Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Numa tentativa óbvia de lavagem cerebral dos brasileiros, a maioria dos meios de comunicação tem aproveitado a conjuntura de escândalos sucessivos que ela mesma produz em torno da Operação Lava Jato para tentar esconder e diminuir a memória de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular dos presidentes brasileiros.
Mas a memória de Lula persiste - inclusive fora do país. Segundo a agência italiana de notícias, ANSA, o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Milão, inaugurada em 1 de maio, já foi visto por 450 000 pessoas desde a abertura. Prevê-se um aumento da visitação por esses dias, quando Lula estará na Itália, para uma série de encontros, palestras e conferências.
Situado na entrada da exposição, com 4.000 metros quadrados de área, o pavilhão do Brasil tem como tema uma síntese das melhorias sociais ocorridas no país a partir de 2003, quando Lula tomou posse no Planalto, e que até hoje intrigam estudiosos e surpreendem cidadãos de vários países:
Em 2015, quando a recessão é um pesadelo em boa parte do planeta, o desemprego domina o Velho Mundo, e barcos de imigrantes da África cruzam o Mediterrâneo em busca de abrigo, emprego e futuro, o assunto é outro - e isso explica o lugar de Lula na exposição de Milão, para onde ele embarcou nesta quarta-feira. Gostem ou não seus adversários, ele é um dos principais responsáveis pela inclusão da fome na agenda mundial.
Dias antes da chegada a Itália, Lula publicou nas páginas do Corriere della Sera, o mais importante jornal italiano, um artigo (“Um mundo sem fome e com paz”) escrito em parceria com o assessor e amigo, José Graziano, hoje diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO. “Um mundo sem fome não é um sonho abstrato,” escreveram os dois. “A pobreza e a miséria, dentro dos nossos países ou em outros países, não é um fato inevitável da vida. Podemos, sim, construir um mundo sem fome. E só um mundo sem fome pode nos permitir construir um mundo sem guerras, um mundo de paz.”
A agenda de Lula em Milão prevê, no mesmo local da exposição, a Conferência Magna da Sessão de Encerramento do Fórum de Ministros de Agricultura, convite que por si só é uma prova de prestígio, mas não é só. No sábado ele faz a Conferência McDougall, na abertura da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A Conferência McDougall foi instituída em 1958, em homenagem a Frank L. McDougall, um dos fundadores da organização. (Em 2013, a palestra foi ministrada pelo Prêmio Nobel Amartya Sen).
Realizado numa conjuntura difícil para o governo Dilma e para o Partido dos Trabalhadores, onde até seus índices de aprovação diminuíram, o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos.
Também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul. Num país que ao longo da história se habituou a importar diversas modas ideológicas, em particular aquelas que nenhum benefício trouxeram a maioria da população, como o Consenso de Washington, o neoconservadorismo e o Estado mínimo, foi um presidente capaz de assumir outra atitude e colheu outro resultado.
Numa cultura onde a afirmação nacional é vista, frequentemente, como uma necessidade, o lugar de Lula tornou-se, em muitos lugares do país, um motivo de identificação e orgulho.
Pensando bem, não é difícil entender porque, quatro anos e seis meses depois de sua saída do Planalto, ele tenha se tornado motivo de massacre e lavagem cerebral. Alguma dúvida?
Numa tentativa óbvia de lavagem cerebral dos brasileiros, a maioria dos meios de comunicação tem aproveitado a conjuntura de escândalos sucessivos que ela mesma produz em torno da Operação Lava Jato para tentar esconder e diminuir a memória de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular dos presidentes brasileiros.
Mas a memória de Lula persiste - inclusive fora do país. Segundo a agência italiana de notícias, ANSA, o pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Milão, inaugurada em 1 de maio, já foi visto por 450 000 pessoas desde a abertura. Prevê-se um aumento da visitação por esses dias, quando Lula estará na Itália, para uma série de encontros, palestras e conferências.
Situado na entrada da exposição, com 4.000 metros quadrados de área, o pavilhão do Brasil tem como tema uma síntese das melhorias sociais ocorridas no país a partir de 2003, quando Lula tomou posse no Planalto, e que até hoje intrigam estudiosos e surpreendem cidadãos de vários países:
“Alimentando o Mundo com soluções.”
