Por Bepe Damasco, em seu blog:
Agora, no começo de agosto, a presidenta Dilma fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Boa nova? Depende. Se for para fazer mais do mesmo, é melhor nem ocupar espaço tão nobre. Se for para brigar com a realidade e teimar em não reconhecer a gravidade do momento, melhor usar o tempo para dar mais uma bronca nos seus assessores e ministros. Se for para exibir ao país sua renitente alienação sobre o cerco golpista contra si, melhor ler mais um relatório ou ouvir os conselhos do Mercadante.
Porém, se a presidenta está decidida a enfrentar os golpistas que agem à luz do dia e os sabotadores da economia nacional; se, finalmente, resolveu pôr nos devidos lugares os artífices da ruptura constitucional encastelados no Congresso Nacional, no Ministério Público, na Polícia Federal, no Judiciário, no TCU e no cartel da mídia, aí vale a pena falar ao país.
De nada vai adiantar mais uma defesa apaixonada de um ajuste fiscal recessivo e de popularidade abaixo de zero. Também não vai servir para coisa alguma mostrar pela enésima vez ao país um festival de números sobre as realizações petistas dos últimos 12 anos. Quatro eleições foram ganhas usando corretamente a tática de confrontar o obra de Lula e Dilma com a mediocridade tucana. Já deu. Como argumento central para enfrentar a crise já se revelou ineficaz.
Quem sofre o massacre diário que a presidenta sofre não pode virar para o lado e mudar de assunto. Não pode se dar ao luxo de só usar sujeito oculto e indeterminado para se referir a adversários que a golpeiam da forma mais vil. Basta de insinuações e generalizações. Já passou da hora de Dilma falar o português do jeito que deve ser falado, dando às coisas os nomes certos que elas têm.
Bem que ela poderia fazer um curso intensivo para sua fala em rede nacional lendo o antológico artigo do cada vez mais afiado Paulo Henrique Amorim (Dilma, manda a S&P à m...O Putin deixaria prender o Othon ?) ou assistindo a recente entrevista do sempre desabrido e corajoso Ciro Gomes ao PHA, replicada por mim nesta página.
Os dois desnudam tudo que está em jogo no Brasil de hoje, além do papel de cada um dos golpistas. PHA destroça com as agências de picaretagem, também conhecidas como agência de riso, e denuncia a covardia e a inutilidade do STF e do CNJ diante das atrocidades jurídicas e atentados contra a economia nacional cometidos pela Operação Lava Jato. O jornalista lamenta que só numa "esculhambação" como o Brasil, nossa maior autoridade sobre energia nuclear seja presa sem quaisquer provas e que uma área estratégica para o futuro do país esteja ameaçada pela Lava Jato.
Já o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes destrincha uma a uma as frentes de atuação dos golpistas (TCU, TSE e Congresso Nacional), chama as principais lideranças do golpe de "frouxos" e diz que se inclui entre os brasileiros capazes de ir às últimas consequências em defesa da democracia. O monopólio da mídia também não escapou da artilharia de Ciro, para quem o moralismo seletivo da mídia busca sempre encobrir alguma imoralidade da própria mídia.
Até dá para entender que o cargo de presidente da República impõe certa cautela à Dilma ao se dirigir à nação. Ninguém imagina a presidenta fazendo um discurso afiado como o texto do PHA. Ou com a contundência verbal do Ciro. Mas, o Brasil e a causa democrática só teriam a ganhar se a presidenta desse uma conferida nas mais recentes falas e textos de Ciro e PHA. Podia utilizá-los, vá lá, só como fonte de inspiração. Já seria um avanço considerável.
No fundo, contudo, tenho poucas esperanças de que ocorra alguma mudança de tom e conteúdo no discurso presidencial de agosto.
Agora, no começo de agosto, a presidenta Dilma fará um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Boa nova? Depende. Se for para fazer mais do mesmo, é melhor nem ocupar espaço tão nobre. Se for para brigar com a realidade e teimar em não reconhecer a gravidade do momento, melhor usar o tempo para dar mais uma bronca nos seus assessores e ministros. Se for para exibir ao país sua renitente alienação sobre o cerco golpista contra si, melhor ler mais um relatório ou ouvir os conselhos do Mercadante.
Porém, se a presidenta está decidida a enfrentar os golpistas que agem à luz do dia e os sabotadores da economia nacional; se, finalmente, resolveu pôr nos devidos lugares os artífices da ruptura constitucional encastelados no Congresso Nacional, no Ministério Público, na Polícia Federal, no Judiciário, no TCU e no cartel da mídia, aí vale a pena falar ao país.
De nada vai adiantar mais uma defesa apaixonada de um ajuste fiscal recessivo e de popularidade abaixo de zero. Também não vai servir para coisa alguma mostrar pela enésima vez ao país um festival de números sobre as realizações petistas dos últimos 12 anos. Quatro eleições foram ganhas usando corretamente a tática de confrontar o obra de Lula e Dilma com a mediocridade tucana. Já deu. Como argumento central para enfrentar a crise já se revelou ineficaz.
Quem sofre o massacre diário que a presidenta sofre não pode virar para o lado e mudar de assunto. Não pode se dar ao luxo de só usar sujeito oculto e indeterminado para se referir a adversários que a golpeiam da forma mais vil. Basta de insinuações e generalizações. Já passou da hora de Dilma falar o português do jeito que deve ser falado, dando às coisas os nomes certos que elas têm.
Bem que ela poderia fazer um curso intensivo para sua fala em rede nacional lendo o antológico artigo do cada vez mais afiado Paulo Henrique Amorim (Dilma, manda a S&P à m...O Putin deixaria prender o Othon ?) ou assistindo a recente entrevista do sempre desabrido e corajoso Ciro Gomes ao PHA, replicada por mim nesta página.
Os dois desnudam tudo que está em jogo no Brasil de hoje, além do papel de cada um dos golpistas. PHA destroça com as agências de picaretagem, também conhecidas como agência de riso, e denuncia a covardia e a inutilidade do STF e do CNJ diante das atrocidades jurídicas e atentados contra a economia nacional cometidos pela Operação Lava Jato. O jornalista lamenta que só numa "esculhambação" como o Brasil, nossa maior autoridade sobre energia nuclear seja presa sem quaisquer provas e que uma área estratégica para o futuro do país esteja ameaçada pela Lava Jato.
Já o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes destrincha uma a uma as frentes de atuação dos golpistas (TCU, TSE e Congresso Nacional), chama as principais lideranças do golpe de "frouxos" e diz que se inclui entre os brasileiros capazes de ir às últimas consequências em defesa da democracia. O monopólio da mídia também não escapou da artilharia de Ciro, para quem o moralismo seletivo da mídia busca sempre encobrir alguma imoralidade da própria mídia.
Até dá para entender que o cargo de presidente da República impõe certa cautela à Dilma ao se dirigir à nação. Ninguém imagina a presidenta fazendo um discurso afiado como o texto do PHA. Ou com a contundência verbal do Ciro. Mas, o Brasil e a causa democrática só teriam a ganhar se a presidenta desse uma conferida nas mais recentes falas e textos de Ciro e PHA. Podia utilizá-los, vá lá, só como fonte de inspiração. Já seria um avanço considerável.
No fundo, contudo, tenho poucas esperanças de que ocorra alguma mudança de tom e conteúdo no discurso presidencial de agosto.
Ela não pode. Afinal é uma republicana, seja lá o que isso quer dizer.
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