Por Altamiro Borges
Em depoimento ao juiz-carrasco Sergio Moro, da 13ª Vara
Federal de Curitiba, o empresário Júlio Camargo afirmou nesta quinta-feira (16)
que Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões de propina para que um contrato de
navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado. A grave acusação faz parte das
questionáveis “delações premiadas” que vazam seletivamente na mídia
sensacionalista. Mesmo assim, ela produziu um efeito demolidor sobre o lobista e
estragou sua encenação na tevê. No seu estilo ofensivo, Eduardo Cunha negou de
imediato as denúncias. “É muito estranho, às vésperas do meu pronunciamento em
rede nacional, que as ameaças ao delator tenham conseguido o efeito desejado
pelo procurador-geral da República, ou seja, obrigar o delator a mentir”.
Num fato inusitado na história do Poder Legislativo, o
presidente da Câmara Federal, o lobista Eduardo Cunha, fará nesta sexta-feira
(17) um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Segundo a
revista Época, “o programa foi produzido pelo marqueteiro Paulo de Tarso,
que trabalhou na campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para
presidente... Eduardo Cunha deve fazer um balanço das votações na Câmara neste
semestre e destacar que a casa ganhou um forte ritmo de trabalho a partir do
início de sua gestão”. Mas a iniciativa midiática, que visava fortalecer o
poder de barganha do “achacador” – como é chamado por alguns dos seus pares –,
foi ofuscada pelas graves denúncias de corrupção que detonaram o “imperador” da
Câmara dos Deputados.
Além de mirar seu alvo contra o procurador Rodrigo Janot, o
lobista da Câmara Federal também decidiu fazer ainda maior estardalhaço contra
Dilma Rousseff – numa visível manobra diversionista. Para ele, a
Procuradoria-Geral da República (PGR) estaria articulada com o Palácio do
Planalto para evitar a abertura de um processo de impeachment contra a
presidenta. “Há um objetivo claro de constranger o Poder Legislativo, que
pode ter o Poder Executivo por trás, em articulação com o
procurador-geral da República... A mim não vão fragilizar e, geralmente quando
tentaram fazer isso com a instauração do inquérito há quatro meses, o efeito
foi reverso. Foi bumerangue”, esbravejou. Toda esta aparente valentia, porém,
pode esconder o medo do desastre.
Já há parlamentares afirmando que Eduardo Cunha não tem mais
condições morais para presidir a Câmara Federal. Outros brincam que ele poderá
trocar, em breve, a cadeia de rádio e televisão por uma cela no presídio da
Papuda, em Brasília. O sarcástico José Simão postou a melhor sacada do dia
sobre o episódio:
*****
‘Cunha já admite ser denunciado e promete retaliar o governo’.
Ué, ele recebe propina e a culpa é da Dilma? Quando delator delata petista,
vira herói nacional. E quando delata o Cunha, não vale, é bandido! Rarará!
Não
tem virgem na zona! E no mundo temos califado, principado, ducado e na Câmara é
Cunhado! Rarará! DEUS NOS ACUNHA!
Esse Cunha parece pato desarranjado, uma
cagada após a outra! E a trajetória atual de político brasileiro: primeiro
rouba, depois vira evangélico e depois antiDilma. Aí tá perdoado.
#tátudoperdoado! Rarará!.
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