Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
No andar de cima, toalhas de linho e finas iguarias. Para o andar de baixo, marmitex.
Na perfeita imagem criada pelo jornalista Elio Gaspari, temos um resumo das divisões da sociedade brasileira, bem estampado num e-mail no qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht comunica à mulher, Isabela, que uma sindicalista participaria de um jantar na casa deles. Em resposta, escreve Isabela, segundo o Painel da Folha desta quarta-feira, que reproduziu mensagem encontrada pela Polícia Federal no celular do empresário:
"Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex... vou pirar. Saudações sindicais? Não mereço".
Muito antes da Operação Lava-Jato, em maio de 2012, Marcelo organizou este jantar, reunindo sindicalistas e grandes empresários em torno do ex-presidente Lula, para discutir a conjuntura econômica. A sindicalista a que os Odebrecht se referem é Juvandia Moreira Leite, presidente dos bancários de São Paulo.
Entre os 15 convidados, segundo documento vazado nas investigações da Lava Jato e reproduzido no blog do jornalista Renato Rovai, também estavam presentes João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, Eike Batista, do então Grupo EBX, Jorge Gerdau, Emilio Odebrecht, Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Roberto Setúbal, do Itaú Unibanco, e Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em seus oito anos de mandato, como sabemos, Lula procurou aproximar os andares da sociedade brasileira, governando para todos, mas uma parte da elite brasileira jamais aceitou o ex-metalúrgico na Presidência da República e seus companheiros reunidos na mesma mesa.
Esta resistência persiste até hoje, como se pode mais uma vez constatar neste e-mail tratando do jantar de 2012 e todos os dias nas crescentes manifestações de intolerância e preconceito contra pretos, pobres, petistas e nordestinos. Boa parcela do andar de cima ainda divide o mundo entre quem manda e quem obedece, cada um no seu lugar.
No andar de cima, toalhas de linho e finas iguarias. Para o andar de baixo, marmitex.
Na perfeita imagem criada pelo jornalista Elio Gaspari, temos um resumo das divisões da sociedade brasileira, bem estampado num e-mail no qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht comunica à mulher, Isabela, que uma sindicalista participaria de um jantar na casa deles. Em resposta, escreve Isabela, segundo o Painel da Folha desta quarta-feira, que reproduziu mensagem encontrada pela Polícia Federal no celular do empresário:
"Se sujar minha toalha de linho ou pedir marmitex... vou pirar. Saudações sindicais? Não mereço".
Muito antes da Operação Lava-Jato, em maio de 2012, Marcelo organizou este jantar, reunindo sindicalistas e grandes empresários em torno do ex-presidente Lula, para discutir a conjuntura econômica. A sindicalista a que os Odebrecht se referem é Juvandia Moreira Leite, presidente dos bancários de São Paulo.
Entre os 15 convidados, segundo documento vazado nas investigações da Lava Jato e reproduzido no blog do jornalista Renato Rovai, também estavam presentes João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo, Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, Eike Batista, do então Grupo EBX, Jorge Gerdau, Emilio Odebrecht, Luiz Carlos Trabuco, do Bradesco, Roberto Setúbal, do Itaú Unibanco, e Sergio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Em seus oito anos de mandato, como sabemos, Lula procurou aproximar os andares da sociedade brasileira, governando para todos, mas uma parte da elite brasileira jamais aceitou o ex-metalúrgico na Presidência da República e seus companheiros reunidos na mesma mesa.
Esta resistência persiste até hoje, como se pode mais uma vez constatar neste e-mail tratando do jantar de 2012 e todos os dias nas crescentes manifestações de intolerância e preconceito contra pretos, pobres, petistas e nordestinos. Boa parcela do andar de cima ainda divide o mundo entre quem manda e quem obedece, cada um no seu lugar.
Dá para entender a agressividade da chamada "elite" contra Lula. Eles se acham aristocratas, não percebem que depois da morte, vão viver com o que eles são, não com o que eles têm. E se não tiveram caridade, não terão aplausos.
ResponderExcluir