Um dos principais eventos internacionais do planeta desde o século XIX, a Exposição Universal é uma promoção que se prolonga por cinco meses, mobiliza um publico realmente gigantesco - em sua última edição, recebeu nada menos que 73 milhões de visitantes - e suas atrações costumam se modificar de acordo com as necessidades de cada momento.
Durante um bom período, o foco se encontrava em invenções e novidades tecnológicas. Em 1853, em Nova York, período em que a escravidão era um regime de trabalho inclusive nos Estados Unidos, a Exposição serviu para mostrar elevadores. Em 1855, em Paris, a atração foi a máquinas de costura. Foi na Filadélfia, em 1876, que o imperador Pedro II falou pela primeira ao telefone, reagindo com espanto: “Isto fala!”
Em 2015, quando a recessão é um pesadelo em boa parte do planeta, o desemprego domina o Velho Mundo, e barcos de imigrantes da África cruzam o Mediterrâneo em busca de abrigo, emprego e futuro, o assunto é outro - e isso explica o lugar de Lula na exposição de Milão, para onde ele embarcou nesta quarta-feira. Gostem ou não seus adversários, ele é um dos principais responsáveis pela inclusão da fome na agenda mundial.
Dias antes da chegada a Itália, Lula publicou nas páginas do Corriere della Sera, o mais importante jornal italiano, um artigo (“Um mundo sem fome e com paz”) escrito em parceria com o assessor e amigo, José Graziano, hoje diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, FAO. “Um mundo sem fome não é um sonho abstrato,” escreveram os dois. “A pobreza e a miséria, dentro dos nossos países ou em outros países, não é um fato inevitável da vida. Podemos, sim, construir um mundo sem fome. E só um mundo sem fome pode nos permitir construir um mundo sem guerras, um mundo de paz.”
A agenda de Lula em Milão prevê, no mesmo local da exposição, a Conferência Magna da Sessão de Encerramento do Fórum de Ministros de Agricultura, convite que por si só é uma prova de prestígio, mas não é só. No sábado ele faz a Conferência McDougall, na abertura da 39ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). A Conferência McDougall foi instituída em 1958, em homenagem a Frank L. McDougall, um dos fundadores da organização. (Em 2013, a palestra foi ministrada pelo Prêmio Nobel Amartya Sen).
No domingo, Lula participa de um debate promovido pela Prefeitura de Roma. Destinado a uma plateia de jovens, o tema da discussão é a mobilização social: “Participar para mudar: empenho civil contra a pobreza e a desigualdade”. Entre um evento e outro, a agenda italiana de Lula previa audiência com o primeiro ministro Matteo Renzi. Ele também iria assistir a recondução de Graziano a direção-geral da FAO, onde o antigo ministro, assessor leal desde os tempos do Instituto de Cidadania, tornou-se candidato único.
Realizado numa conjuntura difícil para o governo Dilma e para o Partido dos Trabalhadores, onde até seus índices de aprovação diminuíram, o circuito italiano de Lula ensina que ele foi capaz de deixar uma herança mais duradoura do que seus dois mandatos.
Também recorda que sua gestão teve um impacto que foi muito além das fronteiras brasileiras e mesmo da América do Sul. Num país que ao longo da história se habituou a importar diversas modas ideológicas, em particular aquelas que nenhum benefício trouxeram a maioria da população, como o Consenso de Washington, o neoconservadorismo e o Estado mínimo, foi um presidente capaz de assumir outra atitude e colheu outro resultado.
Mostrou aos brasileiros que era preciso encarar e modificar a dura realidade do país em que viviam - e assim ajudou a compreender que também era possível lutar por uma vida melhor em outros lugares.
Numa cultura onde a afirmação nacional é vista, frequentemente, como uma necessidade, o lugar de Lula tornou-se, em muitos lugares do país, um motivo de identificação e orgulho.
Pensando bem, não é difícil entender porque, quatro anos e seis meses depois de sua saída do Planalto, ele tenha se tornado motivo de massacre e lavagem cerebral. Alguma dúvida?
Na minha família são 10 votos para Lula ou outro candidato do PT. Sou trabalhador e tenho orgulho disto. Minha preferência é e será sempre o Lula. Não sou filiado a nenhum partido, mais vir por este Nordeste afora a melhoria na vida dos meus conterrâneos.
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