Por Raimundo Bonfim e Julian Rodrigues, no blog Viomundo:
O quadro político se agrava muito rapidamente. A escalada conservadora se acelera, alimentando o ódio e a intolerância, fechando o cerco sobre o governo Dilma e intensificando o movimento para aniquilar o PT – e toda a esquerda brasileira.
Está em jogo não somente a continuidade do governo Dilma, mas o projeto democrático e progressista, duramente construído por milhares de militantes desde o fim da ditadura militar.
A crise econômica foi aprofundada pela política econômica comandada por Joaquim Levy.
Um verdadeiro DES-ajuste fiscal, que apenas alimenta o lucro dos bancos e dos rentistas. E gera recessão e desemprego, trazendo um desgaste brutal para o governo Dilma – que atinge níveis de reprovação iguais aos de FHC.
Esse cenário não surpreende. Em fevereiro, já nos somávamos às vozes críticas, alertando para o que poderia acontecer.
O ambiente político do país é muito ruim e se deteriora a cada dia. Ao optar por uma política econômica liberal, Dilma rompeu com a base social que a elegeu. E paralisou seu governo.
Ao mesmo tempo, a grande mídia radicaliza seus ataques. O Ministério Público, setores do Judiciário e a PF agem como justiceiros, pretensamente combatendo a corrupção, mas agindo partidariamente, ignoram as liberdades democráticas, focados na criminalização do PT e na desconstituição do governo.
Todos os limites foram atravessados. A operação Lava-Jato anima a ofensiva golpista. No Congresso Nacional, Eduardo Cunha comanda uma verdadeira contra-reforma reacionária, atacando os direitos humanos, impondo uma agenda globalmente regressiva.
O atentado à bomba ao Instituto Lula e a nova prisão de José Dirceu marcam um novo momento.
É fato que não há consenso no “andar de cima” sobre se é melhor interromper o mandato de Dilma ou esperar as eleições de 2018.
Mas a conjuntura vai se desenrolando e os setores golpistas vão ganhando peso ante a paralisia do governo e do PT.
Articular a reação
Não há nenhum sinal do governo Dilma na direção de mudar essa política econômica antipopular. Além disso, covardemente, o governo assiste passivamente ao aparelhamento da Polícia Federal, hoje um verdadeiro braço do PSDB e de toda a direita.
A maioria da direção do PT também não tem reagido e não demonstra capacidade de comandar uma forte e necessária contra-ofensiva.
A tarefa da militância partidária e social de esquerda, portanto, é complexa: defender o governo Dilma contra o golpismo de direita, e, ao mesmo tempo, combater e derrotar o ajuste fiscal proposto pelo próprio governo.
E mais grave ainda: temos de fazer tudo isso sem contar com um comando unificado e organizado. Nem o governo Dilma nem o PT dão sinais nesse sentido.
Ou seja: cabe a cada um de nós, lutadores sociais, militantes petistas, militantes de esquerda, socialistas, progressistas, democratas organizar, desde baixo, a resistência ao golpismo e o combate às forças conservadoras.
Só há um caminho imediato: constituir um pólo de esquerda e progressista. Convocar mobilizações de rua e construir um forte movimento antifascista. Para isso, precisamos ajudar a viabilizar, em cada município, a Frente de Esquerda, Democrática, Popular.
Intelectuais críticos, movimentos sociais, militância petista, sindicatos, juventude, ativistas de esquerda, blogosfera progressista. Todos temos a tarefa histórica de impedir o retrocesso, deter o avanço da direita, defender um projeto de país com igualdade e liberdade. Todos às ruas no dia 20 de agosto.
* Raimundo Bonfim é advogado e coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP-SP). Julian Rodrigues é professor, jornalista e ativista de direitos humanos e do movimento LGBT.
O quadro político se agrava muito rapidamente. A escalada conservadora se acelera, alimentando o ódio e a intolerância, fechando o cerco sobre o governo Dilma e intensificando o movimento para aniquilar o PT – e toda a esquerda brasileira.
Está em jogo não somente a continuidade do governo Dilma, mas o projeto democrático e progressista, duramente construído por milhares de militantes desde o fim da ditadura militar.
