O Ministério do Trabalho divulgou na sexta-feira (21) dados alarmantes sobre a alta do desemprego no país. Como efeito já esperado do arrocho monetário (elevação dos juros) e fiscal (corte dos gastos públicos), as empresas demitiram 157,9 mil trabalhadores em julho - o quarto mês seguido de queda. Foi o pior desempenho do emprego com carteira assinada em julho da série, que teve início em 1992. O último ano em que havia sido registrada perda de vagas no mês foi em 1998, com o fechamento de 21,5 mil postos. Para piorar, os sinais de retração da economia indicam novos facões nos próximos meses. A presidenta Dilma, alvo de intensa campanha golpista da direita, deveria se preocupar mais com esta tragédia. Esta, sim, pode encurtar ou desgraçar de vez o seu segundo mandato!
Segundo o levantamento do Ministério do Trabalho, a indústria foi o setor que mais fechou vagas no mês passado (-64,3 mil). Todos os segmentos industriais sofreram retração de postos, com destaque para materiais elétricos, indústria mecânica e metalúrgica. O desemprego também vitimou as áreas de serviços (-58 mil), comércio (-34,6 mil) e construção civil (-22 mil). O único setor que contratou mais do que demitiu foi o da agropecuária (+24,5 mil) devido a fatores sazonais - o mês é tradicionalmente favorável por causa da safra do cultivo de alguns produtos, como laranja e milho.
No ano, o Brasil já perdeu 494,4 mil vagas com carteira assinada. No mesmo período de 2014, foram criadas 681,5 mil vagas. Outro dado preocupante da pesquisa indica que o Nordeste, que no passado liderava o crescimento da economia nacional e a expansão do emprego, agora voltou a pisar no freio. A região foi a que, proporcionalmente, mais perdeu empregos formais no ano, com o fechamento de 190,4 mil vagas. Os piores desempenhos foram de Alagoas e Pernambuco. O Centro-Oeste, que concentra a produção de grãos, foi a única região com saldo positivo de empregos (0,89%).
Como resultado desta regressão, o IBGE confirmou na quinta-feira (20) que o desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país aumentou para 7,5% em julho, ante 6,9% no mês anterior. O resultado, que abarca o trabalho formal e o informal, é o mais elevado para o mês desde 2009. Em um cenário tão preocupante, ainda tem gente no Palácio do Planalto que propõe adiar ou parcelar o pagamento do 13º dos aposentados e pensionistas - o que esfriaria ainda mais o mercado de consumo interno, agravando a já dramática situação do emprego no país. Diante da rápida reação das centrais sindicais, parece que os "levyanos" de Brasília desistiram de mais este tiro no pé. A conferir!
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