sábado, 8 de agosto de 2015

A Petrobras e as multis do petróleo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:



Já havia escrito aqui sobre as dificuldades financeiras, cortes de investimentos e demissões em massa da Shell.

Hoje, depois da exploração abjeta sobre a queda dos lucros da Petrobras - e seguindo a dica da Alessandra Murteira, no Viomundo - dei-me ao trabalho de procurar o desempenho das multinacionais do petróleo, na imprensa internacional, uma vez que parte das nossas elites só acredita no que é escrito em inglês.

Vamos lá:

Exxon Mobil e Chevron publicaram na sexta-­feira os seus resultados trimestrais piores da década atual NY Times, 31 de julho

Lucro do segundo trimestre da petroleira Chevron Corp caiu 90 por cento. Reuters, idem

BP perdeu quase dois terços do lucro (64%). Euronews, 28/7


E assim vai, sem exceção. A estatal norueguesa Statoil teve queda 28%, a Conoco-Phllips, americana, 32%.

Mas o lucro pode ser influenciado por N fatores, como cortes em custeio, em investimentos, operaçoes financeiras…

A melhor medida é a das receitas líquidas e essa…

Olhe o gráfico que posto lá em cima, do USA Today e veja a comparação entre o volume de receita líquida no segundo trimestre de 2015 e o mesmo período do ano anterior, na média das 10 maiores petroleiras com ações na Bolsa de Nova York.

Em um ano, caiu cerca de 70%.

Apresentar o resultado da Petrobras, no quadro de incertezas que foi construído na opinião pública por um ano de escândalos, sem qualquer menção ao fato de que a queda é forte e geral no mercado de petróleo não é apenas ignorância.

É desonesto.

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