A crise econômica foi aprofundada pela política econômica comandada por Joaquim Levy.
Um verdadeiro DES-ajuste fiscal, que apenas alimenta o lucro dos bancos e dos rentistas. E gera recessão e desemprego, trazendo um desgaste brutal para o governo Dilma – que atinge níveis de reprovação iguais aos de FHC.
Esse cenário não surpreende. Em fevereiro, já nos somávamos às vozes críticas, alertando para o que poderia acontecer.
O ambiente político do país é muito ruim e se deteriora a cada dia. Ao optar por uma política econômica liberal, Dilma rompeu com a base social que a elegeu. E paralisou seu governo.
Ao mesmo tempo, a grande mídia radicaliza seus ataques. O Ministério Público, setores do Judiciário e a PF agem como justiceiros, pretensamente combatendo a corrupção, mas agindo partidariamente, ignoram as liberdades democráticas, focados na criminalização do PT e na desconstituição do governo.
Todos os limites foram atravessados. A operação Lava-Jato anima a ofensiva golpista. No Congresso Nacional, Eduardo Cunha comanda uma verdadeira contra-reforma reacionária, atacando os direitos humanos, impondo uma agenda globalmente regressiva.
O atentado à bomba ao Instituto Lula e a nova prisão de José Dirceu marcam um novo momento.
É fato que não há consenso no “andar de cima” sobre se é melhor interromper o mandato de Dilma ou esperar as eleições de 2018.
Mas a conjuntura vai se desenrolando e os setores golpistas vão ganhando peso ante a paralisia do governo e do PT.
Articular a reação
Não há nenhum sinal do governo Dilma na direção de mudar essa política econômica antipopular. Além disso, covardemente, o governo assiste passivamente ao aparelhamento da Polícia Federal, hoje um verdadeiro braço do PSDB e de toda a direita.
A maioria da direção do PT também não tem reagido e não demonstra capacidade de comandar uma forte e necessária contra-ofensiva.
A tarefa da militância partidária e social de esquerda, portanto, é complexa: defender o governo Dilma contra o golpismo de direita, e, ao mesmo tempo, combater e derrotar o ajuste fiscal proposto pelo próprio governo.
E mais grave ainda: temos de fazer tudo isso sem contar com um comando unificado e organizado. Nem o governo Dilma nem o PT dão sinais nesse sentido.
Ou seja: cabe a cada um de nós, lutadores sociais, militantes petistas, militantes de esquerda, socialistas, progressistas, democratas organizar, desde baixo, a resistência ao golpismo e o combate às forças conservadoras.
Só há um caminho imediato: constituir um pólo de esquerda e progressista. Convocar mobilizações de rua e construir um forte movimento antifascista. Para isso, precisamos ajudar a viabilizar, em cada município, a Frente de Esquerda, Democrática, Popular.
Intelectuais críticos, movimentos sociais, militância petista, sindicatos, juventude, ativistas de esquerda, blogosfera progressista. Todos temos a tarefa histórica de impedir o retrocesso, deter o avanço da direita, defender um projeto de país com igualdade e liberdade. Todos às ruas no dia 20 de agosto.
* Raimundo Bonfim é advogado e coordenador geral da Central de Movimentos Populares (CMP-SP). Julian Rodrigues é professor, jornalista e ativista de direitos humanos e do movimento LGBT.
NÃO SOU SÓ EU que digo isso: O mIGUEL DO rOSÁRIO disse a mesma coisa com outras palavras:
ResponderExcluirhttp://tijolaco.com.br/blog/?p=28810
Cenário improvável ?
ResponderExcluirOs golpistas conseguem derrubar Dilma.
As esquerdas se unem.
Convulsão social e crises intermináveis até as próximas eleições em 2018.
Divididos pela ambição a agora "situação" vira vidraça e contínua sendo atacada pela frente anti-corrupção.
Lula funda um novo partido de esquerda e vence as eleições.
O melhor que pode acontecer com a esquerda é o PT sair "agora" através dos golpistas e não das eleições.