Por Breno Altman, em seu blog:
Dia 8 de maio, 1945.
O relógio apontava quase meia-noite na Escola de Engenharia Militar da Wehrmacht, em Karlshorst, na periferia de Berlim, onde estava instalado o quartel-general das forças soviéticas.
Começava a cerimônia de rendição formal das tropas alemãs, findando uma guerra de agressão que durara quase seis anos.
Os derrotados estavam representados pelo marechal Wilhelm Keitel (Exército), o general Hans-Juergen Strumpff (Aeronáutica) e o almirante Hans-Georg von Friedeburg (Marinha).
O ato de capitulação incondicional era presidido pelo marechal Georgi Konstantinovich Zhukov, principal liderança militar da União Soviética.
O marechal britânico Arthur William Tedder, representando o comando do Corpo Expedicionário Aliado na Europa, subscrevia o documento de rendição junto com o comandante do Exército Vermelho.
O general norte-americano Carl Spaatz e seu colega francês, Jean de Lattre de Tassigny, assinavam como testemunhas.
Às 00h45 do dia 9 de maio entrava para a história o documento que determinava a vitória das forças antinazistas.
Outros momentos de rendição anteciparam a solenidade em Berlim, mas este seria consagrado como a página final do conflito mais épico e doloroso da história.
Acima de tudo, porque era o reconhecimento simbólico, com os nazistas de joelhos, que o mundo devia ao heroísmo soviético a colaboração principal para a derrota de uma ditadura forjada no terror contra os trabalhadores e a democracia.
Mais de 74% das baixas totais da Wehrmacht (10 milhões, sobre 13,4 milhões de soldados abatidos) foram provocadas pelas armas soviéticas.
O Exercito Vermelho eliminou 607 divisões inimigas entre 1941 e 1945, contra 176 dizimadas por britânicos e norte-americanos juntos.
O número de combatentes mortos e feridos na frente oriental foi seis vezes maior que na ocidental e no Mediterrâneo somados.
No calor dos dias finais de combate, quando a verdade se impunha a sangue e fogo, os chefes das nações capitalistas aceitaram naturalmente a proeminência da União Soviética na luta contra o inimigo comum.
“O exército russo está matando mais soldados do Eixo e destruindo mais material nazista do que todas as outras 25 nações juntas”, disse o presidente do EUA, Franklin Roosevelt, a certa altura do conflito.
O anticomunismo e a Guerra Fria, porém, levariam à disputa incessante para reescrever o que havia se passado nos campos de batalha.
Discursos, filmes, livros, peças e toda sorte de documentos passaram a ser produzidos para esmaecer o papel do Exército Vermelho e criminalizar o desempenho do líder da primeira pátria socialista, Joseph Stálin.
Até mesmo setores de esquerda claudicaram diante de versões destinadas a recontar o enredo da Segunda Guerra Mundial, pressionados pela ofensiva ideológica da burguesia mundial ou movidos por legítimas críticas à experiência soviética sob o tacão de ferro do velho militante bolchevique.
O sucessor de Lênin foi acusado por muitos erros e crimes no dramático período de governo revolucionário que lhe tocou conduzir, durante o qual, como registrado pelo historiador trotsquista Isaac Deutscher, o país saiu da era do arado e se converteu em uma potência atômica.
Mas a verdade é que os homens e mulheres livres devem a derrocada do nazismo ao Exército Vermelho e a União Soviética, à abnegação de seus combatentes e cidadãos, ao comando de Stálin e seus militares.
A partir da lendária Batalha de Stalingrado, a mais gloriosa de todas as gestas militares, na qual os nazistas beijam a lona pela primeira vez, concluída em 1943, alterou-se a sorte do enfrentamento, transformado em grande guerra patriótica, como até hoje é tratada em solo russo, pela comunhão armada de soldados regulares, guerrilheiros comunistas e resistência popular.
Dois anos depois, Berlim caia nas mãos das guerreiros de Zhukov, consolidando o triunfo dos aliados em todas as demais frentes.
A bandeira com a foice e o martelo, alçada sobre as ruínas do Reichstag, foi a arma que feriu de morte a besta hitlerista, empunhada pelos 20 milhões de mortos que a União Soviética doou à libertação dos povos.
Quando as tropas russas voltarem a marchar sobre Moscou, no dia 9 de maio, diante de Vladimir Putin e convidados, estes fatos serão lembrados e o mundo terá mais uma chance de bater continência à honestidade histórica.
O presidente russo fará questão de mostrar, mesmo em circunstâncias históricas diferentes, ainda marcadas pelo colapso do socialismo, mas resgatando o feito monumental da vitória contra o nazismo, que não se brinca com a soberania e a independência de sua nação.
Dia 8 de maio, 1945.
