Por Altamiro Borges
No embate em curso sobre o fator previdenciário, o PSDB é o único partido que não tem moral para falar qualquer coisa. Tudo o que disser sobre o assunto será puro cinismo. Afinal, a atual regra que penaliza milhões de aposentados e pensionistas foi imposta pelo ex-presidente FHC. Ela golpeou antigos direitos dos trabalhadores com o único objetivo de elevar o superávit primário – nome fictício da reserva de caixa para pagar juros aos banqueiros. Na campanha do ano passado, Armínio Fraga, anunciado previamente como o “tzar da economia” do cambaleante Aécio Neves, chegou a pregar maior arrocho na Previdência. Derrotados no pleito, os tucanos agora apostam no “quanto pior, melhor” e até votaram pela mudança no fator previdenciário. Baita oportunismo!
A própria Folha, que ama tanto os tucanos, criticou o “populismo” do PSDB. Em editorial publicado em 29 de maio, o jornal argumentou: “Por legítimas que sejam as críticas quanto à irresponsabilidade do primeiro governo Dilma Rousseff (PT) no manejo das contas públicas, e por mais diversas que se afigurem as alternativas hipotéticas aos cortes e ajustes, era necessário que o Legislativo os aprovasse – e a maioria terminou cedendo a esse imperativo. Não foi o que aconteceu, porém, com o PSDB. O partido de Aécio Neves – que sem dúvida teria encaminhado propostas de austeridade semelhantes caso eleito para a Presidência – negou seus votos para o ajuste. Reeditou, com isso, a atitude que tanto criticava no PT de outros tempos: a tática do ‘quanto pior, melhor’”.
A urubóloga Míriam Leitão, em comentário na CBN – a rádio que toca mentira –, também criticou o voto na regra 85/95. “Depois da Câmara, foi a vez do Senado aprovar o fim do fator previdenciário. O governo errou na negociação com o Congresso e foi chamado para conversar sobre o assunto. Ele vai ter que propor algo no lugar. O fim do fator entrou como emenda à MP-664... Sem o mecanismo, o déficit da Previdência aumentará rapidamente”. Ela inclusive adverte que a nova regra nem afetará o governo Dilma. Nos dois primeiros anos, até ocorreria corte de gastos, já que as pessoas adiariam a aposentadoria para garantir o benefício integral. Daí a sua crítica indignada, sem mencionar o PSDB, “à demagogia dos políticos que coloca em risco o futuro do país”.
Cálculos do próprio governo confirmam esta leitura. Segundo estudos, o custo da nova regra só se tornará “insuportável” para os futuros governos. “Em 2025, as projeções indicam que os gastos da Previdência aumentariam em R$ 33 bilhões. Em 2030, subiriam R$ 78 bilhões. Já em 2060, chegariam a um nível que, alertam técnicos, seria ‘insuportável’: um gasto adicional na casa de R$ 3,2 trilhões. A fórmula aprovada pelo Congresso pode ser benéfica para quem vai se aposentar no curto prazo, mas quebra a Previdência Social no longo prazo... Segundo eles, seria ‘cômodo’ para a presidente não vetar o dispositivo, mas ela tem ‘compromisso com as gerações futuras”, apontou o Estadão, também indignado com a posição “populista” e “demagógica” do PSDB.
Até o vaidoso criador do fator previdenciário, o ex-presidente FHC, criticou a incoerência de seus servos. Diante de tantas bordoadas, alguns caciques tucanos até tentaram justiçar o voto. “O PSDB foi coerente com o que Aécio pregou na campanha. O fator nasceu para equilibrar a previdência num momento de transição. Ocorre que o PT foi incapaz de promover reformas desde que chegou ao poder”, alegou, na maior caradura, o deputado Marcos Pestana (MG). Já o deputado João Campos (GO) foi mais sincero: “É óbvio que houve o componente político, de colocar o governo Dilma em saia-justa”. No mesmo rumo, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), festejou: “Provocamos a derrota do governo”. Haja oportunismo e cinismo dos tucanos!
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No embate em curso sobre o fator previdenciário, o PSDB é o único partido que não tem moral para falar qualquer coisa. Tudo o que disser sobre o assunto será puro cinismo. Afinal, a atual regra que penaliza milhões de aposentados e pensionistas foi imposta pelo ex-presidente FHC. Ela golpeou antigos direitos dos trabalhadores com o único objetivo de elevar o superávit primário – nome fictício da reserva de caixa para pagar juros aos banqueiros. Na campanha do ano passado, Armínio Fraga, anunciado previamente como o “tzar da economia” do cambaleante Aécio Neves, chegou a pregar maior arrocho na Previdência. Derrotados no pleito, os tucanos agora apostam no “quanto pior, melhor” e até votaram pela mudança no fator previdenciário. Baita oportunismo!
