Por Altamiro Borges
Durante o triste reinado de FHC, a mídia venal nunca incomodou o governo com questionamentos sobre as suas nomeações. Até um ex-genro do ex-presidente, David Zylbersztajn, foi indicado como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e quase destruiu a Petrobras. Outros tucanos e demos mais sujos do que pau de galinheiro foram nomeados para importantes cargos e nunca houve qualquer gritaria. Recentemente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) promoveu mudanças de cadeiras no Palácio dos Bandeirantes para garantir o apoio de vários partidos de aluguel. Também não houve escarcéu. Só as nomeações da presidenta Dilma causam calafrios na mídia tucana.
Na semana passada, a coluna de fofocas políticas da revista Época postou indignada: “A presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, para o conselho de administração da Itaipu Binacional. Dissidente em seu partido, Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo do ex-presidente Lula e defendia o apoio à reeleição da presidente e não o lançamento de candidatura de Eduardo Campos, substituído por Marina Silva, na disputa pelo Palácio do Planalto. Outra nomeação de aliados para o mesmo conselho foi a de Maurício Requião, irmão do senador governista Roberto Requião (PMDB-PR). Nomeados esta semana, os conselheiros terão mandato de um ano”.
Um dia depois, na quinta-feira (4), a coluna “Painel” da Folha também destilou o seu veneno. “A nomeação de Roberto Amaral para o conselho de Itaipu foi uma recompensa ao ex-presidente do PSB por ter ajudado o governo a obter apoio de deputados e senadores da sigla nas votações do ajuste fiscal”. O jornal tucano também deu espaço para o deputado gaúcho Beto Albuquerque, vice-presidente do PSB e famoso por suas íntimas ligações com poderosas empresas, para atacar de forma covarde e desonesta o ex-presidente da sua legenda. “Apareceu o preço do Roberto Amaral. Passou meses falando mal de seus companheiros de partido em busca de um carguinho”.
A Folha ainda publicou uma reportagem peçonhenta contra as duas indicações. “No caso de Roberto Amaral, a nomeação busca manter canal aberto com o PSB, que, mesmo estando na oposição, acabou contribuindo com votos no Congresso para aprovar medidas do ajuste fiscal. Além disso, é recompensa a Roberto Amaral, que sempre foi contra o rompimento com o governo. No caso de Requião, é um gesto na direção do senador, que tem apoiado algumas medidas do Planalto... O posto na Itaipu é um dos mais cobiçados entre as estatais. Até dezembro passado, o honorário mensal era de R$ 20.804,13. O conselho faz seis reuniões ordinárias ao ano”.
A seletividade e a hipocrisia da mídia privada são impressionantes. O que ela queria: que a presidenta Dilma indicasse FHC, um arqui-inimigo das estatais e um oposicionista raivoso, para o conselho de administração da Itaipu? Ela também poderia indicar Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça e Marco Feliciano para a Secretaria de Direitos Humanos. Outra possibilidade: Dilma poderia chamar Judith Brito, executiva da Folha e ex-presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – que ficou famosa ao confessar que a mídia cumpre “posição oposicionista” –, para a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Ou, então, um dos filhos de Roberto Marinho para o Ministério das Comunicações!
Durante o triste reinado de FHC, a mídia venal nunca incomodou o governo com questionamentos sobre as suas nomeações. Até um ex-genro do ex-presidente, David Zylbersztajn, foi indicado como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e quase destruiu a Petrobras. Outros tucanos e demos mais sujos do que pau de galinheiro foram nomeados para importantes cargos e nunca houve qualquer gritaria. Recentemente, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) promoveu mudanças de cadeiras no Palácio dos Bandeirantes para garantir o apoio de vários partidos de aluguel. Também não houve escarcéu. Só as nomeações da presidenta Dilma causam calafrios na mídia tucana.
Na semana passada, a coluna de fofocas políticas da revista Época postou indignada: “A presidente Dilma Rousseff nomeou o ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, para o conselho de administração da Itaipu Binacional. Dissidente em seu partido, Amaral foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo do ex-presidente Lula e defendia o apoio à reeleição da presidente e não o lançamento de candidatura de Eduardo Campos, substituído por Marina Silva, na disputa pelo Palácio do Planalto. Outra nomeação de aliados para o mesmo conselho foi a de Maurício Requião, irmão do senador governista Roberto Requião (PMDB-PR). Nomeados esta semana, os conselheiros terão mandato de um ano”.
Um dia depois, na quinta-feira (4), a coluna “Painel” da Folha também destilou o seu veneno. “A nomeação de Roberto Amaral para o conselho de Itaipu foi uma recompensa ao ex-presidente do PSB por ter ajudado o governo a obter apoio de deputados e senadores da sigla nas votações do ajuste fiscal”. O jornal tucano também deu espaço para o deputado gaúcho Beto Albuquerque, vice-presidente do PSB e famoso por suas íntimas ligações com poderosas empresas, para atacar de forma covarde e desonesta o ex-presidente da sua legenda. “Apareceu o preço do Roberto Amaral. Passou meses falando mal de seus companheiros de partido em busca de um carguinho”.
A Folha ainda publicou uma reportagem peçonhenta contra as duas indicações. “No caso de Roberto Amaral, a nomeação busca manter canal aberto com o PSB, que, mesmo estando na oposição, acabou contribuindo com votos no Congresso para aprovar medidas do ajuste fiscal. Além disso, é recompensa a Roberto Amaral, que sempre foi contra o rompimento com o governo. No caso de Requião, é um gesto na direção do senador, que tem apoiado algumas medidas do Planalto... O posto na Itaipu é um dos mais cobiçados entre as estatais. Até dezembro passado, o honorário mensal era de R$ 20.804,13. O conselho faz seis reuniões ordinárias ao ano”.
A seletividade e a hipocrisia da mídia privada são impressionantes. O que ela queria: que a presidenta Dilma indicasse FHC, um arqui-inimigo das estatais e um oposicionista raivoso, para o conselho de administração da Itaipu? Ela também poderia indicar Jair Bolsonaro para o Ministério da Justiça e Marco Feliciano para a Secretaria de Direitos Humanos. Outra possibilidade: Dilma poderia chamar Judith Brito, executiva da Folha e ex-presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – que ficou famosa ao confessar que a mídia cumpre “posição oposicionista” –, para a Secretaria de Comunicação da Presidência da República. Ou, então, um dos filhos de Roberto Marinho para o Ministério das Comunicações!
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Prezado Miro, a linha de ação da mídia é afirmar que o PT é uma organização criminosa. Falar de aparelhamento faz parte dessa estratégia.
ResponderExcluirO importante é fazer o que é certo e governar para os pobres. O resto se arruma com o tempo. Aumentar o salário mínimo e deixar as pessoas fazerem suas reflexões, desta forma a mídia vai ficar falando sozinha ou falando para os seus seguidores.