Depois de tratar os professores com total intransigência durante a mais longa greve da categoria, que durou 89 dias, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) agora maltrata os alunos da rede estadual de ensino. A reposição das aulas está sendo feita sem que os estudantes recebam a merenda. Como as cozinhas são terceirizadas e os funcionários estão em recesso, as escolas não fornecem as refeições e os jovens ficam sem se alimentar durante todo o período escolar. Segundo a Constituição Federal, a merenda é um "direito dos alunos da educação básica pública e dever do Estado". O grão-tucano, que sonha com a presidência da República, parece desconhecer esta norma constitucional.
A situação gera revolta dos professores, alunos e pais das crianças. Diante das críticas, o Palácio dos Bandeirantes tenta esconder o caos e o "picolé de chuchu" mais uma vez desaparece dos holofotes da mídia. "A Secretaria da Educação afirma que as escolas têm estoque de 'merenda seca' – alimentos que não precisam ser cozidos, como bolachas, leite, sucos, frutas e barras de cereal. Segundo relatos de professores, porém, mesmo esses itens estão em falta em escolas da capital", relata o jornalista Emílio Sant'Anna, em reportagem na Folha desta quarta-feira (15).
Além da merenda, o transporte gratuito dos alunos também está prejudicado. A reposição das aulas está se dando de forma diferenciada. Algumas escolas decidiram não interromper as atividades em julho; outras começarão a repor as aulas na próximo semana. Sem solução para o grave problema, os jovens são sacrificados pelo governo. "'Eles passam a manhã inteira sem nada no estômago. Muitos ficam com dor de cabeça e isso também dificulta a concentração', diz uma professora da escola Carlos Aires, no Grajaú, no extremo da zona sul de São Paulo... 'Não basta dizer que vai repor, a secretaria tem que garantir condições', diz Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de SP".
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