Por Rodrigo Vianna, em seu blog:
Dois homens investigados pela Lava-Jato: Eduardo Cunha preside a Câmara e é acusado de cobrar propinas de empreiteiras; Renan Calheiros preside o Senado e é acusado de se locupletar com nomeações na Petrobrás.
Os dois merecem o benefício da dúvida. Isso do ponto de vista jurídico.
Mas na política não deve haver qualquer dúvida: Cunha e Renan manobram as instituições de forma vergonhosa, para tentar se safar na Lava-Jato.
Cunha não tem sutileza, mete o pé na porta. É homem que põe segurança armado na porta de casa (isso muito antes de ser deputado federa;, eu testemunhei pessoalmente o estilo truculento, quando fui à casa dele no Alto da Gávea/RJ, entregar um convite para a mulher de Cunha, que era minha colega de Redação).
Renan é sutil, vem da escola Sarney.
Cunha ameaça quebrar o Brasil com a pauta-bomba: aumenta salários, cria constrangimentos, age feito um celerado.
Renan assume a pauta liberal, propõe a tal “Agenda Brasil”. Trata-se de um programa ultra-liberal, costurado com o alto empresariado nacional, que resolveu dar alguma folga a Dilma, se ela aceitar a rendição completa.
É nesse ponto que estamos. Dilma, fragilizada, faz bem em explorar as divergências de dois desesperados: Cunha e Renan. Para barrar o celerado, alia-se ao despachante de interesses liberais.
Se for uma agenda para ganhar tempo, e jogar água na fervura golpista, faz sentido.
Mas não haveria outras formas de explorar as contradições entre Cunha e Renan, sem entregar tudo, absolutamente tudo?
Talvez não houvesse. O governo poderia/deveria ter feito isso (apresentado uma agenda de reformas) antes, lá no início do ano. Agora, perdeu força e viço. Dilma manobra em águas turvas, quase sem o controle do leme. Torce para que o barco se afaste das pedras.
Vejam: Renan propôs uma agenda liberal para um governo eleito com 54 milhões de votos e que só ganhou a eleição porque na campanha se opôs a essa mesma agenda liberal. Mais uma tragédia de agosto.
Ah, mas se Dilma não aceitar a trégua de Renan e for derrubada, não seria pior? Seria. Outra tragédia de agosto.
A Agenda Brasil é péssima, mas parece ser a forma – hoje – de colocar o governo em pé, respirando.
Espero que esteja claro: ninguém sobrevive 3 anos e meio assim, aos trancos, no improviso de agendas sacadas da algibeira. Depois da nova lista de Janot, com Cunha e Renan (espero) denunciados ao STF, Dilma terá a derradeira chance de reformular seu governo.
Até lá, o melhor a fazer é resistir aos golpes, compreendendo que a maior das tragédias é ter Dilma capturada – de forma permanente – pela aliança Bradesco/Globo/Renan.
No curto prazo, a agenda de Renan salva Dilma do golpismo de Cunha. Mas a médio prazo, se mantida, pode significar o fim do lulismo.
Dois homens investigados pela Lava-Jato: Eduardo Cunha preside a Câmara e é acusado de cobrar propinas de empreiteiras; Renan Calheiros preside o Senado e é acusado de se locupletar com nomeações na Petrobrás.
Os dois merecem o benefício da dúvida. Isso do ponto de vista jurídico.
Mas na política não deve haver qualquer dúvida: Cunha e Renan manobram as instituições de forma vergonhosa, para tentar se safar na Lava-Jato.
Cunha não tem sutileza, mete o pé na porta. É homem que põe segurança armado na porta de casa (isso muito antes de ser deputado federa;, eu testemunhei pessoalmente o estilo truculento, quando fui à casa dele no Alto da Gávea/RJ, entregar um convite para a mulher de Cunha, que era minha colega de Redação).
Renan é sutil, vem da escola Sarney.
Cunha ameaça quebrar o Brasil com a pauta-bomba: aumenta salários, cria constrangimentos, age feito um celerado.
Renan assume a pauta liberal, propõe a tal “Agenda Brasil”. Trata-se de um programa ultra-liberal, costurado com o alto empresariado nacional, que resolveu dar alguma folga a Dilma, se ela aceitar a rendição completa.
É nesse ponto que estamos. Dilma, fragilizada, faz bem em explorar as divergências de dois desesperados: Cunha e Renan. Para barrar o celerado, alia-se ao despachante de interesses liberais.
Se for uma agenda para ganhar tempo, e jogar água na fervura golpista, faz sentido.
Mas não haveria outras formas de explorar as contradições entre Cunha e Renan, sem entregar tudo, absolutamente tudo?
Talvez não houvesse. O governo poderia/deveria ter feito isso (apresentado uma agenda de reformas) antes, lá no início do ano. Agora, perdeu força e viço. Dilma manobra em águas turvas, quase sem o controle do leme. Torce para que o barco se afaste das pedras.
Vejam: Renan propôs uma agenda liberal para um governo eleito com 54 milhões de votos e que só ganhou a eleição porque na campanha se opôs a essa mesma agenda liberal. Mais uma tragédia de agosto.
Ah, mas se Dilma não aceitar a trégua de Renan e for derrubada, não seria pior? Seria. Outra tragédia de agosto.
A Agenda Brasil é péssima, mas parece ser a forma – hoje – de colocar o governo em pé, respirando.
Espero que esteja claro: ninguém sobrevive 3 anos e meio assim, aos trancos, no improviso de agendas sacadas da algibeira. Depois da nova lista de Janot, com Cunha e Renan (espero) denunciados ao STF, Dilma terá a derradeira chance de reformular seu governo.
Até lá, o melhor a fazer é resistir aos golpes, compreendendo que a maior das tragédias é ter Dilma capturada – de forma permanente – pela aliança Bradesco/Globo/Renan.
No curto prazo, a agenda de Renan salva Dilma do golpismo de Cunha. Mas a médio prazo, se mantida, pode significar o fim do lulismo.
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