um motivo bem simples : a esquerda não é majoritária na sociedade brasileira.
Não, decididamente, o governo do PT não errou na política de alianças. Errou ao não aproveitar a alta popularidade de algum tempo atrás e apresentar ao Congresso um projeto de regulação democrática da mídia. Errou ao não enfrentar de forma articulada e combativa a batalha diária da comunicação, não deixando ataque sem resposta e dando visibilidade às ações do governo. Errou quando optou por não pôr um freio à destinação da montanha de dinheiro de verba publicitária à mídia monopolista e golpista. Errou por não ter dado a ênfase necessária à bandeira da reforma política. Errou ao abdicar da luta pela mudança na forma de se fazer política nos país. Errou ao ao negligenciar a disputa ideológica por corações e mentes. Errou quando permitiu que alguns dos seus quadros importantes enveredassem pelo caminho da burocratização e da acomodação. Errou quando deixou de lado a interlocução com os movimentos sociais.
Destacadas figuras do PSOL apontam como elemento central da "derrocada" petista sua política de alianças, baseada na lógica da governabilidade a qualquer custo com Sarney e congêneres. Fingem não saber que no Brasil o regime presidencialista de coalizão parlamentar inviabiliza qualquer governo sem maioria parlamentar. O calvário atual vivido pela presidenta Dilma no seu segundo mandato devido à erosão de sua base de apoio no Congresso Nacional, notadamente na Câmara, é a prova cabal disso.
Caso não tivesse feito as alianças necessárias à governabilidade, o PT não teria melhorado a vida do povo brasileiro. Pior : governo de esquerda em nosso país sem maioria parlamentar mantém permanentemente sobre o seu pescoço a guilhotina do impeachment, a ameaça de golpe tal qual assistimos hoje. Se não contasse com sólido apoio entre deputados e senadores, em 2005, quem garante que a oposição não arriscaria uma aventura golpista ?
Portanto, o não rompimento com o establishment, visto pelo PSOL como detonador da crise atual e como grande erro histórico do PT, na verdade, revela um compromisso dos governos do partido com a melhoria da qualidade de vida do povo. Qualquer observador minimamente atento da cena política sabe que nenhum projeto importante de apelo popular teria sido efetivado sem as alianças pragmáticas que foram feitas. É evidente que em um mundo ideal e cor de rosa as alianças se limitariam à esquerda democrática. Mas, para isso, PT e aliados teriam que eleger 300 deputados e 45 senadores. Isso está longe de acontecer por um motivo bem simples : a esquerda não é majoritária na sociedade brasileira.
Não, decididamente, o governo do PT não errou na política de alianças. Errou ao não aproveitar a alta popularidade de algum tempo atrás e apresentar ao Congresso um projeto de regulação democrática da mídia. Errou ao não enfrentar de forma articulada e combativa a batalha diária da comunicação, não deixando ataque sem resposta e dando visibilidade às ações do governo. Errou quando optou por não pôr um freio à destinação da montanha de dinheiro de verba publicitária à mídia monopolista e golpista. Errou por não ter dado a ênfase necessária à bandeira da reforma política. Errou ao abdicar da luta pela mudança na forma de se fazer política nos país. Errou ao ao negligenciar a disputa ideológica por corações e mentes. Errou quando permitiu que alguns dos seus quadros importantes enveredassem pelo caminho da burocratização e da acomodação. Errou quando deixou de lado a interlocução com os movimentos sociais.
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