A própria Folha, que ama tanto os tucanos, criticou o “populismo” do PSDB. Em editorial publicado em 29 de maio, o jornal argumentou: “Por legítimas que sejam as críticas quanto à irresponsabilidade do primeiro governo Dilma Rousseff (PT) no manejo das contas públicas, e por mais diversas que se afigurem as alternativas hipotéticas aos cortes e ajustes, era necessário que o Legislativo os aprovasse – e a maioria terminou cedendo a esse imperativo. Não foi o que aconteceu, porém, com o PSDB. O partido de Aécio Neves – que sem dúvida teria encaminhado propostas de austeridade semelhantes caso eleito para a Presidência – negou seus votos para o ajuste. Reeditou, com isso, a atitude que tanto criticava no PT de outros tempos: a tática do ‘quanto pior, melhor’”.
A urubóloga Míriam Leitão, em comentário na CBN – a rádio que toca mentira –, também criticou o voto na regra 85/95. “Depois da Câmara, foi a vez do Senado aprovar o fim do fator previdenciário. O governo errou na negociação com o Congresso e foi chamado para conversar sobre o assunto. Ele vai ter que propor algo no lugar. O fim do fator entrou como emenda à MP-664... Sem o mecanismo, o déficit da Previdência aumentará rapidamente”. Ela inclusive adverte que a nova regra nem afetará o governo Dilma. Nos dois primeiros anos, até ocorreria corte de gastos, já que as pessoas adiariam a aposentadoria para garantir o benefício integral. Daí a sua crítica indignada, sem mencionar o PSDB, “à demagogia dos políticos que coloca em risco o futuro do país”.
Cálculos do próprio governo confirmam esta leitura. Segundo estudos, o custo da nova regra só se tornará “insuportável” para os futuros governos. “Em 2025, as projeções indicam que os gastos da Previdência aumentariam em R$ 33 bilhões. Em 2030, subiriam R$ 78 bilhões. Já em 2060, chegariam a um nível que, alertam técnicos, seria ‘insuportável’: um gasto adicional na casa de R$ 3,2 trilhões. A fórmula aprovada pelo Congresso pode ser benéfica para quem vai se aposentar no curto prazo, mas quebra a Previdência Social no longo prazo... Segundo eles, seria ‘cômodo’ para a presidente não vetar o dispositivo, mas ela tem ‘compromisso com as gerações futuras”, apontou o Estadão, também indignado com a posição “populista” e “demagógica” do PSDB.
Até o vaidoso criador do fator previdenciário, o ex-presidente FHC, criticou a incoerência de seus servos. Diante de tantas bordoadas, alguns caciques tucanos até tentaram justiçar o voto. “O PSDB foi coerente com o que Aécio pregou na campanha. O fator nasceu para equilibrar a previdência num momento de transição. Ocorre que o PT foi incapaz de promover reformas desde que chegou ao poder”, alegou, na maior caradura, o deputado Marcos Pestana (MG). Já o deputado João Campos (GO) foi mais sincero: “É óbvio que houve o componente político, de colocar o governo Dilma em saia-justa”. No mesmo rumo, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), festejou: “Provocamos a derrota do governo”. Haja oportunismo e cinismo dos tucanos!
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O Brasil virou o país onde o cinismo é virtude, a hipocrisia é a verdade e a imprensa transforma em vestais as figuras mais sombrias, desde que isso ajude a derrubar o governo que – absurdo! – foi eleito pelo voto popular.
ResponderExcluirMiro, sempre admiro e leio com atenção suas colunas. Contudo, cheguei a conclusão de que para todos os fatos negativos existentes, hoje, no Brasil, só há uma pessoa responsável por eles DILMA ROUSSEF. Escolheu mal quem deve conduzir as comunicações do Palácio do Planalto para nós, eleitores seus ou não. A secretaria de comunicações não existe (em minúsculo mesmo). Escolheu mal quem deveria conduzir a Casa Civil, escolheu mal vários de seus ministros... Claro que há o fato de as oposições a imprensa terem má vontade com ela e com o PT, mas também isso é responsabilidade dela pois, em vários momentos, se mostrou arrogante e deixou de tomar atitudes enérgicas para mostrar ao povo que ELA estava contra a corrupção, até rompendo com o PMDB. Mas ela, não. Se deixa levar e nós pagamos o pato...
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