O relógio apontava quase meia-noite na Escola de Engenharia Militar da Wehrmacht, em Karlshorst, na periferia de Berlim, onde estava instalado o quartel-general das forças soviéticas.
Começava a cerimônia de rendição formal das tropas alemãs, findando uma guerra de agressão que durara quase seis anos.
Os derrotados estavam representados pelo marechal Wilhelm Keitel (Exército), o general Hans-Juergen Strumpff (Aeronáutica) e o almirante Hans-Georg von Friedeburg (Marinha).
O ato de capitulação incondicional era presidido pelo marechal Georgi Konstantinovich Zhukov, principal liderança militar da União Soviética.
O marechal britânico Arthur William Tedder, representando o comando do Corpo Expedicionário Aliado na Europa, subscrevia o documento de rendição junto com o comandante do Exército Vermelho.
O general norte-americano Carl Spaatz e seu colega francês, Jean de Lattre de Tassigny, assinavam como testemunhas.
Às 00h45 do dia 9 de maio entrava para a história o documento que determinava a vitória das forças antinazistas.
Outros momentos de rendição anteciparam a solenidade em Berlim, mas este seria consagrado como a página final do conflito mais épico e doloroso da história.
Acima de tudo, porque era o reconhecimento simbólico, com os nazistas de joelhos, que o mundo devia ao heroísmo soviético a colaboração principal para a derrota de uma ditadura forjada no terror contra os trabalhadores e a democracia.
Mais de 74% das baixas totais da Wehrmacht (10 milhões, sobre 13,4 milhões de soldados abatidos) foram provocadas pelas armas soviéticas.
O Exercito Vermelho eliminou 607 divisões inimigas entre 1941 e 1945, contra 176 dizimadas por britânicos e norte-americanos juntos.
O número de combatentes mortos e feridos na frente oriental foi seis vezes maior que na ocidental e no Mediterrâneo somados.
No calor dos dias finais de combate, quando a verdade se impunha a sangue e fogo, os chefes das nações capitalistas aceitaram naturalmente a proeminência da União Soviética na luta contra o inimigo comum.
“O exército russo está matando mais soldados do Eixo e destruindo mais material nazista do que todas as outras 25 nações juntas”, disse o presidente do EUA, Franklin Roosevelt, a certa altura do conflito.
O anticomunismo e a Guerra Fria, porém, levariam à disputa incessante para reescrever o que havia se passado nos campos de batalha.
Discursos, filmes, livros, peças e toda sorte de documentos passaram a ser produzidos para esmaecer o papel do Exército Vermelho e criminalizar o desempenho do líder da primeira pátria socialista, Joseph Stálin.
Até mesmo setores de esquerda claudicaram diante de versões destinadas a recontar o enredo da Segunda Guerra Mundial, pressionados pela ofensiva ideológica da burguesia mundial ou movidos por legítimas críticas à experiência soviética sob o tacão de ferro do velho militante bolchevique.
O sucessor de Lênin foi acusado por muitos erros e crimes no dramático período de governo revolucionário que lhe tocou conduzir, durante o qual, como registrado pelo historiador trotsquista Isaac Deutscher, o país saiu da era do arado e se converteu em uma potência atômica.
Mas a verdade é que os homens e mulheres livres devem a derrocada do nazismo ao Exército Vermelho e a União Soviética, à abnegação de seus combatentes e cidadãos, ao comando de Stálin e seus militares.
A partir da lendária Batalha de Stalingrado, a mais gloriosa de todas as gestas militares, na qual os nazistas beijam a lona pela primeira vez, concluída em 1943, alterou-se a sorte do enfrentamento, transformado em grande guerra patriótica, como até hoje é tratada em solo russo, pela comunhão armada de soldados regulares, guerrilheiros comunistas e resistência popular.
Dois anos depois, Berlim caia nas mãos das guerreiros de Zhukov, consolidando o triunfo dos aliados em todas as demais frentes.
A bandeira com a foice e o martelo, alçada sobre as ruínas do Reichstag, foi a arma que feriu de morte a besta hitlerista, empunhada pelos 20 milhões de mortos que a União Soviética doou à libertação dos povos.
Quando as tropas russas voltarem a marchar sobre Moscou, no dia 9 de maio, diante de Vladimir Putin e convidados, estes fatos serão lembrados e o mundo terá mais uma chance de bater continência à honestidade histórica.
O presidente russo fará questão de mostrar, mesmo em circunstâncias históricas diferentes, ainda marcadas pelo colapso do socialismo, mas resgatando o feito monumental da vitória contra o nazismo, que não se brinca com a soberania e a independência de sua nação.
Na realidade, a Wermacht começou a ser derrotada na Batalha de Moscou, sua primeira derrota.
ResponderExcluirVer: https://www.youtube.com/watch?v=u52sOb_hFuE&index=4&list=PLB33A407DC1487BC6