Por Altamiro Borges
A violenta crise que atinge o modelo de negócios da mídia impressa não dá trégua. Nos últimos dias, mais três jornais investiram contra os profissionais do setor – alguns deles que ainda chamam patrão de companheiro. O diário Brasil Econômico simplesmente fechou as portas e demitiu todos os funcionários. Já a Tribuna de Santos dispensou até dirigentes sindicais, numa afronta à legislação. Os jornais O Dia e Meia Hora também enfrentam dificuldades, com atrasos no pagamento dos salários e dos benefícios. A crise decorre de vários fatores – como a explosão da internet, que afasta a juventude dos impressos; a perda de credibilidade destes veículos, cada vez mais partidarizados e com menos qualidade; e aos erros de administração destas empresas privadas.
O caso recente mais grave é do jornal Brasil Econômico. A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico), que pertence ao grupo português Ongoing, anunciou nesta terça-feira (14) o fechamento do diário especializado em economia. A última edição impressa circulará nesta sexta-feira. A Folha informa que 45 profissionais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília foram sumariamente demitidos. O mesmo grupo controla os jornais O Dia e Meia Hora – e também o portal de notícias IG –, que têm atrasado o pagamento dos salários e ameaçam com dispensas. Segundo o portal Imprensa, sempre tão dócil com as empresas, a Ejesa “alegou problemas financeiros para decretar o fim do jornal... Os funcionários demitidos foram informados de que os vencimentos e a rescisão serão parcelados”.
A situação destes veículos já era dramática faz tempo. Em março, os funcionários do jornal O Dia foram informados de que o INSS e o FGTS descontados do salário não estavam sendo repassados. Os profissionais que saíram de férias também não receberam o valor referente ao período. O pagamento do salário sofreu atraso. Além disso, o plano de saúde foi suspenso por falta de pagamento. Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Paula Máiran, alertou que a situação já era preocupante. “A gente vem evitando fazer muito alarde em relação à situação a pedido dos próprios colegas, porque eles temem que a publicidade contribua para a derrocada ainda mais rápida da empresa”. Pelo jeito, o silêncio dos profissionais não ajudou em nada!
Neste cenário de dificuldade, a postura dos barões da mídia é ditatorial – e depois alguns deles ainda têm a petulância de falar sobre democracia e liberdade de expressão. Há total falta de transparência no tratamento da crise e completo desrespeito à organização sindical dos trabalhadores. Um caso emblemático é o do jornal A Tribuna. Nesta semana, o veículo demitiu 30 profissionais, entre eles dois dirigentes sindicais da Baixada Santista – Glauco Braga e Reynaldo Salgado –, que têm estabilidade no emprego garantida na lei. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo promoveu na quarta-feira (15) um protesto em frente ao prédio da empresa. “Estamos aqui pelo direito à profissão, às leis trabalhistas e à organização sindical”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Zocchi.
A truculência patronal fica ainda mais explícita nos momentos de negociação coletiva – a data-base da categoria é em 1º de junho. Na semana passada, as entidades patronais do setor de jornais e revistas apresentaram uma contraproposta de acordo que prevê reajustes abaixo da inflação – acumulada em 8,76% nos últimos 12 meses – e parcelada em duas vezes. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo rejeitou a provocação e lembrou que as empresas foram agraciadas pelo governo com a desoneração na folha de pagamento. “O setor vem sendo beneficiado, desde 2014, com a desoneração de bilhões de reais – dinheiro público injetado nas empresas, que não podem simplesmente embolsá-lo, demitir os trabalhadores e reduzir seus salários”, afirma a entidade.
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A violenta crise que atinge o modelo de negócios da mídia impressa não dá trégua. Nos últimos dias, mais três jornais investiram contra os profissionais do setor – alguns deles que ainda chamam patrão de companheiro. O diário Brasil Econômico simplesmente fechou as portas e demitiu todos os funcionários. Já a Tribuna de Santos dispensou até dirigentes sindicais, numa afronta à legislação. Os jornais O Dia e Meia Hora também enfrentam dificuldades, com atrasos no pagamento dos salários e dos benefícios. A crise decorre de vários fatores – como a explosão da internet, que afasta a juventude dos impressos; a perda de credibilidade destes veículos, cada vez mais partidarizados e com menos qualidade; e aos erros de administração destas empresas privadas.
