Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
O ninho tucano pega fogo. Quem soprou a brasa foi o deputado estadual Pedro Tobias, recém-eleito presidente do diretório paulista do PSDB. A posse de Tobias virou um ato quase oficial de lançamento da candidatura do governador Geraldo Alckmin à Presidência da República em 2018.
O deputado fez o anúncio emoldurado por um gracejo bisonho: “O País precisa de um médico porque está doente, corrompido”. Não era blague. Formado em medicina, Alckmin seguiu o mote e mirou o PT: “A política se exerce essencialmente com ética (...) Um partido político se faz com ética”.
Quem não enxerga nessa obviedade um roteiro planejado? A crise interna no PSDB, provocada pela longínqua eleição presidencial de 2018, é maior do que supõe, e do que publica, a vã filosofia da mídia. A ignorância é um objetivo calculado. Bloqueia a informação e torna inocentes úteis os militantes tucanos e os próprios quadros políticos do partido. Tudo se passa nos limites da cúpula concentrada em São Paulo.
Aécio sentiu o impacto do ataque de Alckmin e se abrigou na circunstância política disponível. Ou seja, a antecipação da disputa interna: “É confortador (...) termos no PSDB, em condições de disputar as eleições e de vencê-las, nomes da estatura do governador de São Paulo”. Alertou, porém: “Teremos a responsabilidade de não saltar etapas”.
A regra, neste momento, é a de negar evidências. Restam, no entanto, fatos. Não há condições de evitar ou mesmo de contornar a situação. É frágil a responsabilidade invocada pelo presidente do partido. Ele mesmo vai ignorar a restrição se preciso for.
Aécio Neves saiu chamuscado da eleição de 2014. Sofreu duas derrotas em casa, para o PT, ao perder a disputa pela Presidência da República e pelo governo de Minas Gerais. Na perspectiva da competição interna os dias de agora também não lhe são favoráveis. Derrotado na competição eleitoral, o senador mineiro pôs-se a comandar praticamente sozinho, sem sucesso, os movimentos radicais contra Dilma. Perdeu também esse “terceiro turno”.
O governador de São Paulo surgiu em cena e reagiu ao movimento pelo impeachment da presidenta. Frustrou os planos de Aécio.
Agora os dois estão novamente em lados opostos. Alckmin atacou a proposta do fim da reeleição, que chamou de “mudancismo”, e a redução da maioridade penal apoiada pelo colega de legenda.
São esses alguns fatos. Quem irá para a luta eleitoral? Geraldo Alckmin ou Aécio Neves? Ou, quem sabe, José Serra?
Serra, à margem do choque entre Aécio e Alckmin, é, por ora, candidato de si próprio. Mantém, no entanto, o sonho no qual sempre se intrometem os fantasmas de duas derrotas. Para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010. O sonho, nesses momentos, vira pesadelo.
O deputado fez o anúncio emoldurado por um gracejo bisonho: “O País precisa de um médico porque está doente, corrompido”. Não era blague. Formado em medicina, Alckmin seguiu o mote e mirou o PT: “A política se exerce essencialmente com ética (...) Um partido político se faz com ética”.
Quem não enxerga nessa obviedade um roteiro planejado? A crise interna no PSDB, provocada pela longínqua eleição presidencial de 2018, é maior do que supõe, e do que publica, a vã filosofia da mídia. A ignorância é um objetivo calculado. Bloqueia a informação e torna inocentes úteis os militantes tucanos e os próprios quadros políticos do partido. Tudo se passa nos limites da cúpula concentrada em São Paulo.
Aécio sentiu o impacto do ataque de Alckmin e se abrigou na circunstância política disponível. Ou seja, a antecipação da disputa interna: “É confortador (...) termos no PSDB, em condições de disputar as eleições e de vencê-las, nomes da estatura do governador de São Paulo”. Alertou, porém: “Teremos a responsabilidade de não saltar etapas”.
A regra, neste momento, é a de negar evidências. Restam, no entanto, fatos. Não há condições de evitar ou mesmo de contornar a situação. É frágil a responsabilidade invocada pelo presidente do partido. Ele mesmo vai ignorar a restrição se preciso for.
Aécio Neves saiu chamuscado da eleição de 2014. Sofreu duas derrotas em casa, para o PT, ao perder a disputa pela Presidência da República e pelo governo de Minas Gerais. Na perspectiva da competição interna os dias de agora também não lhe são favoráveis. Derrotado na competição eleitoral, o senador mineiro pôs-se a comandar praticamente sozinho, sem sucesso, os movimentos radicais contra Dilma. Perdeu também esse “terceiro turno”.
O governador de São Paulo surgiu em cena e reagiu ao movimento pelo impeachment da presidenta. Frustrou os planos de Aécio.
Agora os dois estão novamente em lados opostos. Alckmin atacou a proposta do fim da reeleição, que chamou de “mudancismo”, e a redução da maioridade penal apoiada pelo colega de legenda.
São esses alguns fatos. Quem irá para a luta eleitoral? Geraldo Alckmin ou Aécio Neves? Ou, quem sabe, José Serra?
Serra, à margem do choque entre Aécio e Alckmin, é, por ora, candidato de si próprio. Mantém, no entanto, o sonho no qual sempre se intrometem os fantasmas de duas derrotas. Para Lula, em 2002, e para Dilma, em 2010. O sonho, nesses momentos, vira pesadelo.
O PSDB está unido e organizado. Focado em fazer oposição ao governo Dilma. Já o PT em frangalhos. Os grupos de Dilma e Lula em guerra pelo poder interno do partido. Um tenta salvar o governo, o outro tenta de descolar do desgaste da presidentA, na tentativa de viabilizar a candidatura de Lula para 2018. Acho que nenhum dos dois se salvará.
ResponderExcluirO PT é o maior, mais importante partido do Brasil. Nenhum outro suportaria combater corrupção sob espada dos golpistas que não aceitam o título de corruptos, assim como as Instituições Republicanas e de Justica que assistem ã caça ao Lula e a proteção ao Cunha.
ResponderExcluir