O caso recente mais grave é do jornal Brasil Econômico. A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico), que pertence ao grupo português Ongoing, anunciou nesta terça-feira (14) o fechamento do diário especializado em economia. A última edição impressa circulará nesta sexta-feira. A Folha informa que 45 profissionais do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília foram sumariamente demitidos. O mesmo grupo controla os jornais O Dia e Meia Hora – e também o portal de notícias IG –, que têm atrasado o pagamento dos salários e ameaçam com dispensas. Segundo o portal Imprensa, sempre tão dócil com as empresas, a Ejesa “alegou problemas financeiros para decretar o fim do jornal... Os funcionários demitidos foram informados de que os vencimentos e a rescisão serão parcelados”.
A situação destes veículos já era dramática faz tempo. Em março, os funcionários do jornal O Dia foram informados de que o INSS e o FGTS descontados do salário não estavam sendo repassados. Os profissionais que saíram de férias também não receberam o valor referente ao período. O pagamento do salário sofreu atraso. Além disso, o plano de saúde foi suspenso por falta de pagamento. Na ocasião, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, Paula Máiran, alertou que a situação já era preocupante. “A gente vem evitando fazer muito alarde em relação à situação a pedido dos próprios colegas, porque eles temem que a publicidade contribua para a derrocada ainda mais rápida da empresa”. Pelo jeito, o silêncio dos profissionais não ajudou em nada!
Neste cenário de dificuldade, a postura dos barões da mídia é ditatorial – e depois alguns deles ainda têm a petulância de falar sobre democracia e liberdade de expressão. Há total falta de transparência no tratamento da crise e completo desrespeito à organização sindical dos trabalhadores. Um caso emblemático é o do jornal A Tribuna. Nesta semana, o veículo demitiu 30 profissionais, entre eles dois dirigentes sindicais da Baixada Santista – Glauco Braga e Reynaldo Salgado –, que têm estabilidade no emprego garantida na lei. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo promoveu na quarta-feira (15) um protesto em frente ao prédio da empresa. “Estamos aqui pelo direito à profissão, às leis trabalhistas e à organização sindical”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Zocchi.
A truculência patronal fica ainda mais explícita nos momentos de negociação coletiva – a data-base da categoria é em 1º de junho. Na semana passada, as entidades patronais do setor de jornais e revistas apresentaram uma contraproposta de acordo que prevê reajustes abaixo da inflação – acumulada em 8,76% nos últimos 12 meses – e parcelada em duas vezes. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo rejeitou a provocação e lembrou que as empresas foram agraciadas pelo governo com a desoneração na folha de pagamento. “O setor vem sendo beneficiado, desde 2014, com a desoneração de bilhões de reais – dinheiro público injetado nas empresas, que não podem simplesmente embolsá-lo, demitir os trabalhadores e reduzir seus salários”, afirma a entidade.
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... sem hipocrisia, estou achando muito bom...
ResponderExcluirSeu Altamiro. Quem mais lê jornais e passam as fofocas para nós são vcs. Eu não leio, mesmo. Já imaginou se os blogs simplesmente não informassem o que veicula pela imprensa bárbara e mafiosa? Que tal só passarem informações da lavra de vcs?
ResponderExcluirAqui na região tem um tal de "multimercado" que na realidade é uma cooperativa de supermercados pequenos que se unem para comprar em grande quantidade e conseguir abatimento de preços e concorrer com os bigs e hipers da vida. E conseguem ir muito bem. Vcs poderiam montar uma cooperativa noticiosa onde só vcs que estivessem cadastrados teriam direito. Assim poderiam financiar informações e, como cooperativa, teriam meios jurídicos para protegerem seus próprios interesses e o interesse da informação.E, se o jornalista pertencer a alguma imprensa concorrente, não teria direito de se associar. Se voltar a trabalhar na grande imprensa, tem que se desvincular da cooperativa.
Pf. dá um ok, pois mais de uma vez não vi comentários. Fico com a impressão de que simplesmente ignoram nossos comentários.
A Tribuna jornalzinho mequetrefe tucano ate debaixo dágua ...mente distorce uma farsa da primeira a ultima pagina e não serve nem p/ xixi dos meus cachorros
ResponderExcluirFGTS não é descontado dos salários. Sua informação está